Que meninos e meninas são biologicamente diferentes, todo mundo sabe. Mas até que ponto bebês dos dois sexos são distintos psicologicamente é uma pergunta que fazemos cada vez com maior frequência. Seriam essas peculiaridades fruto de diferenças culturais na educação dos dois gêneros? Ou dos hormônios produzidos por homens e mulheres? Essa é uma resposta que eu acredito que muitos pais e mães também desejam ter!
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Por isso, no post de hoje, eu trago os resultados de um estudo publicado pela Associação de Saúde Mental Infantil de Michigan, nos Estados Unidos. Por meio de uma revisão de outras publicações científicas, o pesquisador Allan N. Schore concluiu que meninos são mais afetados em situações de estresse do que meninas, e que isso começa desde a vida intrauterina – ou seja, ainda dentro da barriga da mãe.
Uma possível explicação para isso seria a de que, desde a vida entra-uterina até o período pós nascimento, os circuitos que regulam o estresse demorariam mais para amadurecer nos bebês do sexo masculino. Isso também os deixaria mais vulneráveis a fatores externos que agravam o estresse – enquanto as meninas seriam bem menos afetadas e se mostrariam mais resistentes a essas situações. Segundo o estudo, aos seis meses os meninos apresentam mais frustrações do que as meninas, e aos 12 reagem mais do que elas a estímulos negativos. Você já notou algo semelhante em sua casa?
Mais uma conclusão feita pelo estudo é a de que o desenvolvimento social e linguístico também tende a ser mais demorado nos garotos (e isso acaba concordando com a fala de muitas mães que eu conheço, que em sua maioria relatam um tempo maior para seus filhos do sexo masculino começarem a falar com desenvoltura. Só que como vocês bem sabem, Catarina é uma exceção: ela demorou bastante para desenvolver essa habilidade, embora seja menina).
A revisão ainda aponta que pode ser por aí o caminho para explicar porque algumas disfunções neurológicas afetam mais os meninos: como autismo, transtorno de déficit de atenção, hiperatividade e esquizofrenia com início precoce.
Com essas conclusões, vale lembrar da antiga premissa de respeitar a personalidade de cada criança e não estimular determinados comportamentos, como pedir para o menino engolir o choro, porque “homem não chora” (lembrando que esse discurso só reforça o machismo dentro de casa). E acredito que também não devamos generalizar, porque, independentemente de estarmos falando de um menino ou de uma menina, ele (ou ela) não precisa ser igual a todo mundo!