Como já comentei aqui no blog, Catarina teve algumas naninhas. Mesmo agora, com 7 anos, ela carrega um anjinho que ganhou quando nasceu, para todos os lugares. De tão velhinho, ele já está quase se desfazendo! Mas sem conflito ela o leva para viajar, quando vai dormir na casa da melhor amiga, e também com as avós. Sempre que conto algo sobre suas naninhas, algumas mães me escrevem, dizendo que adorariam que seus filhos também usassem – afinal, a naninha é um objeto que ajuda a criança a se acalmar, principalmente na hora de dormir. Mas que, no caso de seus filhos, não parece haver qualquer interesse por isso.
O que eu posso dizer é que a naninha se mostrou muito útil para a Catarina. Como esse objeto a conforta, ela o abraça se acorda no meio da noite, e não precisa que eu fique no quarto para voltar a dormir. Ela pode até me chamar (e eu sempre atendo), mas consegue adormecer sem minha presença (o que é ótimo). Por isso, se você também acha que a naninha pode ser interessante por aí, mas seu filho não quis aderir ao uso até agora, aqui vão algumas dicas que podem ajudar:

Esse é o anjinho amado! Foto: arquivo pessoal, a reprodução não está autorizada.
- Deixe que ELE escolha a naninha. Ok, você achou uma almofada fofíssima, ou um bichinho incrível, e nada mais natural do que querer dar ao seu filho como naninha. Mas a verdade é que é a própria criança quem escolhe esse objeto. E talvez na escolha ela use critérios que você nem imaginava: a Cacá, por exemplo, adora seu anjinho porque ele é muito macio (segundo ela, mais macio do que os outros bichos/brinquedos). Uma naninha pode ser, por exemplo, um paninho de boca, que seu filho gosta de agarrar ao dormir. Pode ser um cobertor, ou ainda várias outras coisas. Observe o que naturalmente o atrai, e coloque junto dele ao dormir, para ver se seu filho desenvolve um carinho especial pelo objeto.
- Dê tempo ao tempo. Não foi do dia para a noite que a Cacá foi conquistada pelo anjinho – demorou um bom tempo para isso acontecer. Antes, inclusive, ela teve uma outra naninha, que durou menos tempo. Por isso, tenha paciência ao propor a naninha para seu filho, pois o processo de aceitação pode ser longo (tem bebês que não se deixam conquistar facilmente, e seu filho pode ser um deles!). O mais importante é deixar o objeto à disposição de seu filho, para que, aos poucos, ele desenvolva um laço emocional.
- Cheirinho de mãe. Essa é uma dica bem bacana mesmo. Quando Cacá era menor, uma amiga me contou que dormia um tempo com a naninha do filho, para depois da-la a ele. E sabe que funciona mesmo? Tem um cheirinho de mãe que fica no objeto, e seu filho consegue sentir (e por isso mesmo se sente mais seguro com ele). Depois que esse primeiro laço com a naninha é estabelecido, você pode lava-la, que não tem problema. O registro afetivo está feito (e como por mágica seu filho continua sentindo o aroma materno).
- Use a naninha no ritual de sono. Você conta histórias para seu filho dormir? Então que tal a naninha contar junto? Ou faz cafuné no pequeno? Pois coloque a naninha para ajudar no carinho. Assim seu filho a associará com esses momentos de amor que sente durante o ritual, e ela passará a fazer parte do contexto naturalmente.
- Remova “naninhas” não desejáveis. Já pensou que seu filho não se apega à naninha porque já tem outra? E normalmente é a própria mãe. Tem bebê que se enrosca no cabelo da mãe, ou faz carinho nos dedos da mamãe, até dormir. Uma vez ou outra é bem gostoso, mas quando seu filho PRECISA disso para dormir, você terá um trabalhão. Nesse caso, retirar esse hábito pode dar espaço para que seu filho escolha outro objeto.
- Deixe que outra pessoa apresente a naninha. Principalmente se você caiu no caso anterior, de ser a naninha do seu filho, pode ser interessante que, por um tempo, peça a ajuda de outra pessoa para colocar o bebê no berço. O papai, a avó ou uma babá podem entrar em ação, apresentando então a naninha (que já pode estar com seu cheirinho, lembra?).
Enfim, espero que essas dicas tenham ajudado! Depois me conta como foi a sua experiência por aí, combinado?
Veja também: A importância da naninha para nossos filhos