Muito tem se falado na importância do autocuidado para mães. Tudo muito lindo e necessário, claro. Nós, definitivamente, precisamos nos cuidar, abrir espaço para sermos mulheres e não somente mães, e incluir na rotina hábitos e práticas que nos deem mais equilíbrio e qualidade de vida.
Mas fazer isso tudo se tornar real parece tão difícil, não é mesmo? Muitas vezes, temos a impressão de que autocuidado para mães se resume a práticas caras, demoradas, trabalhosas, enfim, inacessíveis por vários motivos. E o fato é que diversas delas são mesmo menos viáveis para muitas de nós… Mas nem todas! Tem uma, a mais simples e essencial entre elas, que é totalmente gratuita e possível: a prática da respiração correta.
“Respira fundo!” Que mãe nunca ouviu esse conselho ou repetiu esse mantra para si mesma? Sim, a vida de mãe inclui tanto aperto, atropelo, agito (e confusão), que a gente acaba sem fôlego ou respirando na base dos solavancos. E aí tudo piora! Uma boa respiração desestressa, aumenta a disposição, favorece a saúde respiratória, alivia demais o cansaço mental e, em certos momentos, até evita que a gente cometa umas trapalhadas com os filhos (afinal, quem nunca?). Então, não tem porque você não começar, hein?! Vamos ao passo a passo de um democrático autocuidado para mães.
Quanto mais rápido você respira, maior é o estresse descarregado no organismo. O ritmo ideal de alternação das inspirações e expirações deve ser como o de uma canção de ninar: delicado, suave e agradavelmente fluido.
Quando inspiramos, nosso diafragma desce até o abdômen, movimentando os músculos abdominais e movendo levemente a barriga. Na expiração, ele retorna para perto do coração, e aí a barriga também volta ao seu lugar. Dê uma olhadinha para baixo: a sua está se mexendo? Se não, é sinal de que você não está respirando como deveria.
Momentos de estresse costumam vir acompanhados de expirações curtas e fracionadas. Já quando você está relaxado, a expiração é naturalmente mais longa do que a inspiração. Preste bastante atenção nisso! O ideal é que você inspire sempre em um tempo e expire em dois. Ou seja: se levar dois segundos inspirando, expire em quatro segundos. Mas, para começar, vale tentar apenas estender cada expiração em um ou dois segundos.
Por mais zen que alguém seja, tem horas que não dá para evitar: algo acontece e a cabeça esquenta, seja de raiva, de preocupação ou de puro estresse. Quando sua respiração começar a ficar alterada, canalize toda a atenção unicamente para a entrada e saída do ar. Ficar atenta a esse processo, sentindo o fluxo do oxigênio pelo corpo, já é um relaxamento e tanto.
Quando estamos nervosos, temos a tendência de contrair os músculos superiores, especialmente os dos ombros e da garganta. Isso coloca vários obstáculos no caminho do ar dentro do corpo. Evite esse problema: procure relaxar o maxilar, o pescoço, a garganta e os ombros. Tente visualizar o trajeto interno do ar, desde as narinas até os pulmões, relaxando os músculos gradualmente enquanto inspira.
Ficar com as costas curvadas prejudica um bocado a entrada, a saída e a distribuição do ar. O resultado disso é um baita cansaço, falta de energia e dores chatas por todo o corpo. Se você passa a maior parte do seu dia sentada, que tal dar uma boa alongada e endireitar a coluna agora mesmo? Faz uma diferença…
Visualize um bebê dormindo. Enquanto ele respira, sua barriguinha infla e desinfla, seus ombros sobem e descem, sua espinha se ondula gentilmente. Acontece uma verdadeira minimassagem completa nos músculos e órgãos, capaz de aquietar cada célula interna. Então, aprenda com os pequenos!
Quando estamos relaxados, o final de cada expiração é naturalmente pontuado por uma pequena pausa. Valorize essa pausa. Inspire, segure o ar, expire e então dê dois segundos aos pulmões. Assim, fica bem mais fácil relaxar.
Bata o pó dos tapetes, abra as janelas, deixe a luz e o ar penetrarem em todos os cômodos da sua casa. E, sempre que puder, mergulhe na natureza em busca de ar puro! Nada é tão revigorante como estar em contato com ela.
Nossa respiração sofre influência direta do nosso estado mental. Uma mente agitada produz uma respiração agitada. Uma mente tranquila, é claro, produz uma respiração tranquila. Pense nisso quando o mundo pedir que você corra e faça mil coisas às pressas. Sempre estamos recebendo estímulos para sairmos dos eixos, mas precisamos saber que cabe a nós não entregar a nossa calma de bandeja por miudezas do dia a dia. Cuide da sua calma como quem cuida de um tesouro.
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Já falamos sobre outras rotinas de autocuidado para mães aqui, olha só:
5 coisas que toda mãe tem que fazer por ela (e não pelos filhos)
E também já abordamos uma situação de estresse que vai além da normalidade. Veja:
Burnout parental: quando o esgotamento dos pais vira problema