Para o post de hoje da nossa querida consultora de sono, Michele Melão, eu fiz um pedido especial: que ela dividisse conosco dicas para acalmar aqueles bebês que, aparentemente, nunca se tranquilizam na hora de dormir! Como Catarina era assim, sei bem o que muitas mães passam nos primeiros meses dos filhotes!
Vem dar uma espiadinha, que o texto tem muitas informações úteis e bacanas!
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Por Michele Melão
Sabe quando você faz tudo certo e está convicta de que o bebê dormirá em breve? O pequeno dá sinais de sono, os olhos estão fechando e, de repente, ele se agita e não adormece de maneira alguma! Tenho certeza que muitas mães reconhecem esta situação!
Imagem: 123RF
Em diversas publicações aqui na coluna de sono, falei sobre a rotina, a importância dos horários e sobre os benefícios de dar previsibilidade ao bebê, para que ele esteja preparado para dormir. Mas e quando, mesmo tendo uma rotina estruturada durante o dia, com hora certa para alimentação, atividades, higiene, sonecas e fazendo um ritual de sono adequado, você sente que seu filho não se acalma com facilidade? É certo que qualquer método de educação de sono deve começar a partir dos 4 meses, mas existem, sim, algumas coisas que você pode fazer desde o nascimento do seu bebê.
Por isso no post de hoje quero deixar dicas para ajudar as mães desses pequenos agitadíssimos, que choram com facilidade e têm dificuldade para se acalmar, apesar de estarem com sono. Vamos a elas:
1) Apostem do ruído branco / sons da natureza / shshshshsh / canções de ninar! Até os 3 meses os pequenos estão se adaptando à vida fora do útero e, portanto, tudo o que lembrar aquela fase tão calma dentro da barriga da mamãe certamente tranquilizará seu bebê. Calma, mas não silenciosa! O silêncio não é algo habitual para um recém-nascido (o funcionamento do intestino da mãe pode chegar a 80 decibéis – para se ter uma ideia, uma conversa em tom normal chega a 60). Por isso, use sons contínuos e repetitivos – assim você também consegue abafar os barulhos externos desagradáveis para o sono do bebê. Nas sonecas, esses sons podem ser usados durante todo o tempo, e, à noite, utilize apenas para acalmar seu filhote, e desligue quando ele dormir. O ruído pode ser usado por um período grande; porém, aos poucos, a partir dos 4 meses, o ideal é começar a tirá-lo, para ver se seu filho sente falta. Utilize então só nas sonecas, desligue quando ele adormecer, até que consiga cortar completamente.
2) Cueiro – o útero é um lugar bem apertado nos últimos meses da gestação, o que significa que ficar muito “solto” pode deixar seu bebê nervoso e inseguro. Repare como ele se acalma no colo e no carrinho, porque, além do aconchego, existe a restrição de espaço. Para os recém-nascidos, o uso correto do cueiro pode ser um excelente calmante: enrole inclusive os bracinhos, fazendo uma espécie de charuto. Esta técnica é ensinada pelo pediatra americano Harvey Karp, que defende que os primeiros 3 meses de vida do bebê devem ser considerados como o 4º trimestre da gestação (e, portanto, tudo o que lembre aquele ambiente acalmará o bebê e cessará seu choro). A partir dos 3 meses você pode começar a “soltar” o pequeno do cueiro (ou quando sentir que seu bebê está incomodado), mas não sugiro tirar de uma vez só. Solte primeiramente um dos bracinhos, depois de 3 ou 4 dias o outro, mais uns dias uma perninha, até deixá-lo solto e confortável para dormir.
3) Shantala – essa massagem pode ser aplicada no bebê a partir do 1º mês de vida. Além de melhorar muito o vínculo entre mãe e filho, a massagem alivia as cólicas e promove o relaxamento, ajudando no sono. As únicas ressalvas sobre a técnica são as seguintes: ela não deve ser feita se o bebê estiver de barriga cheia, e a mamãe precisa preparar o ambiente (temperatura, luzes) para um momento só dos dois. Geralmente aliada ao uso de óleos, a mamãe pode aproveitar os benefícios da aromaterapia, e, com auxílio profissional, escolher óleos como a lavanda, que possui propriedade calmante. Você pode continuar com a massagem até quando o bebê couber na sua perna. Depois de alguns dias, eles já esperam por este momento de relaxamento. Vale a pena insistir!
4) Banho – mesmo que você já tenha dado banho em seu bebê, se o choro estiver descontrolado, colocá-lo na água pode ser a melhor solução. Verifique se a temperatura está entre os 37 e 38 graus, coloque uma música relaxante (instrumental), som da natureza ou mesmo um ruído branco (para remeter o filhote ao ambiente do útero), e, se possível, coloque uma gotinha de óleo essencial de lavanda na água da banheira. Não é necessário abusar dos sabonetes ou shampoos e, para bebês de até 6 meses, lembre-se de colocar água só o suficiente para cobrir o umbigo. Apenas deixe que seu filho curta o momento e, principalmente na hora de sair do banho, mantenha o ambiente aquecido, pois os pequeninos são extremamente sensíveis (e todo o relaxamento pode ser perdido se ele sentir frio).
5) Tire o foco da agitação / Mude o cenário – muitos bebês choram porque estão entediados, especialmente a partir dos 4 meses. Repare que, muito diferente do que acontece dentro de casa, não é comum encontrarmos um bebê aos prantos em um carrinho passeando em parques ou no shopping (a não ser que estejam com fome, fralda suja ou outro incômodo). Se você estiver em casa e já verificou todas as possibilidades causadoras do choro e seu filho não se acalma, tente mostrar algo que tire a cabecinha dele da agitação. Quase sempre os pequeninos são curiosos e se distraem facilmente, então não precisa ser algo muito mirabolante. Vá para uma janela, ligue um ventilador, mostre um objeto bem colorido, diminua as luzes ou saia por alguns minutos de casa.
6) Sugar acalma! Mesmo que você tenha certeza de que seu filho não está chorando por fome, o próprio choro alto do bebê pode fazer com que ele fique mais agitado – e, muitas vezes, a melhor solução é silenciá-lo, para que se acalme. O bebê chora porque está chorando alto, é isso mesmo! Para quem usa chupeta, essa pode ser uma excelente ferramenta (apenas para acalmar, porque a ideia é sempre essa!) ou mesmo oferecer seu dedo mindinho (limpo) para que ele sugue e se tranquilize. Aos poucos, você pode cantar ou começar a falar com seu filho de uma forma bem calma, sempre diminuindo o tom de voz, até que a agitação termine.