Você precisa fazer uma reeducação alimentar em seu bebê? Ou tem uma criança em casa que realmente precisa ter os hábitos alimentares modificados? Confira!

Muito se fala sobre educação alimentar: quais os cuidados que nós, pais, precisamos ter quando nossos filhos começam a ingerir alimentos sólidos, para que eles cresçam com uma dieta equilibrada. Mas vamos falar a verdade? Não é fácil conseguir esse equilíbrio, até porque nem sempre NÓS comemos como gostaríamos (ou deveríamos).

Ao longo desses anos do blog, tendo contato direto com milhares de mães, tenho percebido que a criança “boa de boca” não é uma unanimidade nas famílias. E isso pode causar frustrações nos pais, afinal, o que mais queremos é que nossos filhos comam de tudo e prefiram sempre as opções mais saudáveis!

Se aí na sua casa o seu pequeno parece estar longe do cenário ideal – e o que ele quer saber de verdade são bolachas recheadas, batatas fritas e outras “porcarias”, e ainda faz cara feia quando você oferece algo novo e natural – esse post chegou na hora certa. E antes de mais nada não se sinta culpada: acontece com muitas famílias, e o importante é que você já está de olho e pretende mudar a situação.

Imagem: 123RF

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Eu conversei com uma nutricionista que tem experiência quando o assunto é nutrição comportamental, vertente que associa a alimentação ao comportamento – ponto chave quando falamos de educação (ou reeducação) alimentar e obesidade infantil. Ariane Bomgosto deu algumas dicas sobre o que fazer quando você já errou na introdução alimentar e seu filho se acostumou a comer os alimentos errados. E ela avisa: nunca é tarde, a mudança é sempre possível. Vem ver, que o texto está demais!

Quando eu sei que é hora de mudar a alimentação do meu filho?

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A nutricionista Ariane Bomgosto afirma que desde o processo de introdução alimentar dos bebês os pais devem estar alertas sobre o que oferecem para os filhos. Esse é o momento de equilibrar a alimentação: oferecer menos alimentos industrializados e ultraprocessados e uma variedade maior de alimentos naturais (comidas e bebidas) e de boa procedência (como os orgânicos).

Agora, se essa fase passou e isso não ocorreu, o alerta para a necessidade de uma mudança alimentar pode aparecer de diversas maneiras, conforme aponta Ariane. Como:

– A recusa pelos alimentos naturais oferecidos e preferência pelos industrializados.

– Demonstração de paladar viciado em açúcar, sal ou aditivos químicos.

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– Resistência em experimentar alimentos novos.

– Cardápio pouco variado.

– Comportamento seletivo em relação a cores, texturas ou cheiros dos alimentos.

– Demonstração de pouco prazer pela hora das refeições.

– Comportamento agressivo ou reativo no momento de comer.

– Dificuldade de participar de eventos sociais que incluam uma alimentação diferente da que a criança está habituada.

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E o que eu posso fazer?

Eu pedi para a Ariane listar algumas dicas práticas para melhorar a dieta dos pequenos quando eles não comem bem. E olha só o que ela sugere que os pais façam:

Ao montar o prato do seu filho, coloque pequenas porções de alimentos: para compor a refeição, coloque um alimento que ele ainda não conhece ou que ele tenha rejeitado junto com outros que ele já aceite. Um prato todo de alimentos que ele nunca comeu ou de que não gosta pode assustá-lo, e fazer com que ele não coma.

Não utilize distrações para fazer o seu filho comer ou para que coma menos: uma hora, elas irão se esgotar e farão com que você se canse. Além disso, não ajudarão o seu filho a reconhecer os seus sinais internos dos momentos de fome e saciedade. O ideal, mesmo que seja mais difícil em um primeiro momento, é estimular a criança a comer prestando atenção na textura, cheiro e sabor dos alimentos, além das sensações que aquele momento traz a ela.

Não use os alimentos como recompensa ou forma de demonstrar afeto: as crianças podem fazer associações entre doces e guloseimas a recompensas por terem comido outro alimento. Com isso, supervalorizam os doces e tendem a querer que estejam sempre presentes em sua rotina alimentar. O ideal é inseri-los no dia a dia da criança como um alimento qualquer. Se os pais rotulam tais alimentos como proibidos, as crianças, assim que têm a oportunidade, irão atrás destes alimentos com amigos, na escola, em restaurantes.

Não crie ansiedade: não é recomendado que os pais fiquem ansiosos para que os resultados da reeducação alimentar apareçam. Pois assim podem passar este estado emocional à criança, gerando uma expectativa e necessidade de agradar os pais. Isso pode prejudicar o processo de melhora da relação com os alimentos.

E como reagir caso meu filho se recuse a comer coisas novas?

Quando a criança já está acostumada a comer certos tipos de alimentos e queremos fazê-la comer outros, é bem comum que ela simplesmente feche a boca e se recuse a comer o que não quer. Para isso, Ariane orienta que os pais, primeiro, tentem entender por que o pequeno não quer comer.

“Muitas crianças não têm uma boa relação com o alimento devido a situações pelas quais passaram ao longo da vida”, explica a nutricionista. Sabe aquela história de o filhote dizer “não gosto disso”, mas na verdade nunca experimentou? Então, pode ser que em algum momento da vida da criança um alimento tenha sido associado a algo ruim, e daí a lembrança que ficou foi essa, negativa.

Por isso, o primeiro passo é a conversa. “Quando os pais conseguem identificar tais situações vividas e ajudar os seus filhos a ressignificarem estas experiências, eles estarão auxiliando a criança no ganho de consciência alimentar, o que é fundamental para a mudança do comportamento em relação aos alimentos”, destaca Ariane.

E como ressignificar essas experiências? Para a nutricionista, o ideal é ser claro com os pequenos. “Os pais podem fazer isso verbalizando de forma clara para a criança que hábitos alimentares são criados em determinado momento. Porém, a qualquer hora é possível mudá-los e, com isso, criar um novo estilo de alimentação e comportamento alimentar”.

Outra dica é explicar que comer é mais um processo de aprendizado (e não algo mecânico). “Os pequenos podem aprender a comer, assim como aprendem a ler ou escrever. Quando têm, ainda nesta fase da vida, a ajuda dos pais para isso, ganham competência alimentar, que é a habilidade de fazer escolhas alimentares saudáveis e adequadas ao seu organismo”, coloca a profissional.

Quanto tempo leva a reeducação alimentar?

A nutricionista afirma: pode levar de duas semanas até mais de um ano. “Isso varia de acordo com o temperamento da criança, fatores genéticos, ambiente em que a criança está envolvida”, coloca Ariane. Por isso, nada de ansiedade!

“As evoluções em relação ao comportamento alimentar são graduais e o ideal é que sejam compatíveis com o ritmo da própria criança. Ou seja, é importante que os pais respeitem o tempo que o seu filho precisa para dar os passos inerentes ao processo de mudança”, destaca.

Por isso, se quiser que o seu filho mude os hábitos alimentares, tenha paciência e seja sempre um exemplo de segurança para o pequeno entender que ele pode (e deve) passar a comer de um jeito melhor. “Quando a criança se sente segura e confiante e sabe que os pais lhe darão o suporte necessário para que ela percorra o caminho que a levará a um novo comportamento alimentar, ela tem maior facilidade em se responsabilizar e se envolver com a proposta de criação de uma nova relação com a comida”, finaliza a nutricionista.