Hoje tem papo sério aqui no blog. Isso porque eu vejo esse espaço também como uma oportunidade de conversar com as leitoras e passar informações sobre saúde infantil.
Nesse post resolvi falar sobre a Síndrome de Kawasaki, depois que uma leitora contou que seu filho foi diagnosticado com ela. Considero a informação dos pais fundamental – para desconfiar que algo não está bem e também para tranquilizar, quando a criança apresenta os sintomas.
Conhecendo a Síndrome de Kawasaki
Esta síndrome, que é ainda é um mistério para os especialistas sob muitos aspectos, é basicamente um tipo de vasculite, ou seja uma inflamação das paredes dos vasos sanguíneos, que pode aparecer de maneira repentina.
Além disso, o próprio sistema imunológico pode ser o responsável por causar a inflamação, quando as proteínas produzidas por ele, os autoanticorpos, se instalam nos vasos e o fluxo sanguíneo fica prejudicado, dificultando o recebimento de oxigênio nos vasos.
A Síndrome de Kawasaki é bem rara, e aparece com mais frequência em crianças entre dois e cinco anos de idade, predominantemente em meninos de origem asiática.
Em 2009, quando o ator John Travolta revelou que seu filho tinha a doença, foi que a síndrome veio a conhecimento do grande púbico – até então era praticamente conhecida apenas no meio médico.
O que provoca a Síndrome de Kawasaki?
Criança doente. Fonte: Freepik
As causas dessa doença ainda são desconhecidas, ainda que haja duas possibilidades mais estudadas. A primeira é de a inflamação dos vasos seja proveniente de uma infecção, a segunda, de que seja uma resposta do sistema imunológico no combate a alguma ameaça que se apresente ao organismo.
Como é feito o diagnóstico?
Não há exame clínico que possa atestar a doença. Por isso, o diagnóstico é feito pelo médico a partir da presença dos principais sintomas, que variam de acordo com as três fases da doença:
1ª FASE:
- febre alta (ao redor de 40°C) por mais de cinco dias (atenção: qualquer criança com febre por mais de três dias deve ser levada ao médico imediatamente);
- lábios vermelhos ou rachados e língua bem vermelha (chamada de língua de framboesa por causa do tom);
- olhos avermelhados;
- palmas e solas dos pés vermelhas;
- vermelhidão no tronco e na zona genital;
- garganta inflamada com linfonodos (ínguas e gânglios inflamados).
2ª FASE:
Descamação dos pés e das mãos, diarreia e dor abdominal, com vômitos, além de dor nas juntas.
3ª FASE:
Regressão dos sintomas.
Como é feito o tratamento?
criança doente – Foto: Freepik
A primeira providencia é diminuir a inflamação dos vasos. Assim, o tratamento costuma ser feito com ácido acetil salicílico e altas doses de gamaglobulina, uma proteína encontrada no plasma sanguíneo, aplicada por via intravenosa.
Quais são riscos da Síndrome de Kawasaki?
A Síndrome de Kawasaki é preocupante pois pode levar a problemas cardíacos como cardiomegalia (quando o coração aumenta de tamanho), miocardite (inflamação do coração), arritmias e inflamação das artérias coronárias, aquelas que levam o sangue ao coração, assim como aneurismas.
Mas apenas 2% das crianças acometidas pela doença apresentam complicações cardíacas posteriores.
Como é tratada a síndrome de Kawasaki?
A etiologia exata da síndrome de Kawasaki é desconhecida. De acordo com as manifestações epidemiológicas e clínicas, a doença tem caráter infeccioso ou uma resposta imune atípica à infecção em crianças geneticamente predispostas.
A natureza autoimune da doença também não está excluída.
Assim, não há cura direta para a síndrome de Kawasaki. Basicamente, consiste em tomar remédios indicados pelo médico.
Os pacientes também recebem imunoglobulina intravenosa. Se não for tratada, a doença pode se resolver sozinha em cerca de duas semanas, mas as artérias coronárias permanecerão danificadas.