Esse foi um Dia das Mães muito especial para mim. Porque foi, de fato, minha primeira comemoração como mãe. No primeiro mês de maio após o nascimento de Catarina, a pequena tinha apenas quatro meses, época do auge das crises de choro do seu primeiro semestre de vida. Ela chorava de um lado, eu do outro. Não havia espaço para celebração, apenas a certeza de que aqueles tempos difíceis, um dia, iriam acabar.

No ano passado, minha filha tinha mais de um ano, e já interagia muito mais. Tudo estava infinitamente melhor: já não havia cólica, ou refluxo, eu já tinha o direito de passar algumas noites de sono sem acordar. Mas ela passou por uma crise respiratória e foi internada, na sexta-feira que antecedeu o Dia das Mães. O domingo, que seria daquela vez comemorado, aconteceu no hospital; eu à disposição dela durante as 24 horas do dia, sem dormir ou comer direito, com o coração apertado por vê-la tão fraquinha.

E esse ano, enfim, tive a chance de comemorar com ela essa data. Nossa, que felicidade! Ao acordar, receber seu abraço apertado, ouvir sua voz me chamando, suas risadas, escutá-la traduzir em palavras seus pensamentos… Passamos o dia juntas, almoçamos em família, e curtimos a presença uma da outra. Sem grandes preparações, como um dia comum, igual a tantos outros. E eu me percebi feliz, desejando que o dia nunca mais acabasse.

No primeiro ano de Catarina, eu achei que nunca sentiria saudades de ter uma criança pequena em casa. Foi tão difícil, tão desgastante, que eu desejava que ela crescesse logo. E ouvia de minha mãe que eu sentiria uma falta enorme da época dos filhos pequenos (a que eu negava veementemente!). Pois é, mais uma vez minha mãe tinha razão, porque eu já sinto saudades, se é que isso é possível. Não dos primeiros meses (que convenhamos, são duríssimos), mas do dia de ontem, de anteontem, da semana passada. De quando ela falou mamãe pela primeira vez, ou fez um chazinho em seu bule de brinquedo para a mamãe, ou me abraçou e dormiu como um anjo, exausta de brincar por horas e horas. Amanhã eu já sentirei saudades desse Dia das Mães, que terminou com Catarina deitada em seu berço, quase pegando no solo, dizendo: “obrigada, mamãe, pelo Dia das Mães”. Não, filha, obrigada você, por ser a luz da minha vida!

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