Um dos primeiros presentes que ganhei para Catarina quando ainda estava grávida foi um par de brincos de pérolas. Eu, que sou completamente apaixonada por brincos, fiquei alucinada só de imaginar a pequena com aquelas miudezas. Então, quando a filhotinha nasceu, me pareceu a coisa mais natural do mundo furar sua orelha. “Na maternidade, claro”, pensei. Parecia-me o melhor lugar do mundo para o procedimento. Mas fiquei frustradíssima em saber que o local onde Catarina nasceu não oferecia o serviço (segundo eles, pelo risco de infecção em um bebê que eles não estariam acompanhando diariamente).

furar orelha do bebê

O segundo local que me veio à cabeça foi uma farmácia. Minha mãe havia furado minha orelha quando bebê e, em algum momento da minha infância (provavelmente quando comecei a usar brincos que não eram de ouro), tive tamanha alergia que um dos furos se fechou. E lá fui eu, já adolescente, furar a orelha na farmácia. Mais uma vez, não seria possível, visto que naquela época esse tipo de estabelecimento estava proibido pela ANVISA de realizar o furo (mas desde 2012 as farmácias foram novamente autorizadas, então voltam a ser uma opção para você que está lendo esse post agora).

“E agora?”, pensei. O natural foi recorrer às amigas que haviam tido filhas pouco tempo antes do nascimento da minha pequena. Elas então me indicaram alguns profissionais que realizavam o furo na orelhinha. Acabei em uma fisioterapeuta com conhecimentos de acupuntura, e que aparentemente furou a orelha de Catarina de forma a não pegar nenhum ponto energético. “Ótimo, um problema a menos resolvido!”. Só que não…

Alguns meses depois do furo, troquei os brincos de aço inoxidável colocados com a pistolinha por um par de brincos de ouro. Até aí, tudo bem! O novo par ficou por mais uns dois meses e a orelhinha ia muito bem obrigada. Mas a mamãe aqui resolveu trocar novamente os brincos e … um dos furos inflamou. Ai, que dó! Lembro muito bem daquela orelha gordinha, inchada, vermelha! E por não saber exatamente o que fazer, tirei os brincos e esperei a situação melhorar; conclusão: o furo fechou. Ai, ai…

Quando esse fato ocorreu, Catarina já tinha mais de seis meses de vida, e mexia em tudo o que estivesse ao alcance de sua mão. Por isso, furar novamente a orelha naquela fase estava fora de cogitação, uma vez que eu tinha certeza de que ela ficaria mexendo (imaginem se inflamasse pela segunda vez? Não poderia correr o risco!). Resultado: a pequena está com quase três anos, e apenas com uma orelha furada. E a mãe aqui fica se perguntando: afinal, vou deixar um só brinco até quando?

Outro dia Catarina tocou no assunto, perguntando por que as outras meninas tinham dois brincos e ela apenas um. Depois de toda a explicação sobre a alergia, o “dodói”, a pequena resolveu que queria o segundo furo. “Ainda não, amor, porque preciso que você tenha idade suficiente para não mexer no furo, quando isso acontecer. E para entender também, porque vai doer um pouquinho, ok?”. Ah, aí tudo mudou de figura! Doer??? Como assim? “Mãe, pode deixar apenas com um furo então, está tão lindo assim!”. E com isso, continuamos aguardando o melhor momento!

Justamente porque essa discussão havia voltado à tona aqui em casa, resolvi conversar com as leitoras da fan page sobre o assunto, perguntando quem havia furado a orelha da filhotinha, e foi muito interessante ler cada um dos setenta comentários que apareceram. Algumas mães optaram por não furar a orelha da bebê, para deixar que seja uma opção da filha, quando chegar à adolescência. Outras furaram logo em seguida ao nascimento, e não tiveram problemas até hoje. E outras passaram pelo mesmo que eu (portanto é possível se concluir que as alergias, inflamações e infecções são relativamente comuns quando se fura a orelha do bebê).

Aproveitando que estamos falando sobre o assunto, acho importante passar algumas informações de utilidade pública para você que está pensando em furar a orelha da filhotinha. Veja só:

Quando furar a orelha?

Não há consenso entre os pediatras, alguns liberam assim que o bebê sai da maternidade, outros só após um ou dois meses. Isso porque nos primeiros dias do bebê deveria-se evitar ao máximo que ele ficasse exposto a risco de infecção. De qualquer forma, o melhor é consultar o pediatra da sua filha para que ele a libere para fazer os furos.

 

Onde colocar o primeiro brinco?

Alguns hospitais e clínicas realizam o procedimento. As farmácias, como eu já comentei, também podem fazê-lo, desde que com brincos estéreis vendidos especialmente para a finalidade e com o uso da pistola. Não faça o furo da orelha do bebê em casa, pois é necessário realizar as etapas do processo corretamente para evitar o risco de infecções.

 

Com que brinco furar?

Tanto o brinco de ouro (aquele de verdade, e não banhado a ouro, atenção!) como o de aço cirúrgico são recomendáveis. Eles minimizam o risco de alergia, por isso devem ficar por alguns meses na orelha antes da troca por brincos de outros materiais. O ideal é que sobre um pequeno espaço entre o furo e o brinco, tanto na frente como atrás, para que a higiene seja feita corretamente. E olhe a tarraxa, que deve ter um modelo que não incomode o bebê.

 

Depois que o furo foi realizado, como proceder?

Lavar a orelhinha com água e sabão e secar evita infecções. Depois de enxutas, passe álcool 70% para realizar a assepsia diária. Rode o brinco todos os dias por um mês. Assim você evitará que ele grude à pele.

 

E se apesar de todo o meu cuidado, a orelha inflamar?

O melhor é ligar para o pediatra de sua filha e explicar a situação. Com o uso de algumas pomadas, ele pode contornar o problema! É ele quem deve te orientar sobre tirar ou não o brinco, dependendo da situação da orelhinha!