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Sobre saber (ou não) o que é melhor para o próprio filho

A maternidade é mesmo uma caixinha de surpresas. Quando o bebê nasce, nos deparamos com um sofrimento enorme: o de não sabermos tudo o que precisamos sobre ele. Se o pequeno chora, parte nosso coração não conhecer o motivo. Nas primeiras vezes em que ele fica doente, uma simples febre é motivo para não pregarmos o olho, pensando em algo pior. Mas felizmente o tempo passa, e aos poucos vamos aprendendo mais e mais sobre aquele serzinho que tanto amamos.

Assim, nós, mães, seguimos, até que nos descobrimos como as maiores especialistas do mundo, no bem mais precioso do universo: o próprio filho (porque, cá entre nós, é exatamente assim que os vemos). Sabemos qual é a melhor roupa para que ele não passe frio, nem calor; sabemos como fazer a papinha de fruta do jeito que ele adora; sabemos quando ele vai ficar doente, só de ouvir o tipo de espirro (que é bem diferente daquele que o filho deu ontem, coisa que ninguém mais percebe). E como isso acontece? Através de uma convivência intensa, de uma doação máxima – porque “respiramos” nossos filhos, desde o primeiro instante da manhã, até a hora em que, finalmente, colocamos a cabeça no travesseiro para dormir. Quem é mãe sabe que esse grau de ligação tem o custo do trabalho diário, que, por vezes, nos leva à exaustão. Mas, em contrapartida, desenvolvemos essa conexão incrível, que une conhecimento vindo da prática com a tal da intuição de mãe. E batata: conseguimos acertar em 90% das vezes, e viramos uma espécie de “oráculo” da casa.

Mas eis que surge uma pessoa para nos mostrar que nem sempre acertamos: sim, ele, o próprio filho! Você diz que é melhor que ele coloque uma camiseta de manga comprida, e ele insiste que prefere a curta. Você tenta dizer que melancia é uma delícia – afinal, é sua fruta preferida! – e ele não suporta sentir o cheiro. Você fala que se ele dormir com o cabelo molhado vai acordar com dor de garganta (e quando percebe, ele fez exatamente isso!).

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E o coração de mãe nessas horas? Ah, ele dói, nem que seja um pouquinho. Porque, no fundo, tudo o que nós aconselhamos (ou quase tudo) é no sentido de ajudar. Queremos que nossos filhos sintam o melhor da vida, e que passem longe dos sofrimentos que já conhecemos. Nós vivemos, passamos por experiências, e queremos poupá-los das negativas, para que fiquem apenas com as positivas. E dá? Claro que não – até porque, como é que podemos definir, com toda a certeza, o que é o melhor e o pior para eles?

Não estou dizendo que devamos deixar que nossos filhos façam apenas o que desejam, muito menos que decidam tudo sozinhos – afinal, faz parte do papel de mãe (e também de pai, claro!) mostrar o caminho do que achamos bom e correto. E o valor de nossa experiência é inegável – quantas vezes também não chegamos a duvidar do que nossos pais nos disseram, e acabamos por perceber que eles tinham razão? Mas, se pensarmos bem, também tivemos coragem, em alguns momentos, de contrariá-los, de dizer que eles não sabiam de todo o que nos faria felizes. Fizemos nossas próprias escolhas, colhemos os frutos (quebramos a cara de vez em quando? Sim! Mas também navegamos por onde eles não navegaram, chegamos a novos lugares, e tivemos o gosto de construir uma história diferente).

Então chego a mais um desafio da maternidade: guiar sem limitar, direcionar mantendo o respeito pelas escolhas que não faríamos, mas que o filho fez. Isso começa quando o pequeno pronuncia suas primeiras palavras – e permanece para o resto de nossas vidas.

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