Foto: arquivo pessoal, a reprodução não está autorizada - agradecimentos à fotógrafa Daniela Almeida
Mais um ano passou, e aqui estou eu, falando de uma nova etapa da vida da Cacá. É muito gostoso registrar seu crescimento: os 4 anos (a idade da fofura), os 5 (a idade da alegria), os 6 (a idade do crescimento), e agora os 7 anos!
Claro que, como em todos os anos anteriores, vejo coisas incríveis acontecendo com Catarina: a começar pela alfabetização, que está se consolidando a passos largos. A pequena já lê e escreve com mais desenvoltura, e esse fato mudou sua forma de ver o mundo.
Seu rostinho mudou, suas pernas espicharam! Nesses últimos tempos me peguei pensando com que altura ela ficará – afinal, já bate em meus ombros.
Mas 7 anos têm apresentado também alguns aspectos mais “tensos”, digamos. Não sei se vocês já ouviram falar, mas, segundo a antroposofia, uma pessoa apresenta ciclos de 7 anos.
Até essa idade, a criança se volta inteiramente para a família – é o mundo ideal, o ninho, que se estabelece dentro de casa. E então, a partir dos 7 se inicia uma nova etapa, em que a criança descobre o exterior, os próprios sentimentos, incorpora valores, e há uma intensa troca com o mundo.
Pois no caso da Cacá, vejo que esses despertar é lindo, mas traz ao mesmo tempo alguns conflitos.
Justamente por estar mais atenta ao mundo, Catarina demonstra alguns medos. Engraçado como algumas amigas minhas, com filhos mais velhos, já tinham me antecipado isso (e confesso que na época eu pensava: mas se Cacá não tem medo de monstros aos 5 anos, provavelmente não terá mais tarde!
Mas eu errei: ela tem se demonstrado aflita com diversas coisas, tanto reais como imaginárias). Medo de histórias de terror (que são contados pelos amiguinhos, já que na TV eu não libero esse tipo de conteúdo), de lendas como mula sem cabeça e lobisomem, e também de ficar presa no elevador.
Medo de que algum colega tire sarro se ela errar a resposta de algum exercício, ou simplesmente do escuro. Sim, minha menininha está crescendo, e aprendendo a lidar com um mundo que ainda não entende bem.
No entanto, vejo que a fase da inocência cega chegou ao fim. Cacá já olha com alguma desconfiança para a história da fada do dente, e outro dia chegou a me perguntar se são os pais que pegam os dentinhos do filho, debaixo do travesseiro.
Dei risada e perguntei se ela sabia a resposta, e ficou o dito pelo não dito. Até que, pouco depois, ela disse: será que você também é o Papai Noel? Não pude acabar com essa fantasia, e acabei mentindo, dizendo que não. Que não era eu.
Ela concordou, disse que não poderia ser mesmo, afinal o sino sempre tocava ao longe, enquanto eu estava ao lado dela. Vejam como já existe todo um raciocínio por trás, que sustenta uma crença ou não.
Talvez a parte mais bonita que eu vi aflorar aos 7 anos seja a conexão com a espiritualidade. Ao mesmo tempo em que Cacá se pergunta se algumas histórias são verdadeiras, ela também acredita no que não pode ver, mas sabe que está lá.
Sem frases prontas (embora saiba rezar o Pai Nosso e a Ave Maria), ela agradece o dia que teve e a proteção que sua família recebe. Ela é uma menininha de muita, muita fé.
Desde que Catarina nasceu, eu digo que um dos maiores prazeres da vida de um pai e de uma mãe é apresentar o mundo para um filho. Agora tenho pensado que essa é também uma das nossas maiores responsabilidades.
Porque aos 7 uma criança está muito, muito atenta ao que você demonstra (na verdade, atentos os pequenos sempre estão, mas nessa idade eles têm uma compreensão muito maior do que acontece ao redor). Torço para que eu possa demonstrar toda a beleza do mundo para minha filha, com sabedoria.
Que eu saiba estimulá-la a voar com segurança, bondade no coração e sabendo o que realmente importa na nossa relação com os outros. E eu achando que o difícil era acordar três vezes durante a noite, né?
Agora com mais consciência social, seu filho pensa no mundo ao seu redor.
A seguir estão algumas coisas que você, como pai, pode fazer para ajudar seu filho durante esse período: