A mastite nada mais é do que a inflamação das glândulas da mama, que pode acometer mulheres que estão iniciando a amamentação e também as que não estão – embora seja mais comum ocorrer entre as lactantes.
Para ajudar as mamães que estão passando por isso, resolvi reunir diversas informações sobre a mastite nesse mini dossiê. Então, vem saber mais sobre como evitar o problema, quais são os desconfortos e sintomas que ele traz e as medidas eficientes para tratá-lo!
mãe amamentando o bebê. Foto. Freepik
O que é mastite, o que causa e como preveni-la
A mastite é caracterizada pela obstrução dos ductos mamários, o que impede a passagem do leite e deixa a mama inflamada (situação que pode evoluir rapidamente para uma infecção).
Ocorre então acúmulo de leite no local, deixando os seios empedrados. A mastite pode ser causada por diversas razões: alguma batida brusca do seio (um trauma), ou mesmo quando, por algum motivo, o bebê não consegue sugar todo o leite que sua mãe produz.
Esse último motivo é o mais comum para o surgimento do problema e, geralmente, aparece nos primeiros meses após o parto – quando a mãe e o bebê ainda estão se adaptando à amamentação.
Por isso, é muito importante insistir na pega correta do pequeno na hora do aleitamento (aproveite para pedir instruções às enfermeiras ainda no hospital, assim, você irá para casa mais tranquila).
Além da pega, outras medidas também ajudam na prevenção da mastite: testar novas posições para amamentar o bebê, certificar-se de que os seios foram esvaziados a cada mamada, e fazer a ordenha manual ou com bombas específicas, caso você perceba que seu filho não mama todo o leite produzido.
Incorpore todos esses hábitos na sua rotina, pois você notará um grande benefício no processo de amamentação!
mãe extraindo leite do peito com bombinha. Foto: Freepik
Identificando a mastite
Mesmo tomando esses cuidados, a mastite pode surgir. Portanto, você conseguirá perceber que algo está diferente pelo surgimento de alguns sintomas comuns da doença, como febre, calafrios, mal-estar, dor, vermelhidão, quentura e inchaço na região das mamas.
Nesse caso, a melhor coisa a se fazer é procurar um médico o quanto antes, para ter acesso às orientações corretas de tratamento. É importante dizer que a inflamação pode virar uma infecção (e em casos muito graves, somente uma cirurgia resolverá o problema).
Após o diagnóstico, se achar necessário, o ginecologista poderá receitar anti-inflamatórios e antibióticos para tratar a mastite. Mas fique tranquila: a maioria dos medicamentos prescritos não afetam o bebê (de qualquer maneira, vale a pena perguntar sobre isso e tirar quaisquer possíveis dúvidas com o profissional que a acompanha).
Levar a criança na consulta médica também é uma boa dica. Então, observe como você amamenta seu filho, o profissional da saúde conseguirá detectar se a pega está correta ou se há algum outro problema que atrapalha o fluxo do leite materno.
médico ginecologista. Foto: Freepik
O tratamento da mastite
Uma medida fundamental, que ajuda muito no tratamento da mastite, é a amamentação.
Apesar da dor e do incômodo que provavelmente você sentirá, insista no aleitamento.
Isso porque, além de alimentar seu filho com todos os nutrientes necessários. Dar o peito também ajuda na resolução do problema, pois o movimento de sucção do bebê contribui para a desobstrução das mamas.
Para facilitar a descida do leite e não sentir tanto desconforto, você pode fazer compressas frias antes de amamentar o pequeno (a não ser que pretenda amamentar o filhote logo em seguida). Então, um banho morno poderá ajudar na saída do leite materno.
Outras medidas importantes para a mamãe que está com mastite são: oferecer o peito para o seu filho várias vezes ao dia e, como foi falado anteriormente, esperar esvaziar completamente uma mama para dar a outra
Utilize bombas de leite para realizar esse esvaziamento, se necessário.
