Hoje, ao fim do dia, aconteceu um daqueles momentos que fazem parte da rotina de qualquer mãe. Dos quais não nos orgulhamos, mas que também não nos causam tanta culpa assim. Sabe quando você perde a paciência e fala brava com o filho, porque ele largou o prato na mesa da sala (“eu estou aqui arrumando a cozinha e você nem para tirar o prato!”)? Porque ele enrolou quinze minutos na frente da televisão, antes de tomar banho, porque você cansou de falar que já era hora de deitar, e ele ficou fazendo gracinha para não dormir. Tem horas em que isso cansa, em que sua paciência já foi para o beleléu, e você fica irritada. Tudo bem, afinal você é humana, e coisas pequenas assim (mas que acontecem todos os dias) ainda te tiram do sério.

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Depois que finalmente consegui que Cacá escovasse os dentes, fizesse xixi (óbvio que ela teve que ir pela segunda vez ao banheiro, porque “faltou o finalzinho”), colocasse o pijama e tomasse água, deitei ao seu lado para ler uma história, como todas as noites. E foi então que a pequena disse: “mãe, eu não gosto quando você fica brava”. E me deu um beijo tão gostoso no rosto, que me desmontou. Quando eu tentava explicar que a mamãe precisa de ajuda, que às vezes se irrita se precisa repetir muitas vezes para que algo seja feito, ela me dava um outro beijinho e falava novamente: “mas, mãe, eu não gosto quando você fica brava. Eu fico triste”. Aí veio o golpe fatal: “você me promete que nunca mais faz isso?”.

Como prometer algo que não posso cumprir? Disse que adoraria fazer essa promessa, porque eu também não gostava de ficar irritada, mas que não podia. Porque sabia que ainda ficaria muitas e muitas vezes.

Aí ela mergulhou em um abraço e falou: “tudo bem, mãe, eu entendo. Você vai ficar brava, eu não vou gostar, mas vou te encher te beijos e vamos ficar assim juntinhas”.

É isso mesmo, filha… É exatamente isso!