Imagine que, de uma hora para a outra, seu filho começa a reclamar de dor de cabeça todos os dias. Pode ser que, assim como eu, você comece se perguntando se a “tal dorzinha” não é imaginária – afinal, você imagina que crianças não sintam esse sintoma com frequência. Pois aqui em casa passamos por um longo período assim (mais de um mês, o que para mim é bastante tempo, quando se trata da saúde de um filho!), e depois de perceber que Catarina estava realmente com um incômodo (ela relatava que a dor não era muito forte), comecei a ficar bastante preocupada.

Conversando com o pediatra dela, ele me disse que as dores de cabeça em crianças são mais frequentes do que nós, mães, pensamos. E que elas podem ter várias causas: um problema nos olhos, ou um neurológico, entre outros. Como a pequena já havia passado meses antes no oftalmologista, acabamos descartando essa hipótese. E antes de marcamos uma consulta com um neuro, o médico de Catarina sugeriu que fôssemos ao otorrino – o que foi uma dica certeira.

Imagem: 123RF

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Gosto de compartilhar essas experiências com vocês porque imagino que algumas mães possam passar pelo mesmo; e lendo esse relato, uma luzinha pode acender, mostrando uma possível solução. Temos um amigo que é um super otorrino, e, depois de avaliar a filhota, me explicou que algumas dores de cabeça nos pequenos podem acontecer em decorrência de uma sinusite mal curada. Ele pediu alguns exames, fizemos um tratamento com medicação e “batata”: aquela dor diária, que Cacá dizia pegar toda a parte de trás da cabeça, simplesmente sumiu.

Outras causas de dor de cabeça em crianças

Na idade adulta, as dores de cabeça, também chamadas de cefaleias, são bastante corriqueiras. Mas você sabia que elas podem se manifestar desde a infância, desde os dois anos de idade? Em geral, é a partir dos cinco que seus relatos se tornam mais comuns, e é fundamental ressaltar que o quadro se trata de um sintoma, e não de uma doença. Tanto é que, quando a criança está gripada, pode se queixar da dor, o que nada mais é do que um reflexo da gripe. Outras infecções também podem estar por trás da cefaleia, especialmente se forem acompanhadas de febre: é o caso da amidalite, da meningite e da sinusite. Sem contar a enxaqueca, cujo principal sintoma é justamente a dor de cabeça (intensa e com frequência).

Por isso, a atenção é necessária sempre. Para saber a intensidade da dor que o seu filho diz que sente, observe possíveis impactos na rotina (por exemplo, se ele abandona alguma brincadeira por queixa do problema; isso é sinal de que a intensidade da dor deve estar alta. Não era o que acontecia aqui, pois Catarina em geral só se lembrava de relatá-la quando a atividade terminava – e sua atenção voltava a se focar na dor). Também avalie como está a rotina do filhote: se ele tem dormindo, se alimentado e se hidratado bem, e ainda se a visão não está comprometida (nesse último caso, vale destacar que muitas crianças se queixam de dor de cabeça justamente quando voltam da escola, e o problema pode ser decorrente do fato de não estarem enxergando bem a lousa e os livros durante as aulas. Assim, elas forçam a vista para tentar ler e a dor acaba voltando).

Todos esses fatores contribuem para o aparecimento da cefaleia. Mas se esses problemas forem resolvidos (ou não fizerem parte da vida do filhote) e a dor permanecer, é necessário consultar o pediatra para avaliar o quadro e, se necessário, receitar analgésicos. Um ponto fundamental que precisa ser destacado: os pais não devem medicar os filhos por conta própria, mesmo que seja com esse tipo de medicamento. O uso excessivo de remédios é desnecessário, e há ainda o perigo do mascaramento de sintomas (fica mais difícil fazer um diagnóstico do que seu filho realmente apresenta).

E dá para prevenir a dor de cabeça nos pequenos?

Dá, sim, para prevenir algumas causas que não estão relacionadas a doenças. Certifique-se de que o pequeno esteja dormindo bem (e a quantidade de horas necessária), de que ele não pule refeições e tome bastante água. Mais um cuidado é evitar o excesso de tempo em frente às telas (como do computador, tablet, televisão, videogame, celular). A exposição prejudica a visão, e a dor aparece. Nessas situações, para aliviar o sintoma, coloque o pequeno para deitar em um quarto com pouca luz, e o ajude a relaxar.