Com todas as leitoras que também sentirão saudades do adeus de seus filhos, eu compartilho essa pequena carta que escrevi para Catarina!

Filha, querida,

Como faço todos os dias, levei você à escola hoje. A cada dia que passa, sinto que somos mais companheiras: vamos conversando ao longo do percurso, cantando nossas músicas preferidas, falando sobre os últimos acontecimentos. Você descobriu recentemente que há momentos em que prefere ficar quietinha, apenas apreciando o trajeto; isso faz com que eu perceba o quanto cresceu e amadureceu.

Quando chegamos ao portão da escola, você segue sempre o mesmo ritual: segura com carinho a minha mão, abre um grande sorriso – demonstrando que está feliz naquele local -, me dá um beijo e segue em frente, acenando animadamente com sua mãozinha. Eu, ali, como expectadora, consigo enxergar seus passos cada vez mais firmes, e o crescimento de sua independência.

filha acenando

Minha pequena, preciso te contar algo, que está pulsando no fundo do meu coração: o sentimento de que eu terei muitas saudades do seu adeus. Desse adeus breve, que dura apenas algumas horas – o necessário para que você se desenvolva, cresça, floresça! E para que eu cumpra minhas atividades diárias, da casa, do trabalho. Como é bom saber que logo em seguida verei sua corrida para os meus braços, sentirei seu abraço apertado, e te levarei para casa. Embaixo das minhas asas, protegida, como se ainda fizesse parte do meu corpo – como nos nove meses em que esteve dentro de mim.

Se eu pudesse lhe fazer um pedido hoje, seria o de que todos os adeus entre nós fossem breves como esse. E que eu sempre possa ver refletida em seus olhos a felicidade de nosso reencontro. Porque para mim, você sempre será a menina de maria-chiquinha vestida com o uniforme escolar – o motivo maior do meus sorriso, a razão maior da minha existência.