Ah, a entrada do filho na escola! Um dos momentos mais marcantes na vida de uma mãe: não só porque essa é, em geral, a primeira separação que sofremos do filhote, mas também porque sabemos que a partir dali não teremos mais o controle absoluto de tudo o que acontecerá com ele! Olhando para trás, realmente não sei se quem sofreu mais fui ou ou Cacá, mas o fato é que ela não se lembrará do fato em pouco tempo (acho que nem se lembra mais, inclusive!), enquanto para mim isso ficará gravado para sempre no coração!

E para falar um pouco sobre esse sentimento, hoje tem um texto lindo da Flávia Girardi, autora do blog Cartas para Alice! Vem conferir e se emocionar!

Por Flávia Girardi

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Ontem, depois de um bom tempo de pesquisa, avaliação, visitas, indicações de mães e amigos,  minha menina foi para a escolinha pela primeira vez. Explicamos para ela que ali ela brincaria com os amiguinhos e a entregamos, aos prantos, nos braços da tia.

Do lado de fora da sala eu a ouvia me chamar. Apesar de falarmos bastante sobre como seria a nova rotina, mostrarmos livrinhos sobre o tema, falar o que encontraria – os amiguinhos, as atividades, os professores -, ela, é claro, não entendeu. Não entendeu porque estava ali, com pessoas estranhas, um monte de outras crianças – chorando! – e sem o papai e a mamãe por perto.

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Imagem: 123RF

E, pela primeira vez, (ao ouvi-la me chamar e chorar) eu não pude correr para pegá-la em meus braços. E do lado de fora eu chorei. Chorei agradecendo por ter tido a possibilidade de cuidar dela todos esses meses, por ela já ser grandinha, sabendo se expressar bem, falar o que quer ou o que dói. Havia mães deixando seus filhotes pequeninhos – que ainda mamam no peito – cheias de medo: se iriam pegar a mamadeira, se iriam se alimentar!

Chorei por pensar que a vida é assim, feita de adaptações (e que aquela seria apenas a primeira que ela enfrentaria), feita de despedidas (mesmo que curtas. Mas que, sim, uma hora nos vemos sozinhos, tendo que andar com as próprias pernas). Chorei por pensar se vão trocá-la na hora certa, se ela vai comer, se vai conseguir dormir, se o pernilongo vai picar, se alguém vai acudi-la se cair ou se chorar. Chorei por pensar em voltar para a casa sem ela, correndo por toda parte. Chorei de ver o quartinho dela, com os bichinhos de pelúcia espalhados (seus amigos inseparáveis). E chorei mais ainda no segundo dia, quando a acordei cedo e ela me disse: “mamãe, não quero ir pra escolinha”. E estava chovendo. E em dias de chuva a gente sempre desce no parquinho para pular pocinhas…

E eu choro agora enquanto eu escrevo, porque mesmo sabendo que lá ela vai interagir com outras crianças, aprender novas coisas, que a escola é referência, um lugar amplo e bonito, que ela já está espertinha, já sabe pedir as coisas e até se virar. Mesmo sabendo que daqui a alguns meses ela vai gostar daquilo tudo, que será parte sua rotina, com músicas novas, desenhos, experiências, um monte de amiguinhos. Eu choro, mesmo sentindo no fundo do meu coração que vai dar certo e que as mudanças que virão serão positivas, porque acho que a gente nunca está preparada para entregar para o mundo – na minha doce ilusão de que posso controlar e manter tudo debaixo das minhas asas.

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Mas aí penso que é para isso que asas servem… Para voar. Mesmo sem saber o que vamos encontrar pela frente.  Hoje, segundo dia de aula, ela me viu e chorou. Me vi nela, naqueles momentos em que a gente está vulnerável em algum lugar e vê um rosto familiar. Então, virei e disse: “Tudo bem meu amor, vai passar… Você ainda vai brincar muito aqui”. E ela, do alto de seus 1 ano e 9 meses olhou pra mim (como quem dissesse, está certo, tudo bem) e concluiu: “Vovô chora, vovó chora, mamãe chora, todo mundo chora…”.