Ah, se vocês soubessem como adiei esse post… Sabe aquele assunto sobre o qual você resiste em falar, mas que fica martelando lá no fundo da sua cabeça? Pois bem, esse assunto para mim é a tal da história de ter um filho único. Eu sou a filha mais velha de três irmãs, e desde minha recordação mais antiga, elas estavam lá (como não me lembro de nada antes dos 2 anos, época em que minha irmã do meio nasceu, e muito pouco antes dos 5 anos, quando minha irmã mais nova chegou, eu sempre me vi rodeada por elas). Sempre tivemos uma relação ótima (ok, claro que na infância disputamos alguns brinquedos, brigamos pelos mais diversos motivos, jogamos arroz uma nas outras – essa aliás foi muito divertida!), mas em pouco tempo estávamos de bem, compartilhando a mesma casa, os mesmos pais, a mesma escola, as mesmas brincadeiras. Eu adoro ter irmãs, super companheiras, pessoas em que eu deposito minha confiança, com quem eu sei que posso contar a qualquer dia, hora ou local. E por isso, sempre me imaginei como mãe de mais de uma criança.

Aí veio a Catarina, e por um bom tempo (digamos, uns 2 anos), eu deixei essa história de ter mais de um filho engavetada. Os primeiros meses depois do nascimento da pequena foram tão difíceis, que cogitar a ideia de um segundo filho parecia loucura! Pensar em acordar várias vezes por noite, ouvir choro de bebê por horas e horas, ficar sem poder sair por mais de duas horas, sabendo que a próxima mamada deveria ocorrer dali a pouco tempo, pareciam coisas que eu não teria coragem de enfrentar novamente.

Para ser bem sincera, um segundo filho parecia algo intangível, principalmente porque foi muito difícil engravidar de Catarina. Ouvi de alguns médicos que eu não poderia ter filhos, e já estava quase desistindo quando, sem mais nem menos, me descobri grávida. Refiz meus exames depois do nascimento dela e as mesmas condições que mostravam uma improvável gravidez (antes dela nascer) estavam ali novamente presentes. Ou seja, engravidei uma vez contrariando as estatísticas, e uma segunda gravidez provavelmente só acontecerá da mesma forma.

E então eu me deparo com a possibilidade de só ter uma filha. E como é difícil pensar em ter um filho único! Porque mexe com alguns preconceitos (admito, a palavra é essa mesma, pré-conceito!!!) meus sobre o assunto. Não, eu não tenho medo de que Catarina se torne uma criança mimada por não ter irmãos. Acho que se você estabelece limites, dificilmente terá um filho que não respeita os outros, ou que se acha o dono do mundo. O que eu realmente receio é que ela um dia se sinta sozinha. Quando ela estiver nos seus piores dias, quando o mundo parecer se voltar contra ela, a quem ela poderá recorrer? E quando nós, pais que a adoramos, não estivermos mais por aqui, quando ela estiver envelhecendo, com que ela poderá contar? Claro que eu desejo que ela tenha muito amigos, que podem muito bem vir a ser como irmãos que ela mesma escolheu; e que encontre alguém, tenha seus filhos, seus netos, seu bisnetos! Mas coração de mãe não tem jeito, não sossega, não é mesmo?

Então, se o futuro reservar a ela a condição de filha única, cabe a mim favorecer suas amizades, ter a casa sempre cheia de amiguinhos, ser aquele tipo de mãe que faz lanches super gostosos, que conta histórias divertidas, que abraça todos os pequenos para que eles façam da minha, as suas casas!

E você, tem um filho único também? Não gostaria de dividir sua história conosco? Eu adoraria saber o que você acha sobre o assunto!