Você já ouviu falar sobre bebês “high need”? Pois esse é um termo criado pelo pediatra americano William Sears, que significa “bebês com alta necessidade”. Eu sei exatamente o que é ter um filho que se encaixa nesse perfil: não é à toa que eu quase enlouqueci no primeiro ano de Catarina! Imagine um bebê que chora praticamente o dia inteiro (com intervalos de 20 ou 30 minutos entre as crises, no máximo!), que dorme pouco (as sonecas quase nunca passavam de 45 minutos), que não brinca sozinho e que solicita sua presença quase 24 horas por dia! Alguma semelhança com o que acontece na sua casa? Então saiba – você também tem um bebê high need!

Para desenvolver essa teoria, Dr. Sears a analisou o comportamento de sua quarta filha, Hayden – que, ao contrário das outras três crianças, tinha um comportamento diferente (primeira observação importante do post: não se culpe achando que seu primeiro filho é assim por sua causa, pois bebês high need podem ser primogênitos, mas também filhos do meio ou caçulas!). Ela não aceitava ficar longe da mãe ou do pai, queria colo o tempo todo, chorava alto (e, se era ignorada, mais alto ainda) e não obedecia a certos limites. Para alguns, essas atitudes podem ser interpretadas como um filho manipulador. Contudo, o próprio pediatra corrige: bebês não manipulam, eles se comunicam. 

Imagem: 123RF

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Quer fazer uma imagem, para entender melhor? Olha só: em um de seus artigos, o médico compara a criação de um pequeno à de uma flor. “Nosso papel como pais é semelhante ao de um jardineiro: não podemos mudar a cor da flor ou o dia de florescer, mas podemos plantar as sementes e aparar a planta de modo a florescer lindamente”, escreveu o pediatra. “No caso de Hayden, nosso papel era ajudar em seu comportamento e nutrir suas qualidades especiais. Então, ao invés de serem defeitos, esses traços temperamentais funcionariam no futuro em sua vantagem”. Pois é, a responsabilidade não é sua (mãe ou pai), as personalidades das crianças é que são diferentes, e nós podemos aprender a lidar com elas. Veja a seguir como:

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Como eu sei que meu bebê é high need?

De acordo com o Dr. Sears, os bebês com alta necessidade possuem algumas características em comum, como serem muito intensos, hiperativos, além de dormir pouco (acordam muito durante a noite) e mamar muito (para essas crianças, a amamentação é mais do que o momento de se alimentar; eles demoram nas mamadas e pedem o peito constantemente, porque, para eles, trata-se de uma situação de conforto). Eles também são muito sensíveis (ficam muito estimulados, ou então entediados rapidamente), não se acalmam sozinhos e querem o contato com a mãe, pele a pele (como colo), o tempo todo – e só com ela, ou com o pai (o pediatra até brinca que a música “Only you” poderia ser o tema desses bebês). Tanto é que esses pequenos demoram para se acostumar a ficar sob os cuidados de outra pessoa, mesmo que seja um parente próximo.

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Vale ressaltar que cada criança possui a sua própria personalidade (tanto é que você pode identificar em seu filho algumas dessas características, outras não). O pediatra explica em seus artigos que o uso do termo “high need” não propõe um rótulo, nem muito menos um diagnóstico para o bebê (até porque rotulações limitam), mas se trata de uma maneira de explicar aos pais que não é culpa deles (e nem exagero) ter um filho que pareça nunca estar satisfeito, apesar dos esforços para acalma-lo. A proposta do médico é, na verdade, mostrar que precisamos estar abertos às necessidades de cada criança, para aprender a lidar com elas (e nos livrarmos do medo de sermos manipulado pelo pequeno ou de estragá-lo, porque não é por aí).

 

Como cuidar de um bebê high need?

O pediatra americano explica que os pais devem controlar as situações às quais seus filhos são expostos. Por exemplo, a filha dele não aceitava quando ele a impedia de mexer em algum lugar. Por isso, ele optou por mostrar a ela os locais em que ela poderia tocar. Outro ponto importante que ele coloca é sempre responder à criança (e não demorar para fazer isso). Lembrando que, segundo o profissional, isso não indica que o pequeno esteja te manipulando, apenas que você entendeu que seu pequeno se comunica por meio de comportamentos mais “extremos”, já que ainda não sabe falar. E ele sempre espera uma resposta sua (que deve vir!).

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Assim como para toda mãe, também é muito importante estabelecer uma rede de apoio com a família. Dividir as tarefas e os cuidados com o pai, em todas as casas, é fundamental (e essa situação pode ser acentuada quando falamos em bebês high need, pois eles nos “sugam” mais). Além disso, ter alguém para ajudar nas tarefas de casa pode ser ainda mais útil.

E mais: respeitar a personalidade e o tempo de amadurecimento de cada um. Se você expõe seu filho a uma determinada situação e ele não aceita bem, talvez é porque ainda não esteja preparado para aquilo, como ficar sob cuidados de outra pessoa, ou sair de casa. Claro que muitas mães precisam trabalhar e não têm como ficar com a criança o tempo todo, mas seja paciente durante esse processo de separação – aliás, paciência é a maior demanda (e uma das mais difíceis, confesso!) desse bebê.

Mas você pode estar se perguntando: e melhora? Aqui melhorou muito quando Catarina começou a falar (pena que demorou, ela realmente só passou a se comunicar bem depois dos dois anos!), porque descobriu outra maneira de demonstrar suas necessidades. Até hoje ela é uma menina de opinião forte, intensa, mas é muito fácil lidar com ela através do diálogo.

 

Para quem quiser saber mais

A experiência do pediatra com a sua filha high need está toda descrita no livro The Fussy Baby Book que, ainda, não possui tradução para português (mas a versão em inglês pode ser encontrada em várias livrarias). Para saber mais também, você pode encontrar alguns artigos no site do pediatra.

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