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Violência obstétrica: é fundamental se informar sobre o assunto

O termo violência obstétrica tomou grandes proporções de uns anos pra cá. Por isso é muito importante que as mulheres saibam sobre o assunto, para buscar seus direitos e procurar melhor atendimento durante a gravidez.

Primeiro, é preciso entender do que se trata: violência obstétrica é a violência cometida contra a mulher gestante em serviços de saúde. Infelizmente, ela pode ocorrer tanto no parto, como ainda no pré-natal e no pós-parto. Pode ser uma violência verbal, física ou até mesmo sexual.

Imagem: 123RF

Falando de maneira mais específica: segundo a Organização Mundial da Saúde, violência obstétrica é “a apropriação do corpo da mulher e dos processos reprodutivos por profissionais de saúde, na forma de um tratamento desumanizado, medicação abusiva ou patologização dos processos naturais, reduzindo a autonomia da paciente e a capacidade de tomar suas próprias decisões livremente sobre seu corpo e sua sexualidade, o que tem consequências negativas em sua qualidade de vida”.

Pode parecer que o problema está bem longe, mas a realidade hoje é entristecedora: dados de pesquisa da Fiocruz indicam, por exemplo, que mais de 50% das entrevistadas (foram cerca de 23 mil, pelo Brasil) sofreram episiotomia no parto – ou seja, um corte na região do períneo para ampliar o canal de parto. O problema é que a literatura médica aponta a necessidade do recurso para menos de 10% dos partos.

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Já a manobra de Kristeller, contraindicada pelo Ministério da Saúde, foi feita em 36% das pacientes. Portanto, é bom saber: a realização desses procedimentos sem necessidade ou consentimento da mulher são formas de violência obstétrica.

Exemplos de violência obstétrica

Ainda há relatos de mulheres que, durante o trabalho de parto, ouviram dos médicos que as atendiam as seguintes frases: “na hora de fazer, você não gritou”, “se você gritar eu não vou te ajudar”. Tudo isso são formas de violência obstétrica também! Quando o profissional de saúde nega apoio, não respeita os desejos da mulher ou ainda recorre a práticas como realizar o exame de toque vaginal repetidas vezes, esse tipo de violência contra a mulher está ocorrendo.

Embora o Ministério da Saúde, há alguns meses, tenha emitido um despacho para evitar o uso do termo violência obstétrica, disponibiliza em seu site um material didático sobre o assunto. Veja a seguir e entenda melhor:

Imagens: Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

Imagens: Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

Outros exemplos de violência obstétrica incluem negação do direito à maternidade; negação de sua sexualidade; julgamentos, chacotas e piadas; falas infantilizadas para se referir à mulher; desrespeito do direito à acessibilidade da informação durante o acompanhamento pré-natal, parto e aborto; restrição da participação da mulher no parto; cesáreas desnecessárias e indesejadas; laqueadura sem consentimento; quebra de sigilo e da confidencialidade; descaso nas situações de violência física, psicológica e sexual; descaso sobre o direito ao planejamento reprodutivo e prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis, vírus da imunodeficiência humana (IST/HIV/Aids); barreiras físicas para o acesso ao serviço de saúde; falta de acessibilidade para marcação de consultas e realização de exames.

Denuncie!

Caso a mulher seja vítima de violência obstétrica, é muito importante que ela denuncie. A denúncia pode ser feita na própria unidade de saúde onde ela foi atendida, ou na justiça. Nessas horas, ter apoio e se cercar de informação segura também é muito importante. Por isso, uma dica é procurar por grupos de apoio a mulheres, como nas redes sociais, para trocar experiências e adquirir conhecimento para buscar seus direitos. A união é muito importante para evitar que esses casos continuem acontecendo.

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