Eu já comentei aqui no blog que tive muita dificuldade para engravidar de Catarina. Foi um ano de tentativas frustradas, até o diagnóstico de Menopausa Precoce. Os exames de sangue confirmaram que meus ovários não iam “bem das pernas”, e me médico disse que eu teria menos de 5% de chance de engravidar. Felizmente, minha pequena, brava guerreira, está aí para provar que milagres acontecem todos os dias, se acreditarmos que eles são possíveis.

Mas como eu também já contei a vocês, meus planos nunca incluíram um filho único. Tenho duas irmãs maravilhosas, amigas, parceiras, que amo até embaixo d’água. Pessoas com quem eu tive o prazer de partilhar uma infância, uma casa, o amor de meus pais. Elas significam tanto em minha vida, que meu coração sempre quis que minha filha pudesse sentir a mesma alegria. Mas, restava saber se um outro milagre era possível.

Antes que vocês achem que estou grávida, que este é um post para contar isso, eu digo: não é. Na verdade, é justamente o contrário. Porque na época em que engravidei de Catarina, os hormônios que indicam a reserva ovariana (ou seja, o quanto os ovários ainda possuem óvulos viáveis) estavam ruins, mas não estavam péssimos. Assim, existiam os 5% – uma possibilidade remota, mas ainda real. Coisa que já não existe mais…

No fundo, eu sabia que Catarina provavelmente seria minha única filha, desde que nasceu. Por mais que eu tentasse acreditar em outra hipótese, era o que tudo indicava. Guardei as roupinhas, na esperança de que mais uma menininha nascesse (ok, eu dizia para todo mundo que passaria para minhas irmãs, quando elas engravidassem, mas era pura desculpa). Levei mais de três anos olhando as caixas nos armários, até conseguir abri-las e doar tudo…

Hoje, oficialmente eu me despeço da possibilidade de um segundo filho. Eu me despeço das imagens em que vejo Catarina brincando com um irmãozinho. Eu me despeço dos nomes que secretamente escolhia. Eu viro a página para simplesmente aceitar que a vida não é exatamente como sonhamos. E para agradecer o meu maior tesouro, a pequena Cacá – que de tão especial, vale por mil.

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