Você que já é mãe ou que está grávida chegou a tomar paracetamol desde que descobriu a gestação? Estou fazendo essa pergunta porque, no post de hoje, trago informações sobre um estudo bem recente, que concluiu haver relação entre o uso desse medicamento na gestação e o atraso no desenvolvimento da linguagem em bebês. Coincidência ou não, eu usei bastante esse medicamento quando estava grávida da Cacá, pois tinha enxaquecas terríveis (relacionadas às mudanças hormonais dessa fase). E, de fato, Catarina demorou mais para falar do que a média.

A pesquisa em questão (veja aqui, em inglês) foi realizada pelo Hospital Mount Sinai, de Nova York, e publicada no periódico European Psychiatry. Vale a pena ficar atenta às descobertas, afinal, informação nunca é mais, não é mesmo? Confira então a seguir mais detalhes sobre o estudo e veja quais sinais você deve observar no seu filho para avaliar o nível do vocabulário dele (e notar possíveis anormalidades). 

Imagem: 123RF

A análise com as mães

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Para realizar o levantamento (o primeiro a traçar esse paralelo), pesquisadores da Escola de Medicina Icahn, do Hospital Mount Sinai, conversaram com mais de 700 mulheres grávidas, de 8 a 13 semanas de gestação, e avaliaram a quantidade e a frequência do uso de paracetamol nesse período. Nessa fase, foram feitas entrevistas com as participantes e, também, uma análise dos níveis do medicamento presentes na urina.

Lembrando que o excesso de consumo do fármaco (mesmo que de forma acidental) é mais comum do que se imagina, pois a substância está presente ainda em outros remédios comumente utilizados. Para se ter uma ideia, segundo o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, 65% das mulheres utilizam o paracetamol durante a gravidez. Já entre as participantes do estudo, 59% faziam uso do medicamento nessa fase inicial da gestação, até os três meses.

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E com as crianças

No estudo, foram consideradas com atraso no desenvolvimento da linguagem as crianças que, aos 30 meses de idade (ou seja, por volta dos dois anos e meio), apresentavam um vocabulário reduzido quando se comunicavam, com um repertório de menos de 50 palavras. Os pesquisadores não levaram em conta fatores como dicção ou a complexidade das palavras que a criança falava, apenas a sua variedade. Nessa idade, entre dois e três anos, as crianças já costumam utilizar cerca de 300 palavras, formando até pequenas frases.

Os resultados do estudo

Aproximadamente 10% das crianças observadas no estudo apresentaram algum nível de atraso na linguagem. Cruzando os dados com o uso do paracetamol durante o período da gestação, os pesquisadores constataram os seguintes pontos:

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  • Em números gerais, foram registrados mais casos de atraso no desenvolvimento da linguagem em meninos do que em meninas.
  • Meninas cujas mães utilizaram altas quantidades de paracetamol na fase inicial da gestação (no mínimo seis vezes entre a oitava e a décima terceira semana) apresentavam um risco seis vezes maior de apresentar algum atraso do que meninas de mães que não fizeram uso do medicamento.
  • Há uma relação direta entre o prejuízo na linguagem e uso do paracetamol. Quanto mais as mães utilizaram o medicamento ou apresentaram uma alta concentração do fármaco na urina, maior a chance do filho ter esse déficit na comunicação.

Vale lembrar que estudos anteriores já buscaram outras consequências do uso em excesso do paracetamol durante a gravidez, associando-o a sintomas de autismo e hiperatividade infantil. Porém, a conclusão dos especialistas não indica que o medicamento deve ser evitado completamente, já que ele é um dos principais ativos para controlar condições como a febre, que pode afetar tanto a mãe quanto o bebê.

A melhor solução, portanto, é conversar com o seu médico sempre que precisar utilizar qualquer remédio e nunca se automedicar, para evitar o risco de ingerir uma alta quantidade de determinados ativos que façam parte da composição de vários medicamentos diferentes.