As últimas semanas têm sido muito puxadas por aqui. Fim de ano é naturalmente uma época corrida para todo mundo, e para quem tem filho que faz aniversário em dezembro, um pouco mais. Enquanto as pessoas estão pensando em comprar presentes de Natal, eu estou correndo atrás do bolo, dos docinhos, e de toda a organização da festinha – sabendo que pouco depois enfrentarei as filas intermináveis do shopping (para aí, sim, pensar nas providências natalinas).
Esse ano, para dar mais emoção à correria, foi marcado o lançamento do meu primeiro livro infantil (aliás, vocês estão todas convidadas! Adorarei ter vocês comigo nesse dia!) justamente na semana do aniversário da pequena. E isso significa que estou trabalhando até 3h da madrugada quase todos os dias para dar conta do trabalho. E, claro, no dia seguinte, estou uma verdadeira múmia, que se arrasta para fora da cama quando Catarina acorda.
Quando você atinge esse nível avançado de tarefas sendo executadas todas ao mesmo tempo, naturalmente o cérebro escolhe algumas para deixar em “piloto automático”. Você continua fazendo, só que sem prestar a mínima atenção! E comigo, em geral, o que entra nesse “modo de operação” são as conversas – continuo respondendo, mas praticamente apenas repetindo as palavras faladas pela pessoa que me fez a pergunta.
Só que quando se tem filhos, esse piloto automático nos coloca em cada situação! Outro dia, pouco antes do jantar, Catarina me perguntou:
– Mãe, posso comer chocolate?
– Pode.
– Mãe, posso comer a caixa inteira?
– Pode.
– Mãe, minha mão sujou. Posso limpar no sofá?
– Pode.
– Mãe, você está me ouvindo?
Oi? Na pergunta não tinha a palavra “pode”, então me perdi na resposta. E foi aí que vi a boca e o sofá completamente melados de chocolate!
Caí na risada e aproveitei para pegar um bombom também. Em dias comuns, ela não poderia comer chocolate antes do jantar, muito menos a caixa toda! Limpar a mão no sofá, então, sem cogitação! Mas já que a vaca tinha ido para o brejo, resolvi sentar e aproveitar nosso momento de bagunça.