Não tem jeito: nossos filhos estão nascendo na era da tecnologia e, cada vez mais cedo, as telas têm feito parte da rotina deles. Mas se engana quem pensa que apenas o consumo excessivo de conteúdo em smartphones deva ser uma preocupação dos pais para essa nova geração – invenções mais antigas, usadas sem moderação, também podem ser prejudiciais, como mostrou esse estudo sobre o excesso de TV na infância. Aliás, eu já contei nesse post como diminuir o tempo diário que minha filha passava na televisão mudou seu comportamento e até seu desempenho na escola. Mas o post de hoje é para alertar os pais sobre outro perigo dentro de casa: o vício em videogame.

Para começar, é importante destacar que os jogos de videogame podem trazer, sim, diversos benefícios às crianças, como já listei nesse post. Sem dúvida nenhuma, quando sabemos aproveitar bem a tecnologia, ela se torna uma aliada e tanto na diversão e mesmo na educação dos nossos filhos (caso do próprio videogame, dos desenhos animados e programas infantis na televisão, além de aplicativos legais para celulares e tablets).

Contudo, a moderação é cada vez mais necessária, pois diversos estudos têm mostrado o alto valor que podemos pagar, futuramente, pela exposição descontrolada. E é nessa linha que a Organização Mundial de Saúde (OMS), autoridade máxima em saúde, foi para classificar o vício em videogame como doença. É isso mesmo: a partir de 2022, o vício em videogame passa a ser encarado pelos profissionais e entidades de saúde como uma condição de saúde mental.

Entenda melhor a seguir:

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Imagem: 123RF

O que caracteriza o vício em videogame como doença?

De acordo com a OMS, o diagnóstico do “distúrbio de games” (gaming disorder), nome que essa condição recebeu, tem como sintomas a falta de controle de frequência, duração e intensidade com que se joga, e ainda o aumento dessa frequência mesmo após o recebimento de consequências negativas por conta do hábito.

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Outra característica é quando o vício afeta outras áreas da vida. “Para o transtorno de videogame ser diagnosticado, o padrão de comportamento deve ser de severidade suficiente para resultar em prejuízo significativo nas áreas pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou outras áreas importantes, tornando-se evidente por pelo menos 12 meses”, disse a OMS. Ou seja: trata-se de um padrão de comportamento frequente e persistente, de forma que o jogador prefira o videogame a qualquer outra coisa.

O distúrbio foi incluído na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID), lançado esse ano, cujo objetivo é definir diretrizes universais de saúde para diagnóstico e tratamento de doenças. É a primeira vez que o vício em games foi classificado como distúrbio mental, e você pode acessar o documento na íntegra aqui (em inglês).

A inclusão do vício em games como doença já era discutida por autoridades de saúde desde 2014 por conta de evidências científicas que apontam os riscos da condição, além da demanda em diversos países por tratamento. Inclusive, já existem pelo mundo clínicas especializadas em tratar essa dependência que, evidentemente, atinge não somente crianças, mas pessoas mais velhas também.

Cuidados com o videogame em casa

Apesar da classificação da OMS, muitos especialistas no assunto dizem que é muito baixo o número de pessoas que poderiam ser diagnosticadas com distúrbio de games. De acordo com eles, é importante que os pais saibam diferenciar o vício do interesse e da empolgação pelo videogame, que é comum e não oferece riscos.

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Se o seu filho é fã de games, como prevenção, vale observá-lo em casa: ele prefere o videogame a qualquer outra atividade que goste? O hábito tem prejudicado o desempenho dele na escola? E tem comprometido a relação dele com amigos e familiares? Ainda que a sua resposta seja afirmativa para alguma dessas questões, não necessariamente a criança tem distúrbio em games. Mas se você já tentou outras formas de impor controle sobre esse vício sem sucesso, pode ser o momento de procurar ajuda profissional, como de um psicólogo, para compreender a condição.