Manter a casa limpa não costuma ser a tarefa mais fácil e orgânica do mundo. Pior ainda quando somada a uma pandemia, onde higienizar tudo é aliado ao combate do coronavírus. Entretanto, algumas batalhas as mamães enfrentam muito antes do surgimento da doença.

Cuidar com o que a criança põe na boca, limpar o uniforme, esfregar os tênis e ensinar a maneira certa de fazer a higiene pessoal também fazem parte dessa luta eterna contra vírus e bactérias. 

O problema é quando o cuidado se soma ao excesso, resultando em graves acidentes domésticos. Segundo a Anvisa, houve um crescimento expressivo nas intoxicações domésticas por produtos de limpeza. Cerca de 1.540 casos adultos em 2020, aumento equivalente a 23,3% em comparação a 2019.

O mesmo aconteceu com as crianças. Registrando um crescimento de 6,01% em relação ao ano anterior, 1.940 casos só de janeiro a abril de 2020. 

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que elaborou a nota com os dados obtidos pelos centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), alerta que  essas intoxicações infantis são assustadoramente comuns. O que exige uma atenção redobrada na hora de fazer a faxina pesada da casa e dos itens das crianças – dentro ou fora de uma pandemia. 

Confira abaixo, algumas dicas que são indispensáveis na hora de manter tudo limpinho e, principalmente, seguro. 

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Como higienizar todos os tipos de brinquedos 

Higienizar coelho dentro da máquina de lavar

Higienizar coelho dentro da máquina de lavar. Foto: Freepik

Por estarem espalhados na casa inteira (quarto, sala, banheiro, carro…) os brinquedos são frequentemente esquecidos pela limpeza. Alinhá-los e deixá-los organizados não é o bastante para matar as bactérias que possam existir na superfície. O ideal é fazer essa higienização minuciosa a cada 15 dias – principalmente porque são itens extremamente rotativos, sempre em contato com outros ambientes. 

Segundo o Governo do Estado de São Paulo, cada material exige um cuidado específico para limpeza profunda: 

  • Plástico ou borracha: coloque-os de molho em um recipiente com água morna, vinagre e detergente. Aguarde quanto tempo achar necessário de acordo com o estado dos itens, esfregue e enxágue. 
  • Metais: limpe a superfície com um pano umedecido em álcool, e certifique-se de secar o objeto com um pano seco. o produto úmido pode enferrujar. 
  • Brinquedos de banheira/chuveiro: depois do uso no banho, seque os brinquedos manualmente para evitar mofo e fungos. 
  • Com apitos: capriche na água e sabão para higienizar. Evite o molho ou o banho direto na água corrente, porque podem perder a capacidade de emitir sons. 
  • Pelúcias: pode colocar na máquina desde que estejam protegidos por uma fronha ou embalagem especial. Prefira também acionar o ciclo mais delicado, para que não estrague o formato do bichinho. Depois, deixe secar, se possível, no sol. E só guarde quando estiver completamente seco. 
  • Madeira: evite água em excesso na hora de limpar materiais de madeira, porque pode ocasionar manchas. Prefira panos secos, levemente umedecidos e produtos especiais para o tipo de madeira e tratamento recebido por ela.

Limpando os ambientes da casa

Mulher segurando balde com produtos de limpeza para higienizar a casa

Mulher segurando balde com produtos de limpeza para higienizar a casa  – Foto: Freepik

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Os hábitos que já eram feitos durante a rotina pré-pandemia, se tornam indispensáveis. Agora, com cuidados extras e uma atenção redobrada em cada cantinho e cômodo. Comece pelos itens que não podem faltar:

  • Aspirador de pó ou vassoura. 
  • Panos individuais para cada cômodo da casa, de preferência de microfibra (opção mais segura para a limpeza de superfícies, porque armazena a sujeira em meio às cerdas). 
  • Álcool 70%.
  • Produtos neutros e hipoalergênicos. 
  • Desinfetantes e desingordurantes. 

Como sempre, a limpeza começa retirando o pó. Quem tem o aspirador, ou está pensando em investir em um, tem uma vantagem já que a ferramenta evita que a poeira se espalhe na retirada. Feito isso, hora de entrar com os produtos especiais para cada espaço, desingordurantes na cozinha, desinfetantes mais fortes nos banheiros, hipoalergênicos e neutros em locais delicados como o quarto das crianças. 

Divida produtos e materiais para cada espaço: panos de chão, panos de microfibra, luvas e escovinhas. Essa divisão é importante porque ao usar um instrumento de maneira repetida e sequencial, pode ser que as bactérias encontradas em um espaço sejam transferidas para o outro. Quebrando completamente a intenção da desinfecção e limpeza. 

Não esqueça de nenhum cantinho, gavetas, quinas, traseiras de móveis e encontros de parede. O uso do álcool pode ser antes ou depois da higiene com o produto recomendado para o material. Mas, atenção enquanto o líquido não evapora! Acidentes causados pelo excesso de álcool e faíscas têm aumentado durante a pandemia

Se possível, prefira deixar as crianças em outro cômodo e longe de qualquer produto tóxico. Outra dica é evitar o uso de embalagens de bebidas (como sucos e refrigerantes) para armazenar produtos de limpeza. Os pequenos podem se confundir e acabar bebendo o líquido errado. 

A frequência e a maneira de higienizar os lençóis e toalhas

Mulher segurando toalhas dobradas

Mulher segurando toalhas dobradas – Foto: Freepik

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O tempo ideal para a troca é toda semana. Em situações adversas (ou como a atual, de pandemia) o ato de higienizar os tecidos pode se tornar mais frequente.

Lembrando sempre que cada membro da família deve ter sua toalha individual. E, essa, deve ser armazenada em um local arejado após o uso e seca no sol ou na secadora após a limpeza. 

No caso de grande rotatividade em casa, pessoas do grupo de risco, ou que trabalham fora, capriche mais na individualização. Deixe toalhas separadas até mesmo para o rosto e mãos. 

Como manter a limpeza e prevenir-se do vírus 

Porta de madeira com cozinha no fundo

Porta de madeira com cozinha no fundo – Foto: Freepik

Manter os objetos usados na rua separados na parte higienizada da casa é tarefa importante. Ao chegar, prefira deixar sapatos, casacos, bolsas e roupas em um local isolado.

Perfeito para que sejam higienizados antes de entrar em contato com áreas mais sensíveis como quarto e banheiro. O mesmo vale para o carro! Não esqueça de fazer a higiene periódica e correta do automóvel e das cadeirinhas das crianças. 

O que fazer em caso de intoxicação 

Enfermeiro de mascara olhando o celular

Enfermeiro de mascara olhando o celular – Foto: Freepik

Manter as crianças em outro ambiente e esperar o tempo necessário para que elas acessem o local onde foi feita a limpeza, é o ideal. Mas, sabemos que não é realidade de todo mundo.

Além disso, os pais também podem ser vítimas do uso excessivo de produtos de limpeza na hora de higienizar. Então, é melhor ficar atento e ter os sintomas e os primeiros socorros na ponta da língua. 

Os indicativos mais comuns de intoxicação são enjoos, vômitos, dores de cabeça, alergia, tosse, irritação nos olhos ou nas vias respiratórias, queimaduras e coceiras na pele.

No caso de qualquer sintomas desses, ligados aos produtos de limpeza, a instrução é chamar o SAMU ou ligar para o Disque Intoxicação – criado em 2005 pela Anvisa, atende pelo número 0800-722-6001 e tem atendimento específico para esse tipo de acidente.

O importante é que não se espere muito tempo entre a percepção da intoxicação até a chamada de ajuda.