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Estrabismo em bebês e crianças: o que você precisa saber sobre o “olho vesgo”

Você já notou um desvio nos olhos do seu filho? Muitas mães, ao longo desses anos de blog, me escrevem com perguntas sobre esse tema. Por isso, acredito que o post de hoje, sobre estrabismo em bebês e crianças, será de grande utilidade para várias famílias.

bebê com estrabismo. Foto: Freepik

Nos primeiros meses do bebê é relativamente comum que o olhinho pareça desviado, ou “vesgo”. Mas conforme a criança cresce, vai adquirido a habilidade de firmar o olhar. Quem explica tudo sobre o estrabismo infantil hoje é a Dra. Andrea Muller, especialista no assunto.

Para que possamos entender quando a situação acontece, quando é preciso investigar já na fase de recém-nascido, quais são os tratamentos e muito mais eu fiz algumas perguntas que foram respondidas pela oftalmologista, e que trazem muitas informações importantes. Recomendo demais a leitura!

Se preferir, veja uma entrevista com a Dra. Andrea na qual ela conta todas essas informações ao fim do post!

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Entrevista sobre estrabismo

1) É comum dizerem que o recém-nascido pode ter um certo desvio no olhar. Isso realmente acontece? A partir de quando os pais devem se preocupar com o desvio, que pode se caracterizar de fato como estrabismo?

Dra. Andrea: os bebês até os 6 meses estão desenvolvendo a habilidade de manter seus olhos alinhados. Assim, nessa fase, pode acontecer dos olhos desviarem em alguns momentos do dia. Após os 6 meses os olhos não devem apresentar nenhum tipo de desvio. Então, se isso acontecer é preciso marcar uma consulta com um oftalmologista.

Em qualquer idade não é normal um olho constantemente desviado. Nesses casos a consulta pode ser feita antes dos 6 meses de vida.

2) Um bebê que nasce sem desvio nos olhos pode desenvolver estrabismo mais tarde? Por quê?

Dra. Andrea: os bebês que nascem ou apresentam desvio dos olhos até os 6 meses de vida são aqueles com estrabismo congênito. Mas existem diversos tipos de estrabismo, cada um com suas características.

No entanto, o pico de incidência do estrabismo na infância é entre 2 e 3 anos de idade.

3) O estrabismo pode surgir em qualquer idade ou apenas na infância?

Dra. Andrea: pode, sim, ocorrer em qualquer idade, não há uma idade mínima nem máxima. O estrabismo na infância leva a alterações no desenvolvimento visual que podem levar a sequelas como a ambliopia (olho preguiçoso) para o resto da vida.

Já quando ocorre no adulto/idoso, como a visão já está desenvolvida, não há um comprometimento da acuidade visual, mas nesses casos é muito comum o aparecimento de visão dupla, condição que atrapalha muito as atividades diárias, comprometendo a qualidade de vida.

4) Quais são as principais causas do estrabismo?

Dra. Andrea: na maioria dos estrabismos infantis a causa exata não é conhecida. Alguns acreditam ser um problema nos músculos dos olhos, outros que a causa seria uma alteração cerebral na área que controla os movimentos oculares.

Porém, nos estrabismos que aparecem nos adultos existem algumas causas conhecidas como hipertireoidismo, diabetes, hipertensão , AVC, tumores, entre outras.

5) Quais são os tratamentos para o estrabismo em bebês e crianças (tampão, óculos, cirurgia)? Quando cada um é recomendado?

Dra. Andrea: é muito importante que toda criança com suspeita de estrabismo seja avaliada por um oftalmologista. Ou seja, na consulta será avaliado se a criança tem ou não estrabismo.

Algumas crianças possuem uma condição conhecida como pseudoestrabismo, isto é, a criança aparenta ser estrábica, mas ao exame se observa que é apenas uma impressão (e que na verdade a criança não é estrábica). Nestes casos, não é necessário tratamento, com o crescimento essa impressão desaparece.

