O mau comportamento é um dos maiores medos de todas as mães e pais. Esse assunto parece ficar ainda pior quando há queixas advindas da escola. Isso costuma acontecer porque já é de conhecimento comum que crianças que têm maus comportamentos costumam ter consequências sérias na vida, normalmente associadas com o desempenho escolar e com as relações interpessoais.
Lidar com o mau comportamento da criança é um grande desafio, mas não é impossível. Entretanto, antes de pensarmos em ações concretas para prevenir ou solucionar os problemas de mau comportamento infantil é muito importante que os pais e as famílias compreendam algumas das principais causas desse mau. É, também, muito importante que os adultos entendam que a família e o ambiente doméstico da criança têm grande responsabilidade sobre a forma que a mesma agirá e se relacionará com os outros.
Por fim, vale lembrar que a criança não precisa estar fazendo bullying para isso ser considerado mau comportamento. O bullying é o extremo do comportamento ruim no ambiente escolar, mas existe uma série de outros indicadores, por exemplo:
Algumas pesquisas demonstram que esses comportamentos iniciais são sinais de alerta. De acordo com o estudo, crianças que reproduzem esses comportamentos têm maior probabilidade de virem a praticar bullying no futuro, quando o problema não é devidamente solucionado.
Entenda aqui por quais razões a criança precisa de regras e quais as principais responsabilidades da família no mau comportamento escolar dos filhos. Boa leitura!
É cada vez mais comum vermos famílias que centram suas rotinas e suas decisões nos desejos das crianças. Apesar da boa intenção desses pais, esse tipo de comportamento afeta significativamente o bom desenvolvimento infantil. Isso acontece porque todos os ambientes devem ser regulados por combinações que sejam respeitadas, as regras.
As regras são importantes porque se tratam dos primeiros ensinamentos para a vida a que a criança terá acesso. Com o cumprimento dessas combinações a criança aprenderá que existem limites que são importantes de serem respeitados. Ensinar isso para as crianças não vai ajudar apenas o dia a dia dos adultos, mas também auxiliará a criança a desenvolver inteligência emocional. Os maiores benefícios para a criança ocorrem quando ela começa a aprender a lidar com as frustrações. Outro ensinamento essencial para a vida da criança também ocorre quando ela passa a compreender e a respeitar o limite e o espaço do outro.
Todavia, para que esses ensinamentos sejam efetivos, é muito importante que a criança seja protagonista e faça parte da construção dessas combinações. Uma série de pesquisas demonstram que as crianças têm maior facilidade de respeitar regras que elas compreendem e que elas ajudaram a construir. Por isso, converse com a criança e estipule quais regras o ambiente doméstico terá. Ainda que não seja possível acordar todas as regras com a criança, é importante que ao menos algumas delas sejam acordadas em conjunto e que o restante seja explicado de forma simples, para ela compreender.
Não existe um modelo de regras padronizado, pois cada família precisará verificar aquilo que faz sentido para o seu dia a dia. É possível, por exemplo, que para uma família andar de pé descalço seja um problema, enquanto para outra não. É possível que para uma família ter um horário fixo para ir dormir seja necessário, e para outra essa não seja uma questão. Talvez uma família precise garantir através das regras quantas horas as crianças poderão jogar vídeo-game enquanto outra família não necessite dessa combinação.
As regras, em si, são muito pouco relevantes. O essencial é que as famílias tenham uma lista de combinações e que essas sejam explicadas e construídas com as crianças.
Existe uma variedade bastante grande de fatores que podem estar associados com o desenvolvimento de mau comportamento escolar. Esses fatores costumam ter relação com o próprio ambiente escolar, com a família e com o contexto social em que a criança está inserida. Outro fator que também costuma interferir no comportamento infantil são as condições emocionais da criança de lidar com os seus sentimentos e frustrações.
Veja aqui 3 fatores que costumam estar diretamente relacionados com o mau comportamento escolar das crianças e que tem associação com a dinâmica familiar.
Estudos demonstram que crianças que precisam de mais atenção do que estão recebendo tendem a buscar o olhar do adulto de qualquer forma, mesmo que para isso precisem passar de alguns limites. Ou seja, a necessidade de atenção está entre os aspectos mais importantes no mau comportamento escolar, de acordo com especialistas.
Veja que isso nada tem a ver com aquela antiga ideia (e equivocada) de “está fazendo para chamar a atenção”. Pode ser que sim, que o seu filho esteja fazendo algo para “chamar a atenção”, mas somente chama a atenção quem precisa de atenção.
Pesquisas no âmbito da psicologia do desenvolvimento e da psicologia infantil já mostraram que a demanda que a criança tem por atenção é subjetiva. É muito difícil “calcular” ou “prever” o quanto de atenção uma criança vai precisar. Além disso, os estudos também já mostraram que a atenção não depende exclusivamente da quantia de horas destinadas para a criança, mas sim, da qualidade desse tempo. De acordo com estudiosos, uma criança que passa menos tempo mas com maior qualidade com os seus cuidadores pode ter um desenvolvimento muito mais saudável do que uma criança que está recorrentemente com os seus pais, mas sem qualidade.
Assim como já foi mencionado, a construção de um ambiente com regras e com limites é muito importante para o desenvolvimento infantil. Ou seja, famílias que não estipulam limites claros e que deixam as crianças sem qualquer borda tendem a ter mais problemas com mau comportamento escolar.
Seja por falta de tempo para a criança ou por medo de como limitar combinações, as crianças que não aprendem desde bem cedo a respeitar alguns limites costumam se sentir desamparadas e não saber como agir quando chegam em espaços onde há uma série de regras a serem seguidas, como o caso da escola.
Crianças que aprendem desde pequenas a fazerem o que, quando e como quiserem terão muita dificuldade de reconhecer o outro como um sujeito detentor de direitos e de vontades próprias. Além disso, essas crianças também costumam ter mais dificuldades que as outras para reconhecer a autoridade, como os professores.
É muito importante que as mães, pais e famílias façam uma autoavaliação e tentem descobrir se estão colocando limites nas crianças e, caso estejam, se estes limites foram dialogados e estão claros para o pequeno.
Outro fator que os estudos descobriram que costuma ter associação com o mau comportamento escolar é a dificuldade da criança lidar com as suas próprias emoções. Isso porque uma criança que não reconhece e não consegue lidar com as emoções também terá grande dificuldade de responder de forma saudável às “explosões” de emoções.
A família precisa ter em mente que as crianças aprendem por modelagem. Isso quer dizer que dar exemplo é a melhor estratégia de educação. Se o seu filho está exposto a um lugar em que os gritos e a confusão são a forma empregada de resolver conflitos, a criança vai aprender que é assim que deve agir. Por outro lado, se os adultos souberem dialogar e cederem para preservar o bom convívio, a criança também aprenderá que nem tudo pode ser do jeito que ela deseja.
Ajudar a criança a reconhecer e lidar com as emoções é uma forma saudável de prevenir possíveis problemas de comportamento.
É claro que existem muitos outros fatores que podem ter relação com o mau comportamento infantil. Essa pequena lista tratou apenas dos temas que são mais comuns e que dizem respeito ao ambiente familiar, de acordo com a ciência.
Existem alguns estudos que demonstram que o mau comportamento também pode ser acentuado pela dieta alimentar que a criança consome. Por isso, é muito importante fazer o acompanhamento com pediatra e seguir as recomendações, sempre que possível.
Outro estudo aponta para o efeito da exposição a adultos fumantes no comportamento infantil. Ou seja, quanto mais próxima a criança ficar de tabaco, maior a chance da mesma vir a desenvolver problemas de comportamento. Isso sem dizer os diversos prejuízos de saúde que a exposição ao cigarro causa.
Além disso, é possível que o seu filho tenha alguma condição psicológica que esteja interferindo no seu comportamento. Apesar do caso de transtornos mentais serem mais raros, o sofrimento psicológico é muito comum entre crianças e adolescentes de todas as faixas etárias. Esses casos precisam de acompanhamento profissional com uma psicóloga que, além de tratar a criança, também fará acompanhamento familiar para orientações com os responsáveis.
Vale lembrar também que a criança é uma esponja e que dificilmente o comportamento do seu pequeno não tem relação com o ambiente familiar. Por isso, avalie o espaço familiar e tente verificar se o mesmo não está apresentando sinais para a criança que podem deixá-la se sentindo mal ou insegura.
Por fim, é importante que os adultos não comecem a julgar e a castigar as crianças que apresentam mau comportamento antes de avaliarem o caso. Antes de tomar qualquer decisão, a família precisa avaliar as condições emocionais e intelectuais da criança. Esse passo é importante para averiguar qual a melhor medida a ser tomada e o quanto a criança sabe dos erros que está cometendo.
O que achou desse conteúdo? Está passando por problemas com o meu comportamento do seu filho? Compartilhe conosco a sua experiência.
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