Recentemente vários sites brasileiros noticiaram a instalação de algumas cabines de amamentação em aeroportos de Nova Iorque. Para quem ainda não viu, eu mostro a seguir a foto de uma delas: com um espaço (bem) mais apertado do que eu gostaria, e com um detalhe importante: sem janelas (o que, segundo a Mamava, fabricante das cabines, garante a privacidade da mãe que amamenta).
O fato é que a notícia gerou uma grande discussão aqui no Brasil, porque vai contra o movimento atual de favorecer a amamentação em qualquer ambiente – inclusive em público. Por outro lado, muitas mães disseram que se sentiriam muito mais à vontade se tivessem um local reservado para amamentar, sendo favoráveis às cabines. E você, já parou para pensar no assunto?
Pois eu decidi compartilhar aqui minha opinião (e tenho certeza de que ela não será bem aceita por todas as pessoas – afinal, existem assuntos que são verdadeiras polêmicas no mundo da maternidade – e a amamentação se enquadra na categoria): eu respeito na mesma medida a mulher que deseja amamentar em público e aquela que prefere ter um espaço reservado para isso.
Se por um lado eu defendo a mulher que deseja amamentar em qualquer lugar desse aeroporto, sem se sentir impelida a fazer isso em uma cabine, sala ou espaço semelhante (afinal, ela está apenas nutrindo seu filho! E tem todo o direito de amamentá-lo onde e quando quiser), eu também entendo perfeitamente a outra, que prefere dar o peito em um local mais calmo, limpo e com infra-estrutura para a amamentação. E, para mim, isso não se trata de vergonha: apenas de uma preferência pessoal e uma constatação do que funciona melhor para cada criança (porque, sim, há aquelas que precisam de um ambiente mais tranquilo para mamar direito – assim como alguns bebês só dormem com silêncio) e para cada mãe.
Mas então vocês podem concluir: “você está dizendo que gosta da cabine”. E minha resposta é: não! Não gosto porque achei apertada, porque não considero um ambiente gostoso para amamentar um bebê, porque ao invés de um espaço minúsculo, o aeroporto poderia destinar uma sala bem maior para mães que desejam amamentar (inclusive juntas! Ou não tem coisa mais gostosa do que trocar experiências com outras mães que estão passando pela mesma fase? Eu fazia muito isso em um espaço de São Paulo equipado com várias cadeiras de amamentação, uma ao lado da outra – e trocadores, cadeirões, microondas, fogão, enfim, tudo o que uma mãe com bebês precisa durante um passeio). Aliás, e quando mais de uma mãe precisar amamentar ao mesmo tempo – a cabine resolve? Não, não resolve. E seria o fim do mundo se formar uma fila do lado de fora com bebês chorando de fome.
Mantendo o projeto como ele está, consigo enxergar um bom uso para a cabine: o da ordenha. A instalação de módulos como esse, equipados com bombas, facilitaria a vida da mãe que precisa retirar o leite em empresas e locais públicos, porque o filho está à distância.
Agora me conta: qual sua opinião pessoal sobre o assunto?