Na semana passada tive uma das minhas provas-de-fogo como mãe: a primeira viagem sem a filhotinha. O convite era irrecusável: um encontro de blogueiras com o Ministro da Saúde, em Brasília. Se já era difícil dizer não a um convite desses como blogueira (afinal, quem não se sentiria feliz em ser lembrada para um evento tão importante?), considerando que sou também uma profissional da saúde e que teria a oportunidade de encontrar a maior autoridade do país na área, ficou literalmente impossível. Foi tudo muito corrido: apenas na véspera tive a confirmação da viagem. E foi aí que o coração de mãe começou a doer, profundamente!
Catarina iria ficar com papai, tendo a ajuda de vovó durante o dia. Não poderia deixá-la em melhores mãos! E mesmo assim, sabendo racionalmente que a pequena ficaria bem, foi difícil a despedida. Sempre que outra pessoa a colocava para dormir à noite (para mamãe e papai saírem, por exemplo), nossa combinação era: “quando você acordar, quem estará lá para te pegar no berço? Mamãe!”. Mas dessa vez seria diferente: seriam duas manhãs sem mamãe para lhe dar bom dia ao acordar. Saí na surdina da madrugada, com o coração na mão (e algumas lágrimas no rosto, confesso). E sabem o que aconteceu depois disso? A melhor coisa do mundo: um momento só meu de viver uma experiência nova, conhecer uma outra cidade, pessoas interessantes… E um momento dela, de crescer sem a mãe por perto, de fortalecer os laços com papai, de se divertir com vovó! E no fim, retornei para casa feliz, e vendo minha filha radiante e saudosa. Sim, ela chorou na primeira manhã sem a mãe e um pouquinho à noite, na hora de dormir. Mas passou o resto do tempo bem (inclusive quando nos falamos por Skype), segura, alegre!
Mas como esse blog não vive só de histórias e sim de dicas, deixo aqui algumas para facilitar a vida de mamães e filhotes durante uma viagem como essa. Vamos a elas?
* Mantenha o filhote na rotina de sono e alimentação nos dias que antecederem sua viagem. Criança com sono atrasado é mais irritável e chorona por natureza (e vai dar mais trabalho durante sua ausência).
* Peça que a pessoa que ficará com o filhote siga minimamente a rotina a que ele está acostumado. Isso dará segurança a seu filho. Por outro lado, deixe que haja uma certa flexibilidade, pois algumas coisas só funcionam bem com a mãe (papai ou vovó podem colocar o pequeno para dormir de outro jeito e tudo bem, o importante é que ele durma!).
* Explique milhares de vezes para o filhote sobre a viagem, se ele já tiver idade para entender (Catarina aos 2 anos entendeu perfeitamente!). Diga que você estará fora, explique por quanto tempo você se ausentará e o mais importante: que vai voltar!!! Tente dar uma ideia para ele da passagem do tempo. Eu, por exemplo, deixei um bolo aqui em casa e disse que quando ele estivesse acabando, mamãe estaria de volta!
* Há quem diga que é melhor para o filhote não ver a mãe pelo computador, ou falar com ela pelo telefone, durante a viagem. Eu fiz questão de falar com ela e vê-la pelo Skype (se não tiver no seu smartphone, instale antes de viajar!) e não me arrependo. Ela ficou super feliz em me ver (e vice-versa) e percebeu que mamãe não estava em casa, mas que continuava perto de alguma forma! Nessa hora, só não vale chorar, ok? Vendo que você está tranquila, seu filho ficará bem.
* Deixe um estoque de tudo o que o filhote pode precisar: comidinhas do dia-a-dia, remédios, fraldas. Se ele precisar, estarão à mão.
* Quando voltar, dedique um tempo especial ao filhote. Claro que ele está com saudades (mas você está mais, certo?) e precisa colocar o carinho em dia. Deixe que ele fique com você sem fazer nada, apenas curtindo o retorno da mãe. Tem coisa mais gostosa?