Seu filho já chegou aos 2 anos? Como foi essa fase? Lembro que, para mim, a passagem dessa idade para os 3 anos foi uma transformação nítida da Cacá, de bebê em menina. No texto de hoje, nossa querida Flávia Girardi (que começou como leitora do blog, e hoje contribui com seus posts encantadores), fala sobre isso! Outros textos dela você acompanha em seu blog, o Cartas para Alice (veja aqui).

Por Flávia Girardi

Sim, sobrevivemos (sem grandes dificuldades, mas com muitos desafios) aos dois anos. E quer saber? Tiveram sua dose de adrenalina, mas foram bonitos de se ver. Porque quem tem filhos sabe que a cada ano deles, a gente se redescobre. A gente aprende. A gente se transforma. A gente é posto a provas. E a cada uma que vencemos, saímos mais fortes.

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Imagem: 123RF

Diante das primeiras birras da Alice eu li algumas coisas sobre os “terríveis dois anos” e confesso que alguns momentos foram difíceis. Ela deu chiliques do nada para trocar a fralda, porque não queria por sapato nem blusa no frio “congelante”, porque decidiu que iria tomar banho SOZINHA. Ela passou a selecionar a comida, a pedir sorvete no shopping e a arremessar brinquedos quando cansada ou contrariada. Ela disse várias vezes que iria fazer “sim, senhora” coisas que a gente falava que não.

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Muitas vezes me vi sem paciência, até entender que aquele bebezinho que aceitava tudo que a mamãe escolhia (roupas, comidas, brincadeiras) tinha ficado lá atrás. Surgia uma pessoinha com opiniões e vontades, muitas vezes diferentes das nossas. Surgia alguém com um milhão de porquês. Alguém que queria entender o mundo ao redor. Alguém que precisava mais de um abraço num momento de fúria do que de uma bronca ou “castigo” (embora limites sejam essenciais e lidar com as frustrações também). Mas muitas vezes o que eu achava que era birra para me contrariar, era a forma dela de pedir “socorro”, por não saber lidar com os próprios sentimentos.

Surgia alguém capaz de perceber o mundo ao redor e de entender quando alguém estava bravo, cansado ou triste. Surgia uma companhia real, daquelas que assiste TV com você, passeia, conversa, questiona (e muitas vezes você se pega surpresa com a complexidade das perguntas!). Uma pessoinha que te vê irritada porque você derrubou a xícara com café no chão (depois de ter limpado a cozinha) e te fala “tudo bem, mamãe, todo mundo derruba”.  Surgia alguém que me abraçava se eu machucava, cuidava de mim, dos ursos. Me ajudava a cozinhar. Fazia os “amigos” dormirem cantando inúmeras musiquinhas. Alguém que me via arrumada e falava “que linda mamãe” e, é claro, corria para pegar minhas bolsas, sapatos e batons.

Diante dessas transformações, a gente se vê em tanto, mas entende que tem um punhadinho de coisas que são só deles. Que serão escolhas deles. E que estaremos aqui para amparar: mas cada passo, cada descoberta, cada queda não depende apenas de nós. É o início de cada uma, e não mais de nós duas como uma só. Ela com um mundo novo que se abre. Eu, com meu mundo que se renova. Ela e sua alegre conquista por vestir a blusa SOZINHA. Eu passando a entender que a gente precisa de tão pouco. Ela e sua capacidade de sorrir após um tombo. Eu, compreendendo que a vida pode ser leve. Possível. Incrível…

Que seus três anos sejam ainda mais cheios de porquês. Que você nunca perca essa leveza. Esse riso fácil. Essa capacidade de indagar. Que você continue vendo encantos, sendo possibilidade. E que esse seu mundo transforme o nosso mundo.

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