Há um certo dia que nós, mães, tememos desde que nossos filhos nascem: o dia em que aquele serzinho pequeno, que saiu da sua barriga e que partilhou do seu corpo por 9 meses, dirá a você que não precisa da sua presença. Todo mundo fala que cria o próprio filho para o mundo – eu mesma canso de (me) repetir isso. Mas a verdade é que não é fácil deixá-los voar, porque sempre achamos que embaixo das nossas asas eles estarão mais protegidos.

Imagem: 123RF

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Pois recentemente eu tive uma pequena amostra do que estar por vir, e confesso: meu coração doeu. Porque, pela primeira vez, eu não era a mamãe solicitada, aquela que não pode se ausentar, puxada aos solavancos para ficar bem grudadinha, para participar de cada instante. Acontece que Catarina tem uma amiguinha de quem gosta muito: são colegas na escola e fazem ballet juntas. A família inteira é muito fofa, eu me dou super bem com a mãe dela, e tivemos um convite para almoçar em sua casa. Mas, justamente naquela data, eu tinha um compromisso já marcado, o que gerou a seguinte proposta: “quer deixar a pequena por algumas horas?”. E essa possibilidade, que ainda não havia sido cogitada, passou a ser discutida por mim e pela filhota, para que tomássemos uma decisão.

– Filha, vamos deixar para outro dia, então? Como a mamãe não pode ir amanhã, dessa vez você fica em casa.

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– Mas, mãe, eu consigo ir sozinha (Catarina, do alto de sua autoridade de apenas 4 anos!)

– Cacá, você vai comer sozinha sem dar trabalho para a mãe da sua amiga? E no banheiro, como você vai fazer (eu ainda ajudo a limpá-la aqui em casa)? Você vai dizer “por favor”, “obrigada”, ser bem educada?

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– Mãe, eu vou tentar comer tudo. Se precisar ir ao banheiro, eu peço ajuda. E vou tentar me lembrar de pedir tudo direitinho e agradecer. Não sei se vou conseguir, mas vou tentar (eu adoro sua sinceridade!).

– É, mas acho que ainda não dá, filha. Vamos conversar com o papai, e se ele também achar que ainda é cedo, vamos esperar mais um pouco.

– Mãe, a verdade é que eu não queria que você fosse, para eu poder me virar sozinha dessa vez.

Talvez eu estivesse preparada para isso quando ela tivesse 7 anos. Talvez aos 9. Mas certamente eu não esperava ouvir essas palavras aos 4 e meio. E o que eu senti foi um misto de orgulho, por perceber que meu bebê está crescendo, que já tem certo grau de autonomia e segurança (que para mim são sinais de uma criança feliz e que sabe que pode voltar sempre para seu porto seguro), com uma pontadinha no peito, de saudades de uma fase em que a minha presença lhe bastava por completo. Eu era a companhia preferida, com quem a pequena desejava ficar em todas as ocasiões. E, aos poucos, deixarei de sê-la, para ceder espaço para os amigos, depois para um namorado, até que enfim ela faça sua própria família.

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E o que eu respondi? Pensei em deixá-la ir sozinha, mas não deixei. Porque realmente acredito que não seja a hora, que ela precise de uma mãe presente para lhe dar parâmetros do que pode e o que não pode nas casas de outras famílias. Sinto que ela merece saber que estou acompanhando, e que quando for o momento certo ela poderá ir – mas ainda falta um pouco.

E como o querer de uma criança é forte que só, meu compromisso foi desmarcado, então pudemos ir juntas!