Leucemia em crianças é um tema que causa muita preocupação entre os pais, que não sabem muito bem o que fazer e ficam aflitos.

leucemia infantil representa 28% dos cânceres em pessoas de 0 a 19 anos, sendo que a leucemia linfoide aguda (LLA) é responsável por 75% dos casos desse câncer nessa faixa etária.

A boa notícia é que, nos últimos quarenta anos, houve um grande progresso no tratamento dos tumores que acontecem na infância e adolescência. Como consequência, atualmente, 90% das crianças que realizam um tratamento adequado alcançam a remissão completa.

É importante lembrar que, assim como qualquer doença, a LLA acontece de forma diferente no adulto e na criança. Então, os motivos para o câncer se desenvolver são diferentes, bem como os sintomas, o prognóstico e o tratamento.

Publicidade

Entenda melhor quais são os principais sintomas da doença e quais os tratamentos disponíveis para a cura. Vamos ver abaixo!

O que é leucemia infantil?

Leucemia é um câncer que acontece na medula óssea e afeta os glóbulos brancos, que fazem a defesa do corpo.

Faça seu Chá de Fraldas AGORA!
Vai organizar seu Chá de Fraldas?
Organize sua festinha em minutos!
👪 Lista de Presentes Virtuais
🎉 Informações da Festa
💌 Lindos convites online
📑 Confirmação de Presença
🎁 Presentes Personalizados
🥳 Ideal para qualquer evento
Faça seu Chá de Fraldas AGORA!

Essas células têm origem nas células-tronco e, durante o seu processo de diferenciação e amadurecimento, sofrem uma mutação e passam a se multiplicar mais rapidamente e de forma desordenada.

Os principais glóbulos brancos afetados são os linfoides, por isso do nome leucemia linfoide aguda.

Ela é considerada uma leucemia aguda pois as células doentes são jovens, também chamadas de células imaturas.

Ou seja, elas não se desenvolveram completamente e isso faz com que a doença progrida com uma grande velocidade.

Publicidade

Por isso é preciso estar atento aos sintomas e realizar o diagnóstico precocemente.

Leucemia em crianças

Garotinha no consultório, tocando n mão da médica. Crédito da foto: Freepik

Leucemia em crianças: quais os tipos?

A leucemia é frequentemente descrita como aguda (crescimento rápido) ou crônica (crescimento lento). Saber o tipo específico da leucemia ajuda os médicos a prever o prognóstico de cada criança e optar pelo melhor tratamento.

Leucemia aguda

A maioria das leucemias infantis são agudas. Os principais tipos de leucemia aguda são:

  • Leucemia linfoide aguda (LLA). Aproximadamente 75% dos casos de leucemia infantil são LLA. Este tipo de leucemia começa nas células linfoides da medula óssea.
  • Leucemia mieloide aguda (LMA). Este tipo de leucemia representa o restante dos tipos de leucemias em crianças. A LMA começa nas células mieloides, que formam os glóbulos brancos, vermelhos ou plaquetas.
  • Leucemia híbridas ou mistas. Essas leucemias são raras. Neste tipo, as células têm características de LLA e de LMA. Em crianças, elas são geralmente tratadas como LLA e respondem ao tratamento como sendo LLA.

Leucemia crônica

Publicidade

A leucemia crônica é rara em crianças. Esse tipo tende a ser mais lento do que a leucemia aguda, mas são mais difíceis de serem curadas. As leucemias crônicas também podem ser divididas em dois tipos.

  • Leucemia mieloide crônica (LMC). Este tipo raramente ocorre em crianças. O tratamento é similar ao tratamento em adultos.
  • Leucemia linfoide crônica (LLC). Esta leucemia é extremamente rara em crianças.

Leucemia mielomonocítica juvenil

Este tipo de leucemia é rara e não é crônica nem aguda. Inicia-se a partir das células mieloides, mas não se desenvolve tão rapidamente como a LMA ou tão lentamente como a LMC. Ela ocorre mais frequentemente em crianças com idade média de 2 anos.

Os sintomas podem incluir palidez, febre, tosse, dificuldade para respirar, sangramento fácil e um aumento do baço e linfonodos.

Muitos dos sintomas da leucemia em crianças também podem ser devido a outras patologias. Ainda assim, é importante conversar com o médico do seu filho e comunicar qualquer sintoma, de modo que a causa possa ser diagnosticada e, se necessário iniciado o tratamento.

Os sintomas da leucemia em crianças são provocados pela diminuição dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Essa diminuição é observada nos exames de sangue, mas também pode provocar sintomas. As células leucêmicas podem invadir outras áreas do corpo, levando a alguns sinais e sintomas.