Também vale conversar com o parceiro, familiares ou amigos próximos e pedir auxílio. Toda recém-mãe precisa de ajuda: seja para ficar mais tranquila para vivenciar esse momento difícil, para cuidar do bebê ou mesmo para ser compreendida. Então, converse com as pessoas que você tem intimidade sobre isso!
amamentando o bebê sentado. Foto: freepik
Evite também usar camisetas apertadas ou sutiãs que não são confortáveis, como os que contêm aro.
Na fase da amamentação, investir em modelos específicos é muito importante – mas, durante o tratamento da mastite, o ideal é que você opte por sutiãs mais largos e confortáveis.
Além disso, alimentar-se de maneira saudável e ingerir muito líquido durante o dia são atitudes imprescindíveis, que fortalecerão seu sistema imunológico, deixarão seu corpo hidratado e, consequentemente, ajudarão na resolução do problema.
Apesar de ser uma situação desconfortável, que causa dor e angústia na mãe que a está vivenciando, tente relaxar e descansar. Na medida do possível, faça coisas que lhe dão prazer, como ler um pouco, ver uma série de que você gosta ou mesmo receber uma massagem nos pés de uma pessoa querida.
Por fim, se você está passando por isso, tente mentalizar coisas positivas e enxergar o acontecimento pelo lado bom: você produz muito leite para nutrir seu filho com o melhor alimento que ele poderia receber – enquanto outras mães não conseguem vivenciar essa experiência.
As coisas também melhoram com o tempo: você começa a se adaptar ao seu bebê (o que inclui a quantidade de leite materno que suas mamas produzirão) e ele a você.
Dessa maneira, tudo flui e acontece como deve acontecer. Fique tranquila e lembre-se de que entre sangue, suor e lágrimas, amamentar é um ato imenso de amor!
mãe bebendo água ao amamentar. Foto: freepik
O que fazer para aliviar a dor da mastite?
A dor da mastite pode ser controlada com analgésicos comuns, tipo paracetamol, ou anti-infamatórios, como o ibuprofeno. Ambos fármacos também atuam contra a febre e são seguros para o bebê.
Medidas que facilitam a drenagem do leite também ajudam a controlar a dor. Alguns exemplos são massagens nos locais mais endurecidos, compressas ou banhos quentes. O correto posicionamento do bebê e a pega do mamilo são importantes, não só para garantir a correta descida do leite, mas também para reduzir a dor na hora da mamada.
Fatores de risco da mastite
A inflamação geralmente ocorre no contexto dos seguintes problemas, que tipicamente resultam em ingurgitamento da mama ou má drenagem do leite:
- Bloqueio parcial do duto de leite, provocando redução da drenagem e estagnação.
- Frequente pressão sobre as mamas, como, por exemplo, uso sutiã apertado ou cinto de segurança do carro.
- Produção excessiva de leite.
- Mamadas infrequentes (esvaziamento infrequente do seio).
- Escoriação ou rachaduras no mamilo.
- Interrupção precoce do aleitamento materno.
- Estresse materno ou fadiga excessiva.
- Desnutrição materna
O melhor modo de prevenir a mastite do puerpério é através da correta técnica de amamentação, com adequada pega do bebê, visando um eficaz esvaziamento da mama a cada mamada e evitando a ocorrência de lesões nos mamilos que servem de porta de entrada para a invasão de bactérias.
recém-nascido mamando. Foto: freepik
Prevenção
Quem já teve uma mastite puerperal tem maior risco de tê-la novamente. Algumas dicas ajudam a reduzir a chance de novo episódio:
- Deixe seu bebê esvaziar completamente um seio antes de trocar para o outro durante a mamada.
- Faça rodízio entre as mamas. Se o bebê mais cedo mamou na esquerda, na próxima mamada comece pela direita.
- Certifique-se de que seu bebê se encaixe corretamente durante as mamadas.
- Se houver sinais de leite empedrado, faça massagens, aplique compressa quente e garanta que o bebê consegue esvaziar esse seio.
- Se você fuma, pare.
Alguns estudos sugerem que no caso das mulheres grávidas que tiveram mastite lactacional no puerpério anterior, a administração do probiótico Lactobacillus ao final da gravidez pode reduzir a probabilidade de mastite com o novo bebê.