Poucos dias atrás, aconteceu por aqui uma história que mexeu muito comigo. Catarina tem muitos amigos, convive com crianças em diversos ambientes, e chegou em casa contando que duas meninas (que por sinal ela adora) estavam brincando com ela, quando de repente se afastaram. E com a maior naturalidade do mundo, a pequena foi atrás delas, perguntando por que não poderiam continuar a brincar juntas. A resposta: “porque nós temos pena de você”.

Imagem: 123RF

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Obviamente minha filha não entendeu o recado, afinal, nunca havia ouvido algo semelhante. Por isso veio me perguntar o significado – por que mesmo as outras não queriam sua companhia? Eu quase caí para trás, e foi como se tivessem dado um soco no meio do meu estômago. Minha reação de mãe leoa era querer esganar alguém que dissesse ter dó da minha pequena (desculpem a sinceridade, mas foi exatamente o que pensei na hora).

A verdade é que aquela exclusão doeu fundo em mim. E possivelmente por algum aspecto meu mal resolvido – nunca fui das meninas mais populares da escola, sempre das quietinhas que ouviam as gozações caladas. Por isso, a primeira coisa que me passou pela cabeça foi dizer que aquilo era um absurdo, que ela não poderia deixar ninguém falar assim com ela, muito menos dizer isso para alguém. Porque doía, porque machucava.

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E foi então que, conforme eu me acalmava, percebi que aquilo não tinha doído em Catarina, até aquele instante. Foi ao ver como eu reagia, que ela começou a se sentir excluída. Vi em seus olhos que seu coraçãozinho começava a doer, e tentei remediar no mesmo instante, tirando o peso do fato, dizendo que as amiguinhas não sabiam o que estavam dizendo (o que provavelmente é verdade, pois com 4, 5 anos, acredito que isso seja apenas a replicação de algo que escutaram por aí).

Mas por que contar essa história a vocês? Para dizer que, às vezes, tentando proteger, nós, pais e mães, acabamos causando o efeito contrário. Quando um filho nasce, o instinto de proteção surge como um raio, quase instantâneo – e ele é necessário, sobretudo nos primeiros anos, quando nos responsabilizamos por aquele ser tão pequenino. Que mãe nunca levantou no meio da noite, para ver se seu filho continuava respirando? Ou dormiu ao lado do berço, para se certificar de que a febre havia cedido? Que pai nunca teve vontade de encapar todas as quinas da casa, para evitar que o bebê caísse sobre elas? Ninguém precisa nos ensinar a agir dessa forma – o complicado é que precisamos aprender a estabelecer um limite, entre proteger e superproteger. Porque a superproteção também fere, à medida que impede que uma criança cresça forte, para enfrentar a vida. Ou alguma dúvida de que um filho dificilmente voará para ganhar o mundo, se o deixarmos sempre presos às nossas asas?

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Com esse episódio, eu descobri que ao tentar proteger Catarina do que ainda dirão a ela (e serão muitos “nãos”), não dei a chance de ela tratar o assunto por si mesma (e com sua cabecinha de 5 anos, que levaria as coisas de forma mais branda, sem sofrimento). Pulei na frente, ergui minha espada e quase gritei: “não mexam com a minha filha!”. Como se eu fosse capaz de funcionar como seu escudo, sempre…

Mais um aprendizado com que, mais dia, menos dia, todas as mães terão que lidar: por vezes é necessário sair da frente, deixar um filho passar pela experiência sozinho, para que tenha a segurança de que é capaz de resolver seus problemas.