A gravidez anembrionária é uma situação muito triste vivida por tantas mulheres ao redor do mundo e provoca imensa tristeza e decepção.
Justamente por provocar tanta dor emocional, esse assunto é visto como tabu e, acaba sendo deixado de lado.
No entanto, é muito importante debater a forma como uma gestação afeta a vida pessoal, social e a fertilidade feminina.
Se você quer saber mais sobre a gravidez anembrionária e a forma como ela interfere na vida da mulher, continue lendo os próximos tópicos desse texto.
O que é a gravidez anembrionária?
gravidez anembrionária – Foto: Freepik
A gravidez anembrionária é a condição na qual o óvulo já fecundado chega a se implantar no útero, mas não forma um embrião. Ao invés disso ele origina um saco gestacional vazio.
Isso resulta em abortos espontâneos bem no início da gravidez. Inclusive é uma das maiores causas de abortos ainda nos primeiros três meses.
Quando isso ocorre, o corpo da mulher interpreta como se ela estivesse realmente grávida e, inclusive o teste de beta HCG dá positivo nas primeiras semanas.
A detecção do hormônio é possível porque a placenta chega a se desenvolver e inicia a produção hormonal. Isso provoca ate enjoos, cansaço e dor nas mamas.
Entretanto, até no máximo três meses de gestação, o corpo vai ser capaz de identificar que não existe um embrião se formando no corpo da mulher e, então provocará um aborto que vai encerrar a gravidez.
Muitas vezes esse aborto acontece tão rapidamente que a mulher nem chega a perceber que está grávida.
Como esse tipo de gravidez é descoberto?
gravidez anembrionária – Foto: Freepik
Basicamente, a gravidez anembrionária é uma gestação que se inicia normalmente, mas o embrião não se desenvolver e, acaba ocorrendo um aborto.
O óvulo fecundado pelo espermatozoide se implanta normalmente, forma o saco embrionário, mas não ocorre a formação do embrião.
Apesar de não existir um embrião em desenvolvimento. O corpo feminino reage como se fosse uma gravidez comum. Assim, todos os sintomas típicos aparecem normalmente.
Caso o aborto não aconteça bem no início, a gravidez anembrionária pode ser detectada facilmente no primeiro ultrassom.
gravidez anembrionária – Foto: Freepik
No exame, o profissional conseguirá detectar o saco embrionário, mas não será capaz de visualizar o feto dentro dele.
Para que seja possível detectar a gravidez anembrionária, os obstetras atualmente solicitam o primeiro ultrassom após a sétima semana.
Deve ser assim porque mesmo em casos em que a ovulação aconteça tardiamente, é possível visualizar adequadamente o saco gestacional e seu conteúdo. Em caso de uma gestação saudável, será possível ouvir o coração do bebê já nesse exame.
De acordo com pesquisas, esse problema ocasiona aproximadamente 20% dos casos de abortos espontâneos em gestações da espécie humana.
Em caso de identificação dessa situação, a mulher deve estar ciente de que a situação é delicada e, que a sua gravidez será interrompida de alguma maneira
Com base no histórico e na situação, o médico pode sugerir que a mulher aguarde que aconteça o aborto naturalmente ou, é possível realizar uma aspiração ultra uterina. Fazer o procedimento geralmente é o mais seguro.
Essa condição pode provocar infertilidade?
gravidez anembrionária – Foto: Freepik
Muitas pessoas acreditam que a gravidez anembrionária pode provocar infertilidade feminina. No entanto isso não passa de um mito que existe justamente porque pouco se fala sobre esse tema.
Em geral essa condição acontece de maneira isolada, ou seja, não tem relação com outros problemas de saúde.
Sendo assim, após o aborto, a mulher ainda poderá engravidar. Mas para que isso seja seguro, é preciso que ela tome os devidos cuidados, seguindo todas as orientações do médico.
Na maioria dos casos depois de 3 meses é possível retomar as tentativas de engravidar. Se por acaso o problema acontecer mais de uma vez, pode ser eu o homem ou a mulher tenham distúrbios de fertilidade e é preciso investigar.
Fatores de risco para a gravidez anembrionária
mulher triste – Foto: Freepik
Assim como acontece para qualquer outra doença, existem fatores de risco para a ocorrência da gravidez anembrionária.
Apesar de ela não poder ser totalmente evitada, a probabilidade da sua ocorrência aumenta em casos de:
- Primeira gravidez;
- Mulheres com idade superior a 35 anos;
- Questões de ordem genética;
- Tabagismo ou consumo frequente e exagerado de álcool;
- Homens com idade superior a 40 anos, visto que a taxa de defeitos nos espermatozóides é alta;
- Algumas doenças crônicas;
- Uso de medicamentos com efeito abortivo e mutagênico.
