Toda vez que um ano novo começa, nos sentimos dispostos a avaliar o ano anterior – os acertos, procuramos manter; e os erros, tentamos modificar. Comigo não é diferente: a vontade de reiniciar e fazer uma história ainda melhor é o sentimento que me guia no início de todos os anos. E, dessa vez, confesso, gostaria de mudar muita coisa para os próximos meses.
Não posso reclamar do ano que acaba de terminar: eu cresci, amadureci, ganhei coragem para trilhar novos caminhos. Eu trabalhei como eu nenhum outro ano de minha vida (ou melhor – durante os primeiros meses de Catarina, eu trabalhei muito mais, embora trocar fraldas e amamentar no meio da noite não sejam tarefas típicas de um trabalho formal – há até quem diga que “ficar em casa cuidando de um bebê é a coisa mais fácil do mundo”! Pois até hoje, todas as vezes em que eu me sinto cansada ao fim de um dia, penso nas mães que passarão suas madrugadas em claro com um bebê no colo, e me lembro que nenhum outro trabalho é tão exaustivo quanto esse!). Posso dizer que a vida de empreendedora me trouxe muita liberdade, mas que o preço pago foi trabalhar aos sábados, domingos e feriados. Se por um lado eu podia ficar com minha filha quando ela estava doente, sem dar satisfação a qualquer chefe, descobri que essas horas teriam que ser compensadas depois que ela dormia (e haja disposição para trabalhar, inúmeras vezes, até às 2 horas da manhã).
Enfim, termino um ano de muito trabalho e de grandes conquistas; mas, acreditem, com o coração um pouco apertado. Porque quando eu não estava trabalhando, estava cuidando de Catarina, e vice-versa. No meio dessa rotina louca, eu descuidei da minha saúde (por isso em 2014 eu peguei todos os resfriados que você possa imaginar); e deixei também de me fazer presente na vida de muitas pessoas queridas – o almoço com aquela amiga importante foi remarcado diversas vezes, os telefonemas para minha avó foram mais esparsos do que de costume (e ela certamente gostaria de ter visto mais a pequena do que viu), eu não estava no dia em que minha irmã escolheu o vestido de noiva que usará em seu casamento, eu não liguei para meus pais todas as noites, mesmo sabendo que eles adorariam saber como foi o meu dia.
Não sei se essas pessoas sentiram minha falta, porque, nos momentos em que realmente precisaram de mim, eu estava lá. Nas horas críticas, de dificuldades, eu encontrei uma forma de priorizá-las. Mas para 2015 eu queria mais: estar também nos instantes felizes, leves – para dar risada, para abraçá-los, para dizer o quanto são especiais. Eu queria que meus dias tivessem 48 horas para dar conta de tudo – e, como isso não é possível, coloquei como objetivo me organizar para aproveitar 100% de cada minuto.
Que comece um novo ano! E que em 2015 consigamos aproveitar cada dia como um presente que nos foi dado, para fazermos as pessoas à nossa volta felizes!