Nos últimos tempos, sempre que conversava com as amigas mais próximas, eu dizia como sentia Catarina muito mais independente. Até os dois anos e meio a pequena fazia o melhor estilo “bicho-do-mato”: não conversava com as pessoas, enfiava o rostinho no meio das minhas pernas quando alguém que ela não conhecia se aproximava, e em hipótese alguma se afastava de mim em ambientes que ela não dominava completamente. Mas de uns meses para cá a filhotinha tem me surpreendido: transformou-se em uma tagarela, que quer contar para todos os que encontra sobre seu dia, as coisas que tem feito, suas descobertas… E passou, progressivamente, a se distanciar da mamãe de forma natural, sem demonstrar sofrimento nesse processo.

Pois então decidi que era hora da pequena passar sua primeira noite fora de casa. Há tempos a avó vinha manifestando o desejo de ter a netinha por uma noite inteira e eu estava precisando de algumas horas de tranquilidade. E assim apresentei a ideia à pequena, com a maior naturalidade: “filha, você quer dormir na casa da vovó hoje?”. Ao que ela me respondeu: “sim, mamãe, quero!”. Decisão tomada, vovó avisada, malinha feita. E foi só aí, saindo de casa para levá-la, que percebi que meu velho discurso “não sou uma mãe pegajosa, quero mais é que minha filha exerça sua independência” era só da garganta para fora.

Sim, porque eu pensei em desistir, em dizer a ela que era cedo para dormir fora de casa, que seria muito mais gostoso dormir no seu bercinho, e que se ela acordasse durante a madrugada poderia ficar abraçadinha na minha cama. Eu olhei aquele pedacinho de gente, que até pouco tempo atrás era um bebezinho que passava mais horas do dia nos meus braços do que fazendo qualquer outra coisa, e achei um absurdo que ela não estivesse embaixo da minha asa, caso precisasse de algo no meio da noite. Eu pensei em tudo isso e só não voltei atrás porque uma parte de mim realmente estava feliz em proporcionar a ela uma oportunidade de crescimento. “E se um dia em faltasse? E se por algum motivo precisássemos ficar alguns dias separadas, como ela ficaria?”; saber que a primeira experiência de distanciamento estava sendo conduzida de forma controlada, na casa da avó, com todo o cenário favorável, me deu a certeza de que aquela seria a melhor forma de acontecer sua primeira aventura externa.

E lá se foi Catarina, com seu urso embaixo do braço, animada com o pijaminha novo que vovó tinha providenciado, com as princesas que decoravam seu quartinho por aquela noite. Na hora da despedida, vi em um relance o olhar de dúvida em seus olhos. Mas os encarei com firmeza e um sorriso, cumprindo meu papel de apoiá-la. E com a mesma rapidez que veio, a dúvida se foi, e ela se distraiu. Fui eu quem tive que sair correndo, para que ela não visse que eram os meus olhos que estavam marejados.

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urso

Eu acordei no meio da noite, pensando ter escutado sua voz. Levantei no mesmo horário em que ela costuma me chamar, embora pudesse ter ficado o resto da manhã na cama. Eu esperei o telefone tocar para que eu fosse pegá-la, mas ninguém ligou. Enfim, a primeira noite de Catarina fora de casa foi muito mais difícil para mim do que para ela. Que bom que foi assim, porque senti a sensação de dever cumprido. Mas a partir de agora vou maneirar no discurso “não sou uma mãe pegajosa, quero mais é que minha filha exerça sua independência”. Porque eu já sei que falar é fácil, fazer é que são elas.

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(Obrigada à vovó Raquel por seu carinho, disponibilidade e por proporcionar à Catarina uma noite deliciosa fora de casa)