A birra do bebê é, sem dúvida, uma das maiores dificuldades que os pais enfrentam nos primeiros anos dos filhos. Elas podem acontecer em qualquer idade, mas aos dois anos (fase até conhecida como “terrible two”, ou seja, “os terríveis dois anos”) elas costumam ser mais recorrentes, já percebeu? A explicação está justamente no desenvolvimento típico dessa idade: enquanto os dois anos são incríveis (o pequeno deixa de ser bebê para se tornar menino), com a personalidade florescendo, as crianças também acabam se vendo como mais maduras do que realmente são.

birra na crianca

Imagem: 123RF

Isso se deve, em parte, ao desenvolvimento do cérebro nesse período. São novas conexões cerebrais surgindo, ao passo que conexões desnecessárias para a idade vão sendo reduzidas. Porém, nessa mesma fase, o córtex pré-frontal (ou seja, a área do cérebro localizada bem atrás da testa) ainda não está completo – e trata-se justamente do pedacinho do cérebro que ajuda no planejamento (e em outras tarefas cognitivas complicadas) e, também, na capacidade de controlar as emoções e os comportamentos.

Só que, ao mesmo tempo, o cérebro a todo vapor traz o desenvolvimento do senso de identidade. Aos dois anos, a criança já sabe quem ela é, o que traz orgulho a cada nova realização e um desejo enorme de fazer as coisas sozinha. O problema é que nem sempre elas conseguem (ou podem) fazer tudo sozinhas – e aí vem a frustração. Mas lembra que o cérebro ainda não sabe lidar muito bem com as emoções? Pois é. Resultado: a famosa birra.

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Porém, vale lembrar que cada criança tem a sua própria personalidade. Isso significa que, em momentos de frustração, algumas podem fazer birras, enquanto outras descontam esse sentimento de outras formas, inclusive com mais tranquilidade. Isso não significa necessariamente um controle emocional maior, mas a própria maneira de ser do pequeno (e o controle será desenvolvido com o tempo; até o início da idade adulta o córtex pré-frontal ainda está amadurecendo).

Veja também: E a birra, quando acaba?

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Como posso ajudar meu filho na crise de birra?

O primeiro passo para lidar com a birra é justamente tentar entender o momento em que o seu filho está. Quando percebemos que a birra não é um problema de caráter, mas algo que faz parte do desenvolvimento da criança, adequamos nossas expectativas em relação aos pequenos. Ou seja: não adianta esperar que aos dois anos o filhote saiba lidar com a frustração (e, claro, precisamos entender o que é frustrante para nossos filhos nessa idade).

O desenvolvimento das chamadas habilidades de autorregulação (ou seja, saber controlar as emoções e comportamentos) ocorre por volta dos três anos e meio/quatro anos, segundo alguns especialistas. Até lá, precisamos compreender as limitações dos nossos pequenos.

Mas nós, pais, também podemos ajudar nossos filhos a desenvolver essas habilidades. Para isso, vale manter o equilíbrio entre a permissão excessiva e a restrição absoluta. Ou seja: você pode estimular a autonomia da criança (deixando que ela assuma escolhas e atitudes por conta própria) estabelecendo limites no que for necessário. Um exemplo simples: o pequeno pode escolher que roupa vestir para ir à festinha do amigo, mas evidentemente que se ele quiser ir sem calça, você irá impedir e explicar que devemos nos vestir adequadamente para as situações.

Veja também: Como fazer seu filho ajudar no meio de uma crise de birra

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Mais uma dica é ser o exemplo. As crianças aprendem bastante por observação, e se você se irritar quando tiver frustrado, provavelmente ela irá fazer o mesmo. Isso também significa que ficar irritado quando o pequeno fizer birra não resolve o problema. É claro que você, provavelmente, irá se irritar com o seu filho em diversas ocasiões, mas precisamos controlar nossas emoções. Se estiver muito difícil, pode ser válido buscar ajuda de um profissional, como um psicólogo, para desenvolver esse controle.

Conhecer seu filho também é importante. Ele faz birra quando está com fome? Evite essa situação. Ele se irrita quando está cansado? Muitas crianças fazem isso (minha filha era a número 1 em birra quando dormia mal) – então procure evitar sair com o pequeno muito tarde. E quando você não puder evitar e ele se frustrar e fizer birra, procure conversar e entender o momento dele. Nomeie os sentimentos. Por exemplo: se ele fizer birra porque queria usar uma roupa que está lavando, diga que você entende que é frustrante quando queremos algo e não podemos ter aquilo naquele exato momento, mas dê outras alternativas e explique que a lavagem é muito importante. Pode parecer bobo, mas assim a criança vai aprendendo a racionalizar.

É claro que não é fácil, mas saber compreender o que se passa dentro da cabeça do pequeno durante um episódio de birra pode ajudar a tornar o controle desse momento menos difícil. E lembre-se: você está fazendo o melhor que pode!

Veja também: Bronca resolve? 5 dicas para ensinar o certo e errado ao bebê (sem perder a paciência!)

E já que estamos falando em birra, que tal assistir a esse vídeo? 5 dicas para acabar com a guerra à mesa!

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