O medo do parto é uma sensação vivenciada por uma grande porcentagem de mulheres. Enquanto um medo leve e moderado expressa uma preocupação normal, um medo excessivo, que pode levar a mulher a evitar o momento do parto, configura-se como um verdadeiro transtorno psicológico: a tocofobia.
Grávida triste – Foto: Freepik
O medo do parto é uma sensação vivenciada por 20/25% das futuras mães. Na Grã-Bretanha, uma pesquisa com 900 mulheres teria mostrado que a ansiedade com o parto estava relacionada à falta de confiança na equipe obstétrica (73%), medo da própria incompetência (65%), medo da morte da mãe, do filho ou de ambos (55%), dor intolerável (44%) ou perda de controle (43%).
Enquanto um medo leve e moderado expressa uma preocupação adaptativa, um medo excessivo, como levar a mulher a viver a gravidez com terror constante ou mesmo evitar o momento do parto, configura-se como um verdadeiro transtorno psicológico.
O que é tocofobia?
Tocofobia é o medo do parto e o medo da gravidez, ela costuma ser o motivo pelo qual uma mulher opta por dar à luz por cesariana ou opta por não ser mãe.
A tocofobia ocorre em cerca de 10% das mulheres, enquanto entre as mulheres grávidas esse problema afeta cerca de 6-10 por cento. A tocofobia é classificada como uma fobia específica, ou seja, aquela em que o medo é desencadeado por um fator ou situação específica.
Medo do parto normal
A tocofobia é uma doença relativamente nova, só em 2000 ela recebeu seu nome oficial. Sua essência é o pânico do parto e do curso da gravidez. Os medos são tão fortes que causam problemas nas tarefas diárias e levam à histeria e ataques de pânico.
Na maioria das vezes, a mulher sente medo do parto e da dor associada a ele. Ela tem medo de não poder dar à luz, sofre de insônia ou pesadelos, sente-se fraca e tonta e também deseja evitar o parto natural a todo custo. A ansiedade pode ser acompanhada por problemas de memória e concentração, dores de cabeça, náuseas e vômitos.
Tipos de tocofobia
Teste de gravidez – Foto: Freepik
A tocofobia pode ser primária ou secundária. No primeiro caso, diz respeito a mulheres que nunca deram à luz antes. A tocofobia secundária é um problema para mulheres que já deram à luz, mas tiveram experiências desagradáveis de parto ou da própria gravidez (por exemplo, um aborto espontâneo.
A causa imediata da tocofobia (e ao mesmo tempo seu sintoma básico) é um medo forte e até mesmo pânico da gravidez e do parto.
Causas da tocofobia
A principal causa do desenvolvimento desta doença é a gravidez não planejada. Uma mulher que nunca se imaginou como mãe deve mudar sua vida da noite para o dia. Se, além disso, não pode contar com a ajuda do companheiro e dos familiares, seus sintomas de ansiedade podem aumentar significativamente.
Os sintomas de tocofobia também podem aparecer em mulheres que sofreram assédio sexual no passado ou que atualmente estão sofrendo abuso físico ou psicológico por parte do parceiro.
Grávida deitada – Foto: Freepik
As causas da tocofobia são complexas. No caso da tocofobia primária, pode ser um resultado de experiências traumáticas, por exemplo, ser vítima de abuso sexual ou estupro, aborto e também, por exemplo, a morte da mãe da paciente durante o parto.
Algumas mulheres desenvolvem tocofobia como resultado de ouvir as memórias dramáticas de outras mulheres, incluindo sua mãe, na sala de parto. Então, há uma associação de sensações desagradáveis com uma situação que você ainda não experimentou, mas que começa a evitar.
A causa da tocofobia secundária é o medo de uma repetição da situação de parto, durante a qual a paciente sentiu fortes dores e desconforto. A tocofobia secundária geralmente ocorre em mulheres que desenvolvem depressão pós-parto.
Você sabia?
O transtorno foi identificado como fobia recentemente, em 2000, pela Dra. Kristina Hofberg. A tocofobia costuma não chamar a atenção de um médico; na verdade, essa condição é surpreendentemente comum e estima-se que afete 1 em cada 10 mulheres.
Sintomas de tocofobia
Grávida com medo – Foto: Freepik
Os sintomas da tocofobia variam amplamente e podem aparecer em qualquer fase da gravidez, e mesmo antes dela. Estes são:
- Ataques de pânico
- Dores de cabeça e dor abdominal,
- Falta de ar
- Palpitações
- Distúrbios de concentração,
- Ansiedade,
- Irritabilidade,
- Pesadelos,
- Pensamentos catastróficos relacionados ao parto
- Problemas com as tarefas diárias causados pelo medo constante
Quanto mais próximo do dia do parto, mais fortes são os sintomas.
Como a tocofobia pode “dificultar” o parto?
Visto que o medo do parto é paralisante e não pode ser controlado, ele pode afetar negativamente o curso do trabalho de parto.
Além disso, uma mulher em trabalho de parto extremamente estressada, sob a influência de fortes emoções, pode não ser capaz de cooperar com a equipe médica presente na sala de parto. É por isso que às vezes a melhor solução é interromper a gravidez por cesariana.
Você sabia?
O diagnóstico precoce de tocofobia e o encaminhamento a um psicoterapeuta podem evitar a necessidade de uma cesariana!
Tratamento da tocofobia
Tratamento da tocofobia – Foto: Freepik
A tocofobia pode ser tratada? Como posso lidar com a ansiedade em relação ao parto? Vários métodos podem ser usados. As reuniões com um psicólogo devem ajudar. A psicoterapia ajudará a identificar a fonte de sua ansiedade, distanciar-se dela e até mesmo diminuir o medo.
Visto que o medo se alimenta da ignorância, é útil ler livros sobre nascimento e conversar com especialistas. Estar ciente de como o trabalho de parto funciona e o que esperar deve ajudá-la a domar sua ansiedade e ajudá-la a ver o parto de uma perspectiva ligeiramente diferente.
Atualmente, o tratamento desta doença é em grande parte baseado em ajuda psicológica, conversa e apoio não só de especialistas, mas também de pessoas de seu círculo mais próximo.
Além disso, o conhecimento sobre a gravidez e o parto desempenha um papel terapêutico na tocofobia.
Fontes:
https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.3109/01674829709080698
https://www.obstetrics-gynaecology-journal.com/article/S1751-7214(15)00054-8/abstract
https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/aogs.13138