Leucemia em crianças

Menina no colo de uma médica, com estetoscópio. Crédito da foto: Freepik

Leucemia em crianças: Quais os principais sintomas?

Os principais sinais e sintomas da leucemia são:

Sintomas devido à diminuição dos glóbulos vermelhos (Anemia)

A escassez de glóbulos vermelhos pode provocar fadiga, fraqueza, sensação de frio, tontura, dores de cabeça, falta de ar e palidez.

Sintomas devido à diminuição dos glóbulos brancos

Infecções e febre.

Sintomas devido à diminuição das plaquetas

A escassez de plaquetas pode levar a hematomas, hemorragias e sangramento nas gengivas.

Dor nos ossos ou nas articulações

Isso pode ser provocado pelo acúmulo de células leucêmicas próximas da superfície do osso ou das articulações.

Leucemia em crianças – Inchaço do abdômen

As células leucêmicas podem se acumular no fígado e baço aumentando seu tamanho. Isso pode ser notado como um inchaço do abdome.

As costelas inferiores costumam cobrir estes órgãos, mas quando eles estão aumentados o médico pode ao examinar o abdome, determinar quanto aumentaram e se existe presença de dor à palpação.

Perda de apetite e perda de peso

Se o aumento do baço ou fígado for muito grande, eles podem pressionar outros órgãos como o estômago, limitando a ingestão de alimentos e levando à perda de apetite e de peso ao longo do tempo.

Aumento dos linfonodos

Alguns tipos de leucemia podem se disseminar para os gânglios linfáticos provocando aumento do seu tamanho.

Muitas vezes, os linfonodos aumentam de tamanho por estarem lutando contra uma infecção, especialmente em lactentes e crianças. Um gânglio linfático aumentado em uma criança é geralmente um sinal de infeção, mas deve ser examinado e acompanhado por um médico.

Tosse ou dificuldade respiratória

Alguns tipos de leucemia podem afetar estruturas no centro do tórax, como os gânglios linfáticos ou o timo, pressionando a traqueia e  provocando tosse ou dificuldade respiratória.

Inchaço do rosto e braços

Continuando, outro sintoma é o inchaço no rosto e braços, já que a veia cava superior, que leva o sangue da cabeça e braços de volta ao coração, passa ao lado do timo. Um aumento do timo, devido a excesso de células leucêmicas pode pressionar a veia cava superior, provocando a síndrome da veia cava superior.

Isso pode causar inchaço na face, pescoço, braços e parte superior do tórax, dores de cabeça, tonturas e alteração da consciência. A síndrome da veia cava superior deve ser tratada imediatamente.

Dor de cabeça, convulsões, vômitos

Dando sequênca, algumas crianças podem estar com a leucemia disseminada para o cérebro e medula óssea no momento do diagnóstico.

Isso pode provocar sintomas como dores de cabeça, problemas de concentração, fraqueza, convulsões, vômitos, problemas de equilíbrio e visão turva.

Erupções cutâneas ou problemas nas gengivas

Em crianças com leucemia mieloide aguda, as células leucêmicas podem invadir a gengiva causando dor, inchaço e sangramento.

A disseminação para a pele pode causar pequenas manchas escuras coloridas que podem se assemelhar a erupções cutâneas comuns.

Leucemia em crianças – Fadiga e fraqueza

Uma consequência rara, mas severa da leucemia mieloide aguda é cansaço, fraqueza e problemas na fala.

Isso pode ocorrer quando um número elevado de células leucêmicas torna o sangue espesso, diminuindo a circulação através dos vasos sanguíneos finos do cérebro.

Entretanto, a maioria desses sintomas podem ser provocados por outras patologias. Converse com o médico de seu filho para que a causa seja diagnosticada e, se necessário, iniciado o tratamento.

Leucemia em crianças

Bebê deitado no consultório médico, com médico no estetoscópio. Crédito da foto: Freepik

Como diagnosticar leucemia em crianças?

O diagnóstico da LLA infantojuvenil é realizado por meio de uma série de exames. Um onco-hematologista, médico especialista em cânceres do sangue, analisa esses testes e confirma, ou não, a doença.

A suspeita de LLA é levantada, inicialmente, pelo hemograma da criança ou do adolescente, que mostra uma alteração nos níveis da hemoglobina e plaqueta e indicará a presença de blastos.

Em seguida, é solicitado um mielograma, que utilizará uma gota de sangue da medula óssea para investigar e confirmar as alterações indicadas pelo exame de sangue.

Além disso, outros exames são necessários, como a imunofenotipagem, para verificar as características das células, ultrassonografia, para avaliar o aumento do baço, e estudo do líquido da espinha (líquor).

