Recentemente uma leitora me escreveu contando que seu filho havia ficado enrolado nas cobertas, e que por pouco não havia sufocado. Como ela mora no Sul do país, enfrentou alguns dias de muito frio, e em um deles acabou colocando um cobertor maior do que o usual no berço do pequeno. Deixou-o dormindo normalmente até que ouviu um choro agudo, e quando retornou percebeu que ele estava todo envolto no tecido. Felizmente o bebê ficou bem, mas achei importante deixar o alerta aqui no blog. E aproveitei para fazer um grande resumo de tudo o que você deve observar para que seu filho esteja sempre seguro no berço.
Espero que sejam informações úteis e que vocês gostem da leitura!
Imagem: 123RF
Na hora da compra:
1) Busque informações: antes de tudo, procure saber a opinião das pessoas que adquiriram o produto que você está pensando em comprar – é possível encontrar relatos dos consumidores na Internet. Pesquise bastante antes de fazer o investimento!
2) Verifique se há o certificado do Inmetro: apesar de ser proibido vender berços sem essa autorização, é difícil saber ao certo se os fabricantes são confiáveis. Se possível, faça essa checagem! Por outro lado, se você decidir que um marceneiro fará o berço do bebê, não há problema, desde que ele siga as normas da ABNT.
3) Teste o produto na loja: esse é o momento de analisar tudo, antes de adquirir o berço (vale a pena fazer isso em uma loja física, mesmo que você opte por comprar o produto pela Internet). Nessa ocasião, aproveite para ver se as travas funcionam realmente, se o móvel é feito com um material consistente e se os detalhes do berço não vão atrapalhar o bebê.
4) Observe as bordas do berço: elas devem ser arredondadas para não machucar o pequeno. Também é muito importante prestar atenção para verificar se não há rebarbas de madeira.
5) Atenção à pintura: muitos pais acabam pintando o berço na hora de reformá-lo, e nesse momento é imprescindível optar por uma tinta atóxica (sem chumbo). Além disso, se você quiser customizar o móvel do bebê, faça a pintura bem antes do seu nascimento. O cheiro de tinta forte é prejudicial para o pequeno.
6) Analise o tipo de material: independente do material de que o berço é feito (pode ser madeira ou MDF), ele precisa ser resistente para que não haja perigo de apodrecer, ou mesmo de abrigar insetos.
7) Fique de olho nas grades: o berço deve possuir travas seguras, que não vão abaixar se os pais tentarem o movimento. Entre as grades deve haver o espaço máximo de 6,5 centímetros, para garantir que a cabecinha não ficará presa. E entre o estrado e a lateral do berço a distância não deve ultrapassar 2,5 centímetros (para que não prendam as mãos e os pezinhos).
Cuidados no dia-a-dia:
1) Aposte nos sacos de dormir: as cobertas não são recomendadas para os bebês nos primeiros meses de vida, pois há risco real de sufocamento. Por isso, uma boa alternativa é apostar nos sacos de dormir – assim, o pequeno ficará quentinho e seguro. Os modelos ideais são aqueles com abertura para os bracinhos (dessa forma o bebê tem maior , e pode se virar para regurgitar, por exemplo).
2) Atenção às cobertas: conforme o filhote vai crescendo, é natural que em algum momento você opte pelo uso das cobertas. Se você utilizá-las, deve prendê-las debaixo do colchão. Assim, você minimiza o risco de sufocamento, caso a criança se mexa à noite (e acredite, elas se mexem muito!).
3) Fique de olho no kit berço: a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda o uso desse acessório, mas alguns pais acabam adquirindo-o porque acham bonito e/ou têm medo do pequeno prender a mão ou o pezinho nas grades do berço. Se sua decisão for investir em um kit, procure comprar modelos mais finos e firmes (e não aqueles que são muito acolchoados – com maior risco de induzir à morte súbita). Também observe se há muitos detalhes (bordados grosseiros, objetos pendurados), pois eles facilitam a ocorrência de acidentes: o bebê pode puxar ou engolir os enfeites, ou mesmo ficar preso.
4) Menos é mais: é importante lembrar que nem sempre o que é mais bonito garante a segurança necessária para as crianças. Evite colocar almofadas, bichinhos e outros itens dentro do berço do seu bebê. Além do risco de sufocamento, eles também acumulam pó e podem causar alergias no pequeno. No máximo, permita uma naninha ou um paninho que ajuda no ritual do sono.
5) Cuidado com os móbiles: esse tipo de objeto decorativo jamais deve ficar ao alcance dos bebês. Eles podem cair em cima dos pequeninos, ou servir de ponto de apoio para que as crianças se pendurem e acabem caindo para fora do berço. Lembre-se sempre de ajustar a altura deste enfeite de acordo com o crescimento do seu filho (e quando ele conseguir se sentar ou escalar as paredes do bercinho, o ideal é retirá-lo).
6) Atenção às roupas de cama: elas devem estar certinhas e firmes no colchão do berço, para não saírem quando o bebê se mexer. Tome cuidado também com o mosquiteiro – se o bebê conseguir puxá-lo, há o risco de ficar enrolado.
7) Escolha o modelo de travesseiro certo: muitos especialistas dizem que não há necessidade de utilizar este produto quando o bebê é recém-nascido. Mas na hora de comprar o travesseiro para o seu filho (porque em algum momento você vai comprar), opte por modelos mais fininhos, ou mesmo o anti-refluxo. Na dúvida, consulte o pediatra do seu filho e veja qual é sua recomendação de utilização.
8) Verifique o tipo do colchão: é muito importante que ele seja plano, de espuma (densidade 18) e também do tamanho certo para encaixar perfeitamente no berço. Para que não ocorram acidentes, não devem sobrar espaços entre o colchão e o berço (isso possibilitaria que o bracinho ou a perninha ficassem presos).
9) Fique atenta à disposição do quarto: não coloque o berço embaixo de janelas, estantes ou objetos altos, pois o pequeno pode querer escalar e acabar caindo. Todo cuidado é pouco!
10) Coloque o bebê na posição certa: essa é uma grande preocupação que as mães têm, pois há muitos bebês que regurgitam enquanto estão deitados. A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é colocar o bebê para dormir de barriga para cima, pois estudos determinaram que nessa posição haveria uma redução dos casos de morte súbita. Alguns pais costumam virar um pouco a criança ao colocá-la no berço (fazendo com que ela durma de lado e apoiada por “rolinhos”), pois se sentem mais seguros se o filhote é daqueles com refluxo e muito regurgitamento. Em todo o caso, é imprescindível seguir a orientação do pediatra (muitos pedem que a cabeceira do berço seja elevada, ou que se utilize uma almofada anti-refluxo sob o colchão).