Para quem não sabe, hoje, 21 de março, comemora-se o Dia Internacional da Síndrome de Down. E em homenagem a essas crianças que trazem tantas alegrias a suas famílias, eu gostaria de contar a vocês um pouco sobre o desenvolvimento da boca e dos dentinhos dos bebês que apresentam a síndrome. Mesmo que essas informações não sejam úteis diretamente para você, sempre é bom conhecê-las para poder orientar uma amiga que vive a situação de ser (ou de quem vai se tornar) mãe de um bebê com Down.
Você sabia que é fundamental que um bebê com Down seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar que envolve um fono, um otorrino, um fisioterapeuta, um dentista? Isso porque o desenvolvimento muscular da boca do bebê com Down é diferente (o que pode alterar sua respiração, mordida, fala, por exemplo). Em seu primeiro ano de vida é importantíssimo que seja feita uma avaliação da necessidade de uso de uma plaquinha, que chamamos de Placa Palatina de Memória. Essa plaquinha pode estimular o fechamento dos lábios do bebê e posicionar sua língua dentro da boca, para que ele desenvolva uma respiração nasal (boa parte dos bebês com Down tendem a ser respiradores bucais, o que pode causar problemas respiratórios e da arcada dentária). Com apenas 3 meses de vida o bebê já pode começar a usar a placa, e o tratamento precoce é fundamental para que os resultados sejam os melhores possíveis. Essa plaquinha deve ser trocada com frequência, para não travar o crescimento ósseo da boca do bebê.
Os bebês com Down podem apresentar um atraso na erupção dos dentes, troca na ordem de erupção e até mesmo ausência de alguns elementos dentais. Por isso o acompanhamento com um dentista é muito importante, pois se for detectado o desenvolvimento de alguma alteração na mordida, é possível corrigi-la ou pelo menos minimizá-la com muito mais facilidade (é o que chamamos de ortodontia preventiva). Assim como em todos os outros bebês, a higiene da boquinha no bebê com Down deve ser feita antes mesmo dos primeiros dentinhos nascerem, para deixar a boca bem limpinha e favorecer sua colonização com” bactérias do bem”, ou seja, aquelas que não causam cárie ou agridem a gengiva.
Em geral o tratamento odontológico de uma criança com Síndrome de Down é bastante tranquilo. Em geral são super cooperativas (e umas fofas, carinhosíssimas, que deixam o dentista apaixonado!). Por isso não tenha receio de levar seu filho com Down ao dentista desde os primeiros meses. A prevenção é a grande dica para ver seu filhote com um sorriso lindo!