Eu tinha 30 anos quando engravidei de Catarina. Talvez até tivesse decidido esperar um pouco mais, se houvesse me casado mais tarde. Só que aos 26 eu já era esposa, e com 29 comecei a tentar ser mãe. Até que, por uma dessas surpresas da vida, recebi um diagnóstico de menopausa precoce. Segundo os médicos eu não conseguiria ter um filho biológico, e a notícia chegou com um peso avassalador. Por que, se eu não tinha nem 30? Me culpei, me feri, entristeci, quando na verdade não havia culpa, nem responsabilidade a ser imposta a ninguém.

Mas também por um desses milagres da vida, engravidei naturalmente três meses depois do diagnóstico. Contrariando todas as probabilidades, vi minha barriga crescer, e minha filha se desenvolver lá dentro. O ultrassom morfológico trouxe a notícia de que ela era saudável, e então minha alma descansou em paz. Havia um coração batendo dentro de mim, e num piscar de olhos o meu também começou a bater por ele. Juntos, na mesma sintonia, coisa que só quem tem um filho pode entender.

Imagem: arquivo pessoal, a reprodução não está autorizada. Foto por Fotoliê.

Eu dormi muito bem durante as noites da minha gestação. Algumas mães sentem o desconforto da barriga, a bexiga cheia que promove despertares na madrugada, já preparando essa mulher para se tornar mãe. Comigo isso não aconteceu – meu sono sempre foi muito pesado, e mesmo no terceiro trimestre eu dormia como um anjo. Até que chegou a noite do trabalho de parto, e pela primeira vez eu não dormi. Tanto que, quando fui anestesiada, senti um alívio tão grande, que quase fechei os olhos. Só conseguia pensar: “eu não posso descansar, não agora! Preciso ver minha filha nascer!”. E então eu superei o cansaço extremo para sentir sua pele tocar na minha.

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Catarina mudou meu mundo. Mudou tudo, ou quase tudo. Minha capacidade de dormir horas sem acordar, mesmo com um trombone tocando no ouvido, desapareceu por completo. Comecei a acordar sozinha para checar se ela respirava, e passei a ter noites de insônia (ela chorava para mamar, eu levantava, amamentava, trocava a fralda, colocava-a no berço, mas não conseguia dormir. Por muitas vezes rolei na cama acordada, até o horário da próxima mamada).

Antes de ser mãe, um jantar romântico, ou uma taça de vinho compartilhada com o marido na varanda, era sinônimo de felicidade. Eu adorava passeios no shopping, que fatalmente terminavam com um sorvete saboreado com tranquilidade. Mas agora…

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Agora eu prefiro a liberdade dos passeios junto à natureza. Prefiro o cheiro da grama molhada, tomar banho de mar, um piquenique no parque. Porque vejo que minha filha também é mais feliz assim, com o pezinho sujo de terra, mas a cabeça livre do consumismo e do ar condicionado.

Antes de ser mãe meu corpo era mais bonito. Mesmo nunca tendo malhado, minha barriga até que era bem graciosa. Meu quadril não tinha estrias, e eu não tinha a cicatriz da cesárea. Agora, claro, o abdomen cresceu e parece viver eternamente nos 4 meses de gestação. Mas tudo tem seu lado bom: para quem sempre vestiu sutiã P, a maternidade me deixou com dois bem-vindos números a mais no manequim.

Estou prestes a fazer 39 anos, e amo muito mais minha vida agora do que aos 29. E não sei se a grande mudança foi fruto da maternidade, ou se a maturidade dos 30 realmente compensa a perda do viço dos 20, trazendo muito mais felicidade. Talvez seja uma mistura das duas coisas. Só sei que ser mãe aos 30 é uma das melhores coisas do mundo, e eu não trocaria por nada. E que venham os felizes 40!