Quando eu estava grávida, fiquei sem beber álcool durante toda a gestação (de verdade – se bebi um golinho durante alguma comemoração, foi apenas isso, e olhe lá). Mas eu me lembro que muitas amigas na mesma situação continuavam bebendo regularmente, apenas em menor quantidade, e com o aval de seus médicos para um cálice de vinho na semana.
Por isso, quando tive recentemente contato com a campanha #GravidezSemAlcool, lançada pela Sociedade de Pediatria de São Paulo, para combater a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), o assunto me chamou a atenção. Você já ouviu falar sobre o problema? Confesso que eu desconhecia, mas fiquei assustada com os sintomas descritos. Veja a seguir mais informações sobre a SAF e porque é tão importante ficar longe do álcool durante toda a gestação, e também enquanto você estiver amamentando. São informações de utilidade pública, que merecem ser compartilhadas!
Imagem: 123RF
Diagnóstico da SAF
Essa síndrome, caso você ainda não a conheça, é diagnosticada quando o bebê apresenta um conjunto de sinais e sintomas consequentes da ingestão de qualquer tipo de bebida alcoólica pela mãe, durante a gravidez. Basicamente três aspectos se destacam nela: ao nascer o bebê apresenta má formação na face (como lábio superior mais fino, maxilar e nariz reduzido), restrições no crescimento (tanto fetal quanto após o parto) e comprometimento do sistema nervoso central.
Entre as alterações típicas da Síndrome, estão ainda o baixo peso e a dificuldade em se manter no peso saudável, problemas de aprendizagem, linguagem, memória e atenção, distúrbios de visão e audição, assim como convulsões, doenças nos rins, ossos e no coração.
Claro que nem todos os filhos de mães que consumiram álcool durante a gestação nascerão com a SAF. Mas como a ciência ainda não sabe o que leva certos bebês a desenvolveram o problema, e outros não, o ideal é que a futura mamãe não arrisque a saúde do filho, ficando longe da substância na gravidez. Vale lembrar também que casos de parto prematuro ou até mesmo de abortos podem ser consequências do consumo excessivo de álcool.
O efeito do álcool no organismo da grávida e do bebê
Para termos uma noção de como esse contato é rápido, ao ingerir qualquer tipo de bebida alcóolica, desde uma cerveja ou uma simples taça de vinho, o álcool atravessa a placenta pelo sangue da mãe e chega ao líquido amniótico e ao feto. Em apenas uma hora o sangue do bebê tem o mesmo nível alcoólico da mãe, sendo que ele permanece mais tempo com essa concentração, já que depende do retorno da circulação materna.
Sobre o álcool durante a amamentação, ele tem o mesmo efeito, só que neste caso o contato é através do leite da mãe.
Tratamento e prevenção
Não existe cura para a Síndrome Alcóolica Fetal e o tratamento é bem individualizado. As intervenções geralmente são de uma equipe multidisciplinar, que cuida de cada dificuldade da criança, para que ela consiga se desenvolver ao máximo, especialmente em relação ao processo de aprendizagem.
Pensando em tudo isso, os pediatras da Sociedade Paulista de Pediatria alertam: o efeito de um simples gole de bebida pode afetar o resto da vida do seu filho. Por isso, a melhor prevenção realmente é evitar o consumo de álcool enquanto ele estiver na barriga ou consumindo leite materno. O cuidado vale a pena!