A casa de parto é um ambiente seguro e acolhedor que oferta pra mulheres uma experiência diferenciada de parto normal. De modo geral, estas instituições são vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), apesar de haver também a possibilidade de atendimentos particulares.

A proposta da casa de parto é oferecer a possibilidade da realização de um parto natural e humanizado para as mulheres. Por isso, mulheres que tem desejo de passarem por esta experiência podem optar por darem à luz nestes ambientes.

Entenda melhor o que é e como funciona uma casa de parto no Brasil. Boa leitura!

O que é a casa de parto?

Gestante sentada no chão em casa de parto

Gestante sentada no chão em ambiente acolhedor – Crédito da foto: Freepik

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Assim como mencionado, a casa de parto é basicamente um ambiente aconchegante, acolhedor e seguro para a mulher dar à luz de forma natural e humanizada. Elas foram criadas como mais um passo na direção de (re)naturalizar o parto. Ou seja, de transformar o parto novamente em um processo natural que envolve a mulher, o bebê e sua família prioritariamente, e não a conveniência ou agenda médica.

Então, a casa de parto nasce da noção de que dar à luz é um processo natural que faz parte do ciclo de vida e que o corpo da mulher está preparado para isso. Mas isso não quer dizer que estes ambientes não compreendam que existem mulheres que podem correr riscos reais durante o parto. E não quer dizer também que estes ambientes desconsiderem que há casos onde o corpo da mulher não conseguirá dar à luz de forma segura via vaginal. Por isso, na casa de parto é atendido somente casos de baixo risco.

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A casa de parto também é conhecida como Centros de Parto Normal, sendo este último o nome oficial dado pelo governo federal. Estes lugares foram criados pelo governo federal como uma estratégia de humanizar a assistência ao parto. Pensando nisso, os lugares são estruturalmente semelhantes a ambientes familiares. O aconchego e a proximidade com o ambiente caseiro faz parte dessa tentativa de acolher a mulher e a manter tranquila. E estes ambientes também contam com os recursos necessários para o atendimento de partos normais, sempre focando no protagonismo da mulher e em estratégias pra lidar com a dor normal do parto.

Aceitação do público

Mesmo com a forte cultura cesarista do Brasil, há cada vez mais mulheres procurando uma casa de parto pra dar à luz. O que indica a aceitação do público e desejo por este tipo de experiência. Por isso, a quantidade de casas de parto aumentaram significativamente de 1999 pra cá, ano em que elas foram oficializadas pelo Ministério da Saúde.

Equipe da casa de parto

Enfermeira com forma de coração de mãos Foto gratuita

Enfermeira fazendo coração com as mãos – Crédito da foto: Freepik

Saber mais da equipe profissional e do atendimento na casa de parto é fundamental pra mulher tomar uma decisão. Isso porque o momento do parto é muito especial para a mulher, e para sua decisão ser tomada de forma consciente ela precisa de informações.

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Talvez o ponto mais diferenciado da casa de parto seja justamente a composição das equipes de trabalho. Isso porque não há médicos atuando no atendimento em casas de parto. Sim, as mulheres que dão à luz nesses ambientes não precisam ser acompanhadas por médicos.

As profissionais que atendem em casa de parto são capacitadas para lidar com o trabalho de parto e com os cuidados iniciais após o nascimento. Além disso, elas também possuem treinamento e capacitações pra manejar situações de emergência.

Estas equipes possuem profissionais experientes de áreas diferentes, desde fisioterapia e terapia ocupacional até doulas e enfermeiras. E as equipes são supervisionadas por enfermeiras obstetras com experiência e especialização na área.

Além disso, também vale mencionar que na casa de parto sempre há a presença de uma ambulância. Esta ambulância está sempre pronta pra caso de complicações onde haja necessidade de transferência pra maternidade. A casa de parto transfere casos de complicação pro hospital de referência mais próximo.

Atendimento na casa de parto

Pés recém-nascidos do bebê na cama branca casa de parto

Pés de bebê recém-nascido em cama branca – Crédito da foto: Freepik

O tratamento oferecido na casa de parto é centrado nas necessidades e na segurança da mulher e do bebê. Olhando sempre pro protagonismo e centralidade da mulher no momento do parto, o tratamento neste ambiente é acolhedor e respeitoso. É provavelmente por isso que muitas mulheres atendidas nestes espaços relataram que o parto foi prazeroso.

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Infelizmente, em muitos hospitais as equipes profissionais não acolhem os medos, angústias e dores da mulher. Por isso, a mulher passa por situações de humilhação, xingamentos, constrangimentos no trabalho de parto com alguma regularidade. Essas situações todas são muito tristes e impactam diretamente no estado emocional da mulher não somente naquele momento, mas no pós-parto. Não à toa, há diversos estudos que demonstram que estas experiências de violência obstétrica afetam significativamente a vida da mulher e a relação entre mãe e bebê.

A proposta da casa de parto é justamente oferecer uma experiência de assistência ao parto singular e totalmente diferente. Por isso, as mulheres são ouvidas e são acolhidas quando demonstram medo, angústia ou dor. Com respeito e com afetividade, as equipes se dispõe a auxiliarem no necessário, mas sem realizar intervenções desnecessárias ou violentas.

Integração familiar

Na casa de parto é incentivado a integração familiar em torno deste momento tão lindo de nascimento. Por isso, a mulher pode optar não somente por um acompanhante, mas por uma série de pessoas importantes que ela deseje ali com ela. A quantidade de pessoas que podem acompanhar o parto varia de casa para casa de parto.