É possível evitar o problema?
mulher com dor – Foto: Freepik
A gravidez anembrionária não pode ser completamente evitada porque ela acontece ao acaso e não possui uma causa única.
No entanto, existem alguns fatores que contribuem para que se evite o problema. A ingestão de ácido fólico desde antes de a mulher começar a tentar engravidar é essencial, pois evita mal formações.
É essencial fazer um acompanhamento detalhado com um médico de confiança que avalie todos os possíveis problemas e passe orientações adequadas para esse período.
Além disso, é importante que a mulher adquira hábitos saudáveis, principalmente relacionado a uma alimentação equilibrada e prática esportiva.
É ideal também abandonar o hábito de fumar, consumir bebidas alcóolicas e o uso de medicamentos que possam prejudicar a gestação.
O mesmo vale para os homens, pois a boa formação dos espermatozoides se associa diretamente à saúde do indivíduo.
É importante também fazer um acompanhamento com um bom profissional, que possa avaliar a saúde do indivíduo e a sua fertilidade.
O ideal é que a mulher e o homem comecem a fazer acompanhamento profissional antes mesmo de começarem as tentativas. Assim é possível minimizar os riscos da ocorrência de uma gravidez anembrionária.
A dor emocional da gravidez anembrionária
mulher triste – Foto: Freepik
Por mais que a gravidez anembrionária seja algo comum e, que é responsável por muitos abortos, essa é uma situação difícil de lidar psicologicamente falando.
Sobretudo quando a gestação é desejada, é muito difícil lidar com a decepção e frustração de novamente não conseguir gerar uma criança
Aceitar que a gravidez tão desejada e, muitas vezes comemorada, não originará um bebê de verdade, é algo que pode deixar as pessoas desorientadas.
As mulheres que passam por isso muitas vezes sentem que o problema é com o corpo delas e sentem-se incapazes de serem mães e originarem uma nova vida.
Isso sem falar no luto, que é uma situação difícil de ser superada. Com o diagnóstico da gravidez anembrionária, a mulher e todas as pessoas ao seu redor devem aceitar e viver o luto.
E muitas vezes com o diagnóstico é preciso passar por procedimentos invasivos e desagradáveis que prolongam e pioram ainda mais essa dor.
Apesar de ser praticamente impossível viver essa situação sem sentir algum grau de tristeza e impotência seja algo impossível, com a correta orientação essa fase pode ser superada mais facilmente.
Antes de mais nada, o médico tem que ser empático com a sua paciente e seus familiares e, transmitir isso.
Saber que a gravidez anembrionária é algo comum ajuda bastante nessas horas. Mas é preciso mais do que isso para viver esse momento.
Algumas mulheres podem ficar muito tristes e deprimidas nessa situação e, nesse caso é aconselhado que ela passe por terapia com psicólogo.
Em casos mais graves pode ser necessário fazer uma intervenção medicamentosa. Mas nessa situação é preciso que o médico faça uma análise cuidadosa caso a caso.
Uma nova gestação?
grávida preocupada. Foto: freepik
Para a maioria das mulheres, a gravidez anembrionária acontece apenas uma vez, visto que essa é uma situação incomum e que não se relaciona com outras questões.
Depois de viver um momento tão difícil, a mulher e as pessoas que a acompanham devem retomar as suas vidas, por mais que isso pareça difícil às vezes.
Mas antes de começar a tentar engravidar novamente, a mulher deve ter um pouco de calma e seguir as recomendações do seu médico de confiança.
Depois do aborto a primeira menstruação pode demorar para surgir. Isso deve acontecer por volta de seis semanas após o evento.
Mas nem todas as mulheres podem engravidar logo de início. Em alguns casos o médico pede para que a mulher deixe que o seu corpo se recupere por um período de 3 a 6 meses.
Esse período é importante para que aconteça a plena restauração do organismo, de modo que o útero fique pronto para receber o embrião.
Nesse tempo a mulher consegue também se recuperar emocionalmente e se preparar para toda a carga de emoções que acompanham uma gestação.
É importante que antes de começar as tentativas, a mulher realize todos os exames para averiguar o seu estado de saúde e, que comece a tomar as vitaminas prescritas pelo seu médico.
Conclusão
A gravidez anembrionária é uma situação muito triste para a mulher e para todos os envolvidos com a sua gestação.
Isso porque ela vai perceber os primeiros sinais de gravidez, mas então sofre um aborto ou descobre por meio do ultrassom que não existe um embrião se desenvolvendo.
Isso acontece com muitas mulheres em todos os lugares do mundo e, é importante conseguir lidar com essa situação da melhor maneira.
Os familiares e amigos devem estar ao lado da mulher, ajudando-a a superar a situação. Em caso de gravidez anembrionária, é muito importante o acompanhamento profissional também.