Vocês não imaginam como fico feliz quando recebo mensagens de vocês, leitoras do Mil Dicas de Mãe, pedindo para que eu conte alguma passagem de minha experiência com Catarina que vocês consideram útil. Não sei se foi coincidência, mas muitas mães me procuraram nos últimos meses com um mesmo questionamento: “como você conseguiu manter Catarina sendo amamentada, mesmo dando complemento?”. Para quem não viu, eu comentei sobre o assunto nesse post aqui, e sei que essa é uma dúvida (e uma angústia) de muitas mulheres nos primeiros meses do bebê. E pensando em como responder, surgiu a ideia desse texto – porque a verdade é que existiram muitos fatores que permitiram que a pequena permanecesse no peito.
Vamos então ao que eu considero os pontos fundamentais para que eu continuasse amamentando:
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1) Muita força de vontade. Porque sim, você vai pensar em desistir. Pelo menos comigo foi assim: de início, eu senti uma culpa imensa por não conseguir amamentar de forma exclusiva até os seis meses da pequena (e antes que alguém fale que eu não dei meu máximo, eu digo: duas semanas depois do parto eu pesava 45Kg, e continuava perdendo peso com rapidez. De fato meu corpo estava dando seu melhor, e mesmo assim eu não tinha leite o suficiente). Mas passado algum tempo, não tem como negar que há facilidade no uso do complemento – afinal, alguém pode dá-lo ao bebê por você. Mesmo assim, eu fazia questão de estar presente sempre, de não pular as mamadas. Resumindo, eu não encarava a mamadeira como um substituto ao peito (que sempre estava lá à disposição!), e sim como um adicional ao meu leite.
2) Eu sempre dava o peito antes da mamadeira. Essa foi uma dica da pediatra que a Cacá tinha naquela época e que foi essencial para que a filhota não largasse o peito! Pense o seguinte: quanto mais o bebê mamar seu leite, maior será sua produção – por isso é fundamental que ele esgote o conteúdo das duas mamas antes de passar para a mamadeira. Se você fizer o contrário, dando a mamadeira antes de amamentar seu filho, pode ser que ele se satisfaça sem esgotar sua produção. E seu corpo entenderá que não precisa produzir mais, uma vez que aquela quantidade foi até excessiva.
3) Eu não pulava mamadas. Como comentei no item 1, eu não me ausentava e era substituída pela mamadeira! Eu levava exatamente a mesma rotina das mães que amamentam de forma exclusiva: ou levava Catarina comigo, ou voltava a tempo para a mamada seguinte. Também não esticava o tempo entre as mamadas: com o tempo (alguns meses, não antes disso, claro!) é normal que você possa acostumar o bebê a mamar a cada 4 ou 5 horas. Mas Catarina nunca passava de 2 horas e meia – e lá estava novamente no peito.
4) Eu não deixei de amamentar durante a madrugada. Qual é o sonho de 10 entre 10 mães de bebês pequenos? Que ele durma a noite toda sem acordar, certo? Claro que esse era o meu desejo também! Mas Catarina só passou a dormir algumas noites sem me solicitar com quase 1 ano e meio de idade, e até 1 aninho sempre mamou à noite. Olhando para trás, vejo que isso foi fundamental para que eu continuasse a ter leite e a mantivesse o peito até os 9 meses! Minhas mamas enchiam bastante nesse horário, e esvazia-las na mamada noturna fazia com que o corpo entendesse que precisava continuar a produzir. E, pela manhã, as mamadas eram ótimas, com pouca necessidade de complemento (já no fim de tarde era um terror, a pequena mamava só um pouquinho e precisava de uma quantidade maior de leite artificial).
5) Eu não “forçava”o leite artificial. Um erro que a pediatra me impediu de cometer foi o de medir o complemento e desejar que Catarina tomasse aquela determinada quantidade em todas as mamadas. Claro que com o tempo eu fui percebendo que, ao longo do dia, meu peito ficava menos cheio, e eu precisava de mais leite artificial para suprir a produção. Mas não fazia questão que a filha tomasse a mamadeira até o final – se ela tinha mamado no peito, tomado alguns goles do L.A. e parecia estar satisfeita, estava ótimo! Mesmo que isso significasse um intervalo menor entre as mamadas.
6) Eu gostava de amamentar. E acredito que, para que a amamentação dê certo, facilita MUITO se você gostar do processo! Eu tive que superar as dores das primeiras semanas, o bico rachado, melhorar a pega para começar a ter prazer em amamentar. Mas quando percebi a formação do vínculo, a importância do toque, do aconchego que ela proporciona, virei a maior defensora do peito! Por isso, se o médico do seu filho recomendou a entrada do leite artificial, mas você deseja muito continuar a amamentar, tente fazer do momento algo gostoso e especial para você e seu filho. Dessa forma os dois desejarão que o desmame demore a acontecer!