Além disso, estes ambientes também incentivam o vínculo de afeto entre mãe, bebê e restante da família; além de também incentivarem a amamentação. Por essa razão, quando o bebê nasce a primeira coisa que costuma ser feita é levá-lo até os braços da mãe.

Essa proximidade imediata entre mãe e bebê permite que ele mame e que o laço entre mãe e bebê seja estabelecido. Vale lembrarmos que a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a primeira coisa que o bebê faça ao nascer seja ser acolhido pela mãe, mesmo antes do corte do cordão umbilical.

Parto humanizado

Bebê recém-nascido primeiro banho Foto Premium

Bebê recém-nascido sendo acolhido – Crédito da foto: Freepik

O parto humanizado é um conceito que nasceu da intersecção entre academia/universidade/ciência, movimentos sociais e direito/âmbito jurídico. O conceito nasceu pra definir experiências de assistência ao parto que sejam acolhedoras e respeitosas para com as mulheres. A discussão travada neste campo é, de forma simplificada, uma proposta de denunciar e de acabar com a violência obstétrica perpetrada no Brasil e no mundo.

O parto humanizado é muito valorizado em alguns lugares do mundo, como o Japão, Países Baixos, França e Inglaterra, por exemplo. No entanto, no Brasil o parto humanizado ainda precisa se fortalecer muito. É verdade que muitos avanços já aconteceram nesse sentido, principalmente depois da ciência ter demonstrado massivamente os benefícios do mesmo (e também os prejuízos graves da violência obstétrica). Mas o movimento ainda sofre uma série de críticas por uma parcela significativa da classe médica, que vê seu protagonismo sendo questionado por este movimento que tem tomado o mundo.

As casas de parto surgem como uma proposta adicional de humanizar a assistência ao nascimento e ao parto. Isso quer dizer que sua proposta inclui apostar na redução de:

  • Cesáreas desnecessárias
  • Medicações sem critérios sólidos
  • Intervenções médicas excessivas, violentas e desnecessárias

Além disso, a assistência ao parto nestes ambientes aposta no desejo da mulher. Por isso, as mulheres têm maior direito e tem suas vozes ouvidas e respeitadas nestes ambientes. Isso quer dizer que a mulher poderá tomar sua decisão sobre o que quer fazer com seu corpo. Ou seja, neste ambiente é a mulher que decide sobre como quer dar à luz, de quais formas/posições se sente mais confortável.

Opinião médica

Equipe de médicos juntos nas instalações do hospital Foto gratuita

Equipe de médicos em ambiente hospitalar – Crédito da foto: Freepik

A criação das casas de parto implicaram em acirradas críticas por parte significativa da classe médica. Essas críticas ocorrem principalmente devido a não-obrigatoriedade da presença médica nas equipes de trabalho. Isso porque, assim como mencionado, a supervisão das equipes acontece através de enfermeiras obstetras.

Muitos médicos consideram que a proposta da casa de parto advém de uma lógica que deveria ser ilegal e que deveria também ser considerada medieval. Por isso, muitos médicos creem que as casas de parto deveriam ser totalmente proibidas, sendo supostamente um retrocesso. Isso porque, para parte da classe médica, estes lugares não oferecem nenhum tipo de segurança para a mãe ou para o bebê.

No entanto, há também uma parcela (menor) de profissionais da medicina que apoiam práticas mais humanizadas de assistência ao parto. De modo geral, estes profissionais que apostam no parto humanizado também defendem a existência das casas de parto (e de outras experiências de parto que não passem pelo manejo médico/controle da medicina).

Mas o que há por trás dessas diferenças tão significativas na classe médica?

Muitos médicos e especialistas da área acreditam que a rejeição dos médicos a esta experiência tem associação com a formação em medicina. Isso porque a formação médica é bastante intervencionista e, em alguns casos, autoritária. Com tanto foco na intervenção – muitas vezes de forma excessiva e/ou desnecessária -, na medicina o parto é considerado um risco e não um evento fisiológico natural.

Mas há também muitos médicos e médicas que apostam em uma assistência ao parto mais humanizada, acolhedora e respeitosa. Estes profissionais conseguem compreender que o parto é um processo fisiológico que pode ser assistido por profissionais experientes de outras áreas, desde que haja capacitação não somente técnica, mas também humana para acompanhar este momento.

Quando conduzido de forma acolhedora e respeitosa, o parto natural é melhor avaliado pelas mulheres do que outras experiências de parto, mais intervencionistas, de acordo com uma série de pesquisas da última década.

Além disso, os estudos também demonstram que a experiência de parto humanizado tende a reduzir as taxas de complicações tanto para a mulher quanto para o bebê. Ou seja, fornecer uma assistência humanizada na experiência de parto, há menos riscos da mulher precisar passar por uma cesárea de urgência.

Mas é claro que nem todos os casos são indicados pra experiência de parto normal. E também é claro que há casos de maior risco, onde há mais chances da mulher ter complicações no trabalho de parto. Por isso, a casa de parto atende somente casos de baixo risco.

Porém, vale lembrar também que parto humanizado não tem relação com a técnica utilizada, mas com o tratamento fornecido à mulher. Ou seja, mesmo partos normais em hospitais ou partos via cesárea podem ser humanizados. Para isso, é necessário que os profissionais acolham a mulher, legitimem seus medos e angústias e ouçam suas decisões e desejos.

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