Ao longo desses anos no blog, muitas mães têm me procurado pedindo a indicação do pediatra de Catarina. Normalmente são leitoras que estão passando por problemas que eu já passei com a pequena (refluxo, alergia respiratória, dermatite atópica) e que procuram um bom profissional para tratar seu filhos. E foi pensando nesse pedido que eu tive a ideia de fazer esse post, até porque nem todas essas pessoas moram na mesma cidade que eu – o que significa que precisariam de um outro médico para o tratamento de seus pequeninos.

Contando um pouquinho da minha história com a Cacá, acho importante dizer que ela teve inicialmente uma pediatra (que eu adoro, por sinal), e que, no transcorrer dos anos, acabei migrando seu atendimento para outro médico. Isso aconteceu porque Catarina demonstrou sinais sérios de problemas respiratórios (acho que já comentei uma vez aqui – ela acabou passando três dias na UTI quando tinha 1 ano e meio), e precisou ser acompanhada por um pediatra que fosse também pneumologista. Hoje, olhando para trás, vejo que ela teve em cada fase um ótimo médico: a primeira pediatra foi fundamental para que eu conseguisse manter a amamentação (porque me incentivou MUITO nesse sentido), apesar do uso do complemento; e o segundo foi um anjo em minha vida (duplamente) – ele me tratou na infância (e foi o único que conseguiu controlar minha asma) e fez um tratamento também na pequena, que hoje tem seus pulmões trabalhando normalmente.

Imagem: 123RF

Mas que dica dar a uma mãe que está procurando um bom pediatra? Pensei em alguns pontos, que eu gostaria de dividir com vocês:

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  1. Deve haver confiança na linha de tratamento dele. Eu acredito que esse tenha que ser o principal elemento existente na relação entre os pais e o médico do filho – confiança! Porque haverá dias em que você terá que seguir exatamente as recomendações do médico, e você só fará isso se concordar com a forma como ele costuma tratar seus pacientes. Sabe quando sua melhor amiga te indica um pediatra homeopata fantástico, mas você não gosta de homeopatia? Então não vá, porque são grandes as chances de você discordar e acabar não fazendo 100% do que ele recomendou para o seu filho. Da mesma forma, se você gosta da linha natural, não adianta procurar um pediatra que prescreva um antibiótico ao primeiro sinal de garganta.
  2. Ele precisa estar disponível. Certamente esse é o segundo ponto mais importante para mim na escolha do profissional que atenderá um filho. O que adianta ter como médico o profissional mais badalado da cidade, se ele só tem agenda às segundas-feiras? Ou se você não pode ligar para ele (e conseguir conversar) quando o filho tem uma emergência durante o fim de semana? Pediatra bom, na minha opinião, é também aquele que atende o celular e te escuta, que encaixa seu filho quando ele nota que é realmente importante (mesmo que já tenha vinte pacientes marcados naquele dia). E se ele sai (porque, óbvio, ele também tira férias, ou vai a um congresso), deixa um substituto que sabe dar conta do recado.
  3. Ele precisa acertar na maioria das vezes. Sei que parece duro falar assim, mas é a pura verdade. Você pode confiar no médico, ele pode ser um fofo que sempre atende seu filho. Mas nada adianta se os tratamento com ele não funcionam, e seu filho acaba piorando (aí você acaba correndo com o filhote para o pronto-socorro). Claro que o pediatra não tem a obrigação de acertar sempre, mas você tem que perceber que os procedimentos que ele sugere funcionam para o seu pequeno. Do contrário, é melhor procurar um outro profissional.
  4. Ele precisa ter jeito com criança. Aí você pensa: isso nem precisava dizer, né? Pois é, precisa! Porque, por incrível que pareça, eu acho que nem todos os pediatras conseguem estabelecer esse link com as crianças. Você gosta de ser atendido por um médico que nem te olha na cara, que tem uma postura tão rígida que você tem vontade de sair do consultório correndo? Pois é, seu filho também não. E outra: relação com pediatra é algo de longo prazo, e precisa haver uma afinidade, mesmo que pequena, entre seu filho e ele.
  5. Ele precisa ter jeito com os pais. Certa vez, tentando descobrir se Catarina tinha refluxo, alergia a leite, ou algum outro problema fisiológico que explicasse tantos choros e dificuldade de dormir, cheguei a uma gastro-pediatra renomada de São Paulo. Ela me explicou mil coisas, parecia uma pessoa extremamente capaz e bem formada. Só que, na segunda consulta, ela me disse que o problema da Cacá (que tinha apenas 4 meses de idade, veja! Não quatro anos, era apenas um bebê!) era ser muito mimada. Depois daquilo saí de lá e prometi nunca mais voltar. E não voltei.
  6. Você deve conseguir paga-lo. Isso é outro ponto que não podemos tapar com a peneira. Nem sempre você pode pagar o pediatra dos sonhos, porque o valor da consulta é um terço do seu salário. Aí entra a realidade de cada mãe: algumas têm convênio particular e precisam escolher obrigatoriamente um pediatra da rede conveniada, outras podem pagar uma consulta integralmente, tenha o custo que tiver. Enfim, é importante pensar nisso (embora eu, pessoalmente, ache que, em alguns casos mais sérios, e sempre que viável do ponto de vista financeiro, é importantíssimo contar com um pediatra excepcional, mesmo que ele custe mais).
  7. O ideal é que ele esteja perto. Em cidades grandes, como São Paulo, pode ser preocupante ter um pediatra muito longe. Isso porque, numa emergência, é possível que você leve duas horas para chegar lá, pegando um trânsito caótico. Eu já passei pela experiência de passar meia hora com Catarina muito mal no carro (exatamente da vez em que acabou sendo internada) e posso dizer: é de enlouquecer. Assim, esse é outro quesito para levar em consideração.

Enfim, espero ter ajudado as mães que estão procurando um bom profissional – seja porque estão grávidas e precisarão de um pediatra para o filhote que vai nascer, ou porque não estão satisfeitas e decidiram buscar um novo médico para seus filhos.