Hoje eu passei uma parte da minha tarde conversando com uma amiga querida. Ela está vivendo uma fase pessoal difícil, enfrentando uma separação dolorosa, mas está ali – firme, forte, convicta de seu papel de mãe, se esforçando para continuar dando o melhor para os seus filhos. Mas sabe que serão necessários cortes, para viver em uma estrutura familiar diferente, sem muita ajuda (até financeira).

Imagem: 123RF

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Engraçado como, conforme ela ia falando, acabamos nos dando conta, juntas, de que nossa geração foi acostumada a ter muito mais do que a dos nossos pais. Muitos deles, durante a infância, não tiveram sequer uma televisão em casa (que só chegou anos depois, e mesmo assim na versão preto e branco). Tinham o uniforme da escola e mais meia dúzia de peças, que podiam ser facilmente acomodadas em uma pequena parte do armário, que dividiam com os irmãos.

Mas nós já crescemos com mais. Eu não me lembro da vida sem TV, pude escolher algumas roupas que minha mãe comprava, mesmo tendo mais duas irmãs (mais novas, sempre reclamaram que herdavam tudo, e pouco podiam escolher). Em casa, cada uma tinha sua Barbie, e com o que ganhávamos de presente, conseguíamos montar uma cidade inteira para as bonecas brincarem.

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E nossos filhos? Alguma dúvida de que eles, desde sempre, tiveram ainda mais do que nós? Olho para a quantidade enorme de brinquedos de Catarina e fico de certa forma espantada. Isso porque doamos muita coisa – quando algo novo chega, um antigo sai. No quarto da pequena as roupas ocupam não só a cômoda, como também um armário de duas portas (embora eu, felizmente, compre pouquíssima coisa, uma vez que a grande maioria das peças foi passada por amigas com filhas mais velhas. Eu poderia comprar tudo novo? Sim, poderia. Mas, para mim, deixar de usar roupinhas tão lindas, em perfeito estado, seria não só falta de inteligência, como também uma falta de respeito com o meio ambiente).

Se essa é uma realidade dessa geração que está nascendo agora, dos nossos pequenos, por que nos preocuparmos em ensiná-los a viver com menos? Posso estar enganada, mas acredito que a vida é cheia de altos e baixos. Muitas vezes nos vemos no meio de furacões – e qualquer semelhança com os tempos difíceis que estamos vivendo, em que vejo muitos amigos perdendo empregos, tendo que viver com metade do que viviam no ano anterior, não é mera coincidência. E nessa hora é necessário focar naquilo que realmente importa: casa, comida, educação, saúde.

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Quando situações como essa acontecem, vejo alguns pais sofrendo muito, por não poderem dar aos filhos o que davam antes. Vejo algumas crianças que se sentem infelizes, porque não têm o lançamento da loja que o colega de classe ganhou, nem o brinquedinho do fast food. Quando poderíamos usar nosso tempo ensinando nossos filhos a criarem seus próprios brinquedos, a se divertirem pegando folhas de árvores, a fazerem sua própria comida (quem é que não gosta de cheirinho de bolo que acabou de sair do forno?) – coisas que custam substancialmente menos do que se divertir comprando coisas por aí.

Quando simplificamos, vemos que é muito mais fácil atingir aquele sentimento de felicidade, que tanto almejamos. Nos tornamos mais independentes: do dinheiro, das comparações, do que não conseguimos controlar. Gastamos tanta energia tentando garantir que nossas crianças sejam bem-sucedidas no futuro (tenham um bom emprego, uma casa grande, o carro do ano), que talvez estejamos deixando passar a possibilidade de ensiná-las outras formas de satisfação, de alegria, de prazer. Não é voltar a ser bicho-grilo: é abrir os olhos para novas possibilidades de levar a vida, e criar filhos fortes, para o mundo que precisarão enfrentar.