Hoje saiu a notícia da segunda gravidez da princesa Kate. Claro que muita gente falou sobre o assunto, mas nem de longe causou o mesmo furor do anúncio da vinda de seu primeiro filho, o Príncipe George. Fiquei pensando como deve ser difícil, em uma monarquia, lidar com essa questão da ordem no nascimento.
Simplesmente porque um nasceu antes do que o outro, espera-se que haja preparação para assumir a posição de rei. Coitado do primogênito, que não foi questionado sobre sua vontade de moldar sua vida para esse cargo.
E coitado do segundo filho, que ao nascer já colocam em uma posição completamente diferente do que a de seu irmão. Haja psicologia por parte dos pais para equilibrar essa balança.
Mas, pensando bem, todas nós acabamos lidando com esse assunto (em uma escala muito menor, obviamente). E, se você duvida que a ordem de nascimento possa influenciar a personalidade dos pequenos, sugiro que apenas observe as famílias que você conhece (começando lá pela sua infância).
Eu tenho feito essa análise e percebo que existe, sim, um padrão entre os irmãos de minha convivência. Por isso comecei a ler sobre o assunto, e o resultado dessas leituras eu compartilho aqui com vocês.
A ordem de nascimento
O primeiro filho
Em geral o primeiro filho é aquele que os pais consideram o mais responsável. É o único dos filhos que reinou sozinho por um tempo, tendo todos os holofotes sobre sua cabeça. Ele cresce com grande auto-estima (praticamente se achando a bolacha mais recheada do pacote).
Como era o mais velho dos irmãos, mandava nos mais novos, por isso está acostumado à posição de líder. Parece ótimo ser o irmão mais velho então, certo?
Como em tudo nessa vida, há também o lado negativo. Porque em geral são colocadas sobre ele as maiores expectativas (e, mesmo que os pais não façam isso conscientemente, é assim que ele se sente). Ou seja, ele está acostumado a agradar e pode ficar mal quando o resto da vida não lhe dá o que ele considera a devida atenção.
O segundo filho
O segundo filho, normalmente, quer fazer tudo diferente do primeiro. Porque ele vive ouvindo as pessoas falarem sobre as proezas do mais velho (que pode não ter nada de excepcional – mas como é novidade para a família, todo mundo para para ver). E acha que se fizer igual, não vai chamar atenção para si.
Aí ele resolve confrontar – se o primogênito é “bonzinho”, cordato, o segundo vai adorar contrariar; se o primeiro é sério, o segundo é o palhaço da turma. Ruim ser o segundo então, certo? Claro que não. Porque por achar que não recebe tanta atenção em casa, ele se vira para buscá-la lá fora. E com isso, pode desenvolver uma rede muito grande de amigos (bem maior, inclusive, do que a de seu irmão mais velho).
O caçula
O caçula é o bebê da casa. E pode ser custoso para os pais se despedirem da infância do último filho. Ele é o bebezão, e a ele são permitidas coisas que não foram aos irmãos mais velhos (que “amaciaram” os pais e lutaram por mais espaço – e essa liberdade geralmente o mais novo que usufrui).
O lado ruim de ser o mais novo é sempre ver os mais velhos fazendo coisas que gostaria, e nem sempre poder (ficar para trás, nessas situações, é altamente frustrante).
O filho único
E o filho único? Esse reina sozinho a vida toda. E pode ser que isso o torne mimado, por ter todas as vontades atendidas; ou pode ser que não. Porque sobre ele caem todas as expectativas dos pais, e é preciso cuidado para que ele não se sinta cobrado demais.
O filho único é aquele que não tem irmãos para dividir as brincadeiras, e corre o risco de crescer em um mundo de adultos (e até amadurecer muito cedo).
É claro que nem todas as pessoas que eu conheço seguem esses padrões. Mas eu acho importante conhecê-los, para que nós sejamos pais e mães mais conscientes e preparados para lidar com comportamentos que podem surgir em nossos filhos.
Conhecer e valorizar cada criança certamente é o primeiro passo para uma família cheia de harmonia, na qual os filhos desenvolvem laços de amor e amizade.