Sabe aquela história: “eu tinha estrabismo quando criança e melhorou sozinho”? Sem tratamento? Pois é, provavelmente se tratava de um pseudoestrabismo.

Ao se detectar o estrabismo, o médico irá realizar um exame de refração com os olhos dilatados, para ver o grau da criança. Logo após esse exame ele irá decidir se será ou não necessário o uso de óculos – isso vai depender do tipo de estrabismo e do grau encontrado no exame. Em alguns casos, apenas o uso dos óculos já pode ser suficiente.

criança usando tampão no olho. Foto: Freepik

O uso do tampão, na grande maioria dos casos, é para o tratamento da ambliopia (olho preguiçoso). O tampão é usado no olho bom, para forçar o olho ruim. A melhora com o tratamento não pode ser notada pelos pais, já que o objetivo é melhorar a acuidade visual e não o alinhamento ocular. No entanto, a melhora só poderá ser observada ao realizar o teste de acuidade visual.

Óculos e tampão são as duas coisas mais importantes, pois tratam o desenvolvimento visual. São a parte funcional do tratamento. Para que se obtenha sucesso o ideal é que seja feita antes dos 7 anos, preferencialmente antes dos 4 anos pelo menos.

Dra. Andrea: as cirurgias são reservadas aos casos que não melhoram com o tratamento clínico. Em alguns casos, dependendo do tipo de estrabismo, o médico já sabe na primeira consulta que o caso será cirúrgico. Em outros é necessário um acompanhamento para avaliar se será necessário operar.

A cirurgia, portanto, não substitui o uso dos óculos ou do tampão – dependendo do tipo de estrabismo ela pode ser realizada antes de 1 ano de vida, em outros casos pode se optar por operar só após os 5 anos. Alguns casos podem se beneficiar da aplicação de toxina botulínica ao invés da cirurgia tradicional.

bebê com tampão cirúrgico nos olhos. Foto: Freepik

É importante que sob qualquer suspeita de estrabismo a criança seja levada para uma avaliação oftalmológica. E se diagnosticado o estrabismo que se inicie o tratamento o quanto antes.

 

Dra Andrea Greco Muller é médica oftalmologista e especialista em estrabismo. Concluiu sua residência médica em oftalmologia no HC – Faculdade de Medicina da USP em 2007. Nesta mesma instituição concluiu 3 anos de fellowship em estrabismo. Desde então já atuou em diversas clinicas e hospitais como médica responsável pelo setor de estrabismo. Site: www.agmoftalmologia.com.br

Saiba mais sobre o tratamento

Um ou mais tipos de tratamento de estrabismo podem ser recomendados, dependendo da idade do seu filho e do alinhamento dos olhos.

Portanto, bebês e crianças muito pequenas com olhos voltados para dentro (esotropia) podem precisar de cirurgia ou óculos. A cirurgia de estrabismo nos músculos oculares ajuda a alinhar os olhos de maneira adequada e permite o desenvolvimento de uma boa visão.

Crianças com mais de 2 anos com esotropia podem receber prescrição de óculos especiais para ajudar a focalizar e endireitar os olhos. Ocasionalmente, prismas são usados ​​para ajudar no foco também.

criança no oftalmologista. Foto: Freepik

Assim, um prisma é uma lente transparente em forma de cunha que curva (refrata) os raios de luz . Um prisma pode ser acoplado a óculos ou feito como parte da lente.

Recomenda-se correção ou desfoque para ajudar a fortalecer um olho desalinhado que é mais fraco do que o outro. Portanto, a criança é impedida de usar seu olho mais forte com o uso de um tapa-olho ou colírio embaçado. Isso os obriga a usar o olho mais fraco, ajudando a fortalecê-lo com o tempo.

Às vezes, as crianças são ensinadas a fazer certos exercícios para os músculos dos olhos para ajudar a focalizar ambos os olhos para dentro.

Portanto, se óculos, prismas, tapa-olhos ou exercícios para os olhos não ajudarem, a cirurgia é recomendada.

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