Infelizmente, não é novidade que os serviços básicos de saúde não chegam a todas as comunidades do mundo. E essa realidade envolve também as gestantes, que não têm acesso ou sofrem para conseguir fazer o acompanhamento pré-natal como precisam. Por isso eu me emocionei com a história de Chanceline, uma mulher que, como tantas outras dos quatro cantos do planeta, caminha 5 horas até uma clínica para receber atendimento médico, em uma pequena comunidade na República Democrática do Congo.

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Durante o trajeto de 27 quilômetros entre sua casa e a clínica, Chanceline faz pausas para comer, descansar e então segue em frente, faça chuva ou sol. Nas fotos abaixo (feitas pela equipe da Cordaid, uma organização holandesa que tem por finalidade o estímulo a uma saúde universal para todos), conseguimos perceber a triste realidade que essa mulher, grávida do terceiro filho, precisa enfrentar ao menos cinco vezes durante cada gestação. Não à toa, o Congo é um dos 10 países com maior taxa de mortalidade materna do mundo.

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Pensei em como deve ser difícil estar grávida nessas condições. Na força que essa mulher precisa ter para caminhar, apesar do peso da barriga, do caminho cheio de lama, da distância que a separa dos filhos que deixa para trás – para percorrer o trajeto, tentando garantir o bem-estar de seu novo bebê. Imaginei o medo que mulheres como essa enfrentam, se percebem que algo vai mal com a gestação e o atendimento médico mais próximo está a horas de sua casa. E pude sentir nos olhos de Chanceline a obstinação, a certeza de que deve seguir em frente, porque ela é mãe, e seus pequenos dependem dela.