Esse último serve para saber se há células da leucemia no sistema nervoso central (SNC), são solicitados para confirmar o diagnóstico.

Tratamento para leucemia em crianças 

Atualmente, a poliquimioterapia, isto é, mais de um quimioterápico, é o principal tratamento para a LLA em criançase adolescentes.

Esse é um protocolo utilizado há alguns anos, entretanto algumas mudanças foram feitas. Dessa forma, foi possível oferecer uma maior sobrevida e qualidade de vida aos pacientes, visando, principalmente, os efeitos colaterais tardios.

No Brasil, até o final da década de 70, o tratamento das leucemias em crianças era feito por hematologistas de adultos, sem o uso da Asparaginase.  As taxas de sobrevida em 5 anos eram inferiores a 10%.

Porém, felizmente em 1980 foi estabelecido o primeiro protocolo de tratamento de leucemia infantil aguda. De acordo com a médica, ele teve como base o Protocolo VIII do St Jude Children’s Research Hospital (Memphis, TNN).

É possível resumir o protocolo utilizado nos dias de hoje para LLA infantojuvenil em três etapas:

  1. Indução, com ou sem a pré-fase com Prednisona;
  2. Consolidação, com duração de quatro a oito semanas, contendo blocos de quimioterapia com  altas doses para os pacientes de alto risco;
  3. Manutenção, que dura de um ano e meio a dois anos, com ou sem pulsos de Prednisona/Vincristina.

Em todos os casos é recomendado que o paciente seja submetido à quimioterapia intratecal, direto no líquido cefalorraquidiano.

O objetivo é destruir qualquer célula que possa ter se espalhado para o cérebro e/ou medula espinhal, ou prevenir que isso aconteça.

Transplante de medula óssea (TMO) e tratamento da LLA infantil 

O TMO para esse tipo de leucemia infantojuvenil é indicado para pacientes considerados de alto risco, no momento do diagnóstico; aqueles que têm doença residual mínima (DRM) positiva no final da indução e na 12ª semana do tratamento (na fase de consolidação).

Obrigatoriamente a DRM deverá estar negativa no momento pré-transplante.

A DRM deve ser medida, obrigatoriamente, no final das semanas um, dois e quatro, da terapia inicial.

Após isso, ela deve ser analisada, novamente, na semana 12 do tratamento. Esse exame serve para mostrar se há presença de células neoplásicas por meio de testes mais sensíveis, como a biologia molecular ou imunofenotipagem.

Já os pacientes com translocação TCF3-HLF positiva podem realizar o TMO mais cedo, independente da sua resposta terapêutica.

O mesmo vale para aqueles com presença do gene IKZF1 Plus e DRM positiva na indução. Para esses casos o transplante deve ser programado o mais rápido possível.

Menino no médico, com um ursinho de pelúcia em seu colo sendo examinado por um estetoscópio. Crédito da foto: Freepik

Leucemia infantil tem cura? Sim! 

Sim, tem cura! Primeiramente, é importante saber que a taxa de pacientes que alcançam a remissão completa  é considerada como alta (90%). A principal explicação para isso acontecer é a sensibilidade ao tratamento.

Esta resposta apresentada pelos jovens doentes traduz a alta sensibilidade ao regime quimioterápico utilizado.

Outro fator que contribui para esse resultado é que, segundo a experiência do AYA Group (Adolescent and Young Adult), as pessoas entre 15 e 29 anos demoram mais para eliminar as drogas do corpo.

Dessa forma  há uma maior quantidade de quimioterápico no sangue e, consequentemente, maior toxicidade.

Entretanto, por outro lado, essa toxicidade traz algumas preocupações em relação, principalmente, aos efeitos colaterais tardios.

Os protocolos realizados antigamente utilizavam radioterapia, podendo causar danos ao SNC. Dessa forma, a criança ou adolescente apresentava dificuldades de aprendizado, desenvolvimento neurológico e de crescimento.

É possível, no entanto, minimizar a possibilidade desses efeitos tardios acontecerem por meio do manuseio adequado da radioterapia, dos agentes quimioterápicos, corticoides e outros agentes alquilantes.

Entretanto, para isso ser feito, é preciso ter acesso ao farmacogenoma específico de cada paciente. Isto é, poder analisar a interação entre o medicamento e o gene daquela pessoa.

Agora que você já sabe quais os sintomas e tratamentos para a leucemia em crianças, aproveite para ler também sobre gravidez na pandemia.

Esperamos que esse artigo tenha sido útil pra você e te ajude a entender melhor sobre essa doença que afeta várias crianças pelo Brasil e mundo.