Outro dia eu tive um pequeno ataque aqui em casa, daqueles que nenhuma mãe se orgulha em ter. Não me perguntem porque daquela vez tive uma reação tão exacerbada – afinal, o fator que o motivou se repete com frequência em minha rotina. Talvez eu estivesse realmente cansada, exercendo minha função de mãe 24/7 sem trégua, e precisasse muito de pausa nessa toada tão dura.

Imagem: 123RF

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Eu coloquei Catarina para dormir, e, como de costume, me deitei em sua cama, fazendo carinho até que ela dormisse. E como tem acontecido (mais do que eu gostaria), acabei pegando no sono por ali mesmo. Até aí, nada anormal. O problema foi que, cerca de uma hora depois, acordei sobressaltada, lamentando por não ter levantado logo em seguida – afinal, muito trabalho ainda me aguardava. Olhei no relógio e percebi que já era meia-noite, e fiquei alguns minutos me decidindo se voltaria a dormir (no meu quarto), ou se teria forças para abrir o computador, para resolver as pendências que insistiam em não sair da tela.

Mas… Assim que coloquei um dos pés no chão, para me levantar, a pequena acordou. E não deu tempo de colocar o segundo para fora da cama: ela começou a choramingar, dizendo que eu precisava ficar ali, que eu não podia sair. Naquela hora (inexplicavelmente, eu sei, já que não era motivação para eu me alterar tanto), eu virei um bicho. Aliás, um bicho bem feio. Senti um misto de frustração, por não conseguir me distanciar, depois de ter passado boa parte do dia ao seu lado, com uma pitada de raiva, por não ter direito de ficar sozinha por alguns instantes, com uma boa dose de culpa, por ter ficado tão brava e soltado uns bons berros, para que ela voltasse a dormir sem reclamar. E nessa hora eu pensei: “poxa, será que mãe não tem direito de ficar sozinha de vez em quando?”.

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Mãe levanta cedo pela manhã, com o choro do bebê, ou, quando os pequenos crescem um pouquinho, para tira-lo da cama, fazer o café da manhã e correr para a escola. Depois, enquanto os filhos estão estudando ou em alguma outra atividade, ela trabalha (seja dentro de casa e fora), sem ter tempo de respirar entre uma tarefa e outra (muitas vezes ficando em jejum até a hora do almoço, porque não foi possível engolir um pedaço de pão). Mãe é quem, em geral, também cuida da casa, do marido, da própria mãe, às vezes da sogra, da irmã e da casa. Mãe é aquela equilibrista que tenta deixar todos os pratos girando ao mesmo tempo – e sabe que se não for rápida, eles vão estatelar no chão.

Agora me fala: quando é que a mãe fica sozinha? Mas um “sozinha de verdade” sem trabalhar, sem correr, sem lavar a louça, sem fazer as compras do mês, sem filho choramingando do lado de fora da porta do banheiro! E a resposta é: quase nunca! Porque quando a mãe não está com o filho pequeno a tiracolo, está fazendo alguma coisa pela família, ou para tentar manter seu lado profissional funcionando.

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Só que a verdade é que mãe também precisa ficar só. Precisa ligar a TV sem que esteja passando Peppa Pig, ou o futebol do marido. Precisa tomar um banho gostoso sem medo de ser interrompida cinco minutos depois, com o choro do filho. Para ser bastante sincera, precisa ficar um tempo sem escutar ele chorando (seja pelo brinquedo que quebrou, por você ter dito “não” para algo que ele queria fazer, e pelos outros quatrocentos e cinquenta e nove motivos que levam uma criança a chorar todos os dias). Precisa sair de casa e olhar a rua, tomar um café, sem ficar olhando de dois em dois minutos no relógio, porque vai perder a hora de buscar o pequenino na escola. Precisa poder ligar para uma amiga para bater um bom papo, sem alguém esperneando ao lado porque quer atenção.

Mãe também precisa dos seus momentos de solidão. E não é feio admitir isso, é humano! O problema é que, geralmente, as pessoas só percebem isso quando você tem um pequeno ataque de nervos.