Vocês que acompanham o blog sabem: Catarina foi daqueles bebês que não dormiam bem por nada nesse mundo! E eu confesso: eu era daquelas mães-helicóptero, que vivia em torno da cria, e que não podia ouvir um murmúrio, um chorinho, que já estava a seu lado, para atendê-la. Se uma coisa está intimamente ligada à outra, no meu caso, eu nunca terei certeza (será que ela dormiria melhor se eu tivesse tido outro tipo de comportamento? Eu acredito que sim!). E para ajudar outras mães que vivem esse dilema, o post de hoje, da nossa querida consultora de sono, Michele Melão, pode ser de grande valia! Vem dar uma espiadinha!

Por Michele Melão

Deixar chorar para dormir ou atender prontamente o choro do bebê? Esta é uma questão muito comum entre as mães que me procuram para iniciarmos uma aprendizagem de sono com os bebês. A maioria das famílias não suportaria fazer qualquer método para ensinar o filho a dormir, se isso implicasse em deixar a criança chorando por longos períodos. E é pensando nisso que a dúvida surge.

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Imagem: 123RF

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Existem pessoas que defendem os métodos baseados nos ensinamentos do pediatra Richard Ferber, conhecido por defender o choro controlado – técnica na qual a criança é colocada no berço, deixada sozinha e os pais, de tempos em tempos, aparecem por alguns segundos dentro do quarto. Não pegam, mexem ou atendem qualquer necessidade do bebê, até que ele adormeça por conta própria.

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A maioria das famílias sofre apenas com a ideia de expor seu bebê a um stress como o choro controlado, nos primeiros meses de vida; porém atender o choro da criança prontamente também pode ser um problema. Um bebê que só ao resmungar já recebe colo / peito / mamadeira / embalo pode criar uma associação de sono incorreta, ou seja, depender dessas atitudes para voltar a dormir (e consequentemente ter diversos despertares noturnos, fazer sonecas curtas e em horários irregulares, ficar irritado o dia todo em consequência da privação de sono, além de madrugar, acordando perto de 4h30 da manhã para começar o dia – hora em que o sono é muito leve, e voltar a dormir pode ser uma dificuldade tremenda para as crianças que não desenvolveram a habilidade de dormir sozinhas).

Meu post de hoje é para falar sobre o equilíbrio. Sobre acabar com associações erradas que prejudicam o sono do bebê com carinho, paciência, persistência e, principalmente, estudando aquela criança, para entender que método usar.

E estes métodos funcionam? Como consultora de sono posso afirmar com toda segurança que nem todos os métodos funcionam para todas as crianças, que não existe uma receita pronta e eficiente em todas as famílias –  portanto pode dar certo, sim, em muitas casas, e causar um transtorno enorme em outras. Por isso não sou guiada por um método específico, porém percebo que aqueles com pouco ou nenhum choro são mais aceitos pelos pais e por isso dão mais certo (porque as famílias conseguem cumprir o plano de sono completo).

 

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As principais dificuldades: amamentação e colo (embalo).

Uma criança pode ser alimentada por livre demanda e mesmo assim dormir bem, desde que voltar a dormir não dependa de sugar o peito da mãe. Esta associação é muito comum e quando o bebê tem o sono sensível, pode acordar a cada ciclo de sono, e só conseguir voltar a dormir se chupetar o peito por alguns segundos. Muitas mães têm a impressão de que o filho nem mesmo chegou a mamar, mas só o fato de sugar um pouco o mamilo já o faz voltar a dormir. Livre demanda (fortemente recomendada pelo menos até 4 meses) não pode ser sinônimo de dormir mal, já que um bebê com sono não consegue se alimentar direito.

Uma criança pode receber colo, embalo e muito carinho e mesmo assim dormir bem, se voltar a dormir não depender de ir para o colo ou para o bola de pilates a cada hora. Crianças que apresentam quadro de refluxo têm esta associação muito presente, já que precisam ficar no colo por bastante tempo para arrotar antes de dormir e acabam adormecendo no colo dos pais.

 

Dicas de como agir:

A partir dos 4 meses, quando o nascimento é a termo, seu bebê já produz hormônio de sono suficiente para esticar mais horas de sono durante a noite, e para firmar alguns horários para fazer as sonecas. Então a primeira dica é anotar os horários do seu bebê, identificar os sinais de sono para não deixar que ele passe do ponto e demore muito para adormecer, e começar a seguir uma rotina diária, com regularidade nos horários de dormir, de fazer a higiene, de se alimentar e das outras atividades.

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Não atenda seu bebê no primeiro resmungo. Durante um ciclo de sono, seu filho vai passar pela fase de sonolência, sono profundo, sono de sonhos e sono leve. Só durante o sono profundo ele deve ficar sem se mexer ou falar. Nas outras fases, ele pode resmungar, sorrir e até mesmo chorar. Antes de atender seu bebê, oferecer peito ou pegar no colo, dê uma pausa. Seu filho pode estar em uma fase de sono e a interferência de outra pessoa pode despertar o bebê, fazendo com que ele não aprenda a ligar um ciclo de sono no outro.

Não subestime a capacidade do seu bebê dormir sozinho. Muitos pais nem ao menos tentaram colocar o bebê no berço para ver o que acontece. Alguns podem levar mais tempo, outros menos, mas a maioria vai acabar adormecendo sozinho, desenvolvendo a habilidade de relaxar sem ajuda, o que vai aumentar muito as horas de sono, especialmente noturnas, do bebê.

Tenha um ritual de sono consistente, repetido, no qual seu bebê sabe o que vai acontecer, e reveze a participação nesse momento com outras pessoas, que eventualmente podem ajudar. Quando apenas uma pessoa faz o processo todos os dias, ele pode protestar e chorar muito quando outra pessoa vai colocá-lo para dormir. A partir da 16ª semana de vida, sempre que possível, deixe o pai, avós ou outras pessoas que o bebê conhece fazerem o mesmo ritual e colocarem o bebê na cama.

Se seu filho apresenta muitas dificuldades de sono, procure ajuda de pessoas especializadas ou mesmo pesquise formas e métodos de aprendizagem de sono em livros. Porém, evite tentar de tudo, porque isso pode causar muita ansiedade e insegurança para o bebê, piorando ainda mais o sono. Um erro muito comum das famílias é agir de uma forma diferente a cada hora, na tentativa de acertar esse sono. Ensinar um bebê a dormir leva tempo e muita dedicação, então uma vez que a escolha do método de aprendizagem tenha sido feita, dedique tempo e carinho ao processo, e certamente seu bebê aprenderá a dormir tranquilamente.

michele melão selo