Ontem uma amiga compartilhou uma história no Facebook, e ela acabou chegando até mim. E como fiquei muito surpresa com o que ela dizia, e acredito que ela tenha relação com o que nossa geração de mães vivencia, e com o futuro dos nossos filhos, resolvi mostra-la aqui no blog.

O post dizia o seguinte:

“Pai e filho sofrem um acidente terrível de carro. Alguém chama a ambulância, mas o pai não resiste e morre no local. O filho é socorrido e levado ao hospital às pressas. Ao chegar no hospital, a pessoa mais competente do centro cirúrgico vê o menino e diz: ‘Não posso operar esse menino! Ele é meu filho!’.”
PENSE, MAS NÃO ESCREVA A RESPOSTA.
SE NÃO ENCONTRAR, CLIQUE AQUI PARA DESCOBRIR.”

Obs: pode clicar com segurança, você vai cair em uma matéria da Harvard Business Review

 

Imagem: 123RF

Posso dizer o que pensei assim que li essa mensagem? “Puxa, deve ser uma daquelas pegadinhas sem fundamento”. Mas considerando que a amiga que compartilhou é muito inteligente, eu parei para analisar o recado. Em seguida, meu cérebro deu “tilti”, mas daqueles bem feios. Eu realmente não sabia como o pai que morreu no acidente poderia estar também no hospital. Seria o fantasma que foi ao encontro do filho? Acho que não.

Meu próximo pensamento foi imaginar que a criança poderia ter dois pais, afinal, hoje as famílias são constituídas de diferentes formas por aí. E só depois, inacreditavelmente, é que eu cheguei à solução do problema: a pessoa mais competente do centro cirúrgico, o médico-cirurgião responsável por salvar aquela criança, não seria seu pai, e sim sua mãe! Uma médica, e competentíssima!

Fiquei abismada em constatar como um pensamento tão machista poderia estar lá dentro de mim, sem que eu percebesse. Eu demorei MUITO tempo para perceber que não seria o pai, um homem, um médico a receber o filho para a cirurgia. E sim uma mulher, a mãe, uma médica. Engraçado como fazemos certas imagens em nossas cabeças do que esperamos em relação a uma determinada situação: se tivessem dito que o menino foi recebido na enfermaria, por exemplo, certamente eu teria pensado imediatamente em uma figura feminina – na mãe.

Nossa geração de mães recebeu a mesma educação dos meninos. Nos formamos nas melhores faculdades, batalhamos de igual para igual por uma vaga, assim que nos formamos. Sabemos que temos a mesma competência masculina, mas por vezes abrimos mão de uma vida profissional intensa para nos dedicarmos aos filhos. Algumas de nós chegam a largar uma carreira promissora para ficar em casa, enquanto outras seguem seu trabalho, e têm direito de fazer isso.

Não estou aqui para julgar um lado, nem o outro, acho que cada mulher tem suas motivações e encontra a felicidade e a harmonia da sua família de uma forma diferente. Só queria enfatizar a importância de acreditarmos que toda mulher tem o direito de se tornar o que desejar – bombeira, neuro-cirurgiã, pilota de avião, enfermeira, dona de casa, chef de cozinha, juíza, presidente, engenheira, administradora, e por aí vai!

Que possamos passar esse recado para nossas filhas, para que elas sejam realmente livres para fazer suas escolhas. E para nossos filhos, para que eles respeitem uma mulher como respeitam qualquer homem.