O que o berço do seu filho contaria, se pudesse? Falaria sobre momentos de preocupação, de cansaço, de doença, de amor? É sobre isso o post de hoje da querida Flávia Girardi (que honra ter sido a inspiração para ele, com um post antigo do blog!). Outros textos lindos dela você acompanha em seu blog, o Cartas para Alice (veja aqui, é lindo!).

Por Flávia Girardi

Li outro dia no Mil Dicas de Mãe um texto em que a Nívea falava que se o berço do filha dela falasse, ele teria muitos momentos interessantes para contar. E pensei: se tem um berço que tem histórias para contar, este é o berço da Alice; porque ele não tem uma, mas três histórias. Três épocas, três famílias, rotinas… E por fim, três menininhas diferentes (uma delas hoje moça bonita, criada, com 15 anos, já cursando escola técnica – renomada e difícil de entrar – que orgulho ele não deve ter dela!!!) Cada uma com sua personalidade, seu tempo, seu ritmo.

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Imagem: 123RF

Pensei em quantas canções não terá ele em seu repertório, porque só da Alice, perdi a conta de quantas horas/letras/melodias já foram gastas embalando cada sono. Pensei nas noites difíceis de choro, cólicas, mamadas de hora em hora. Em quantas vezes ele não viu três mães diferentes mediante à mesma aflição: de ver passar a febre, de checar se está tudo bem, se o bebê está respirando. Pensei nos conselhos que ele poderia me dar: “mãe, se acalme, isso vai passar, já vi acontecer uma porção de vezes…”.

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Pensei em quantas vezes ele me viu descabelada, cansada, chorando de medo, de cansaço. E outras tantas em que me viu entrar no quarto e agradecer. Segurar em suas grades e contemplar. Velar o sono do maior presente que já ganhei em todo o mundo. Me viu rir das posições mais esquisitas que um serzinho pode dormir. Viu também suas grades baixarem, baixarem, até chegar lá embaixo, para não correr o risco de bebês ninjas se jogarem do outro lado.

Viu as primeiras viradas (lembro até hoje quando a Alice aprendeu a virar no berço – como não sabia desvirar, lá ia eu, noite a fora, atender ao seu choro e ajudá-la). Viu as primeiras vezes em que suas meninas ficaram em pé, pulando felizes em seu colchão. E como deve ter doído levar as primeiras mordidas! Ninguém mandou ter grades à altura dos tão afiados dentinhos.

Viu as brincadeiras de esconde-esconde. Ouviu histórias de lobos, fadas, princesas. Acolheu ursos, bonecas. Morou em casas diferentes, cada qual com uma decoração peculiar. Ah, se esse berço falasse, ele teria sim, muito mesmo a contar. Mas sereno, permanece ali, em silêncio. Os anos lhe ensinaram que é preciso falar menos e respeitar as diferenças. Ensinaram também que algumas coisas teremos que enfrentar sozinhos para aprender que vai passar e que vamos sobreviver.  Ensinaram que tudo são fases, cada uma com sua beleza e dificuldades.

Se olharmos bem para ele veremos que o passar dos anos deixaram alguns descascados, algumas manchinhas que não saem. Mas ele segue firme e forte, a espera de mais um capítulo de sua